quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Às vésperas da 'lista do petrolão', Cardozo se reúne com Janot. Dois auxiliares da dupla Lula-Dilma...

Carolina Farina - Veja


Ministro da Justiça recebeu procurador-geral da República sem que encontro constasse na agenda oficial. Mas nega que o assunto tenha sido Lava Jato



Reunião: ministro da Justiça (esq) recebeu Janot em momento de tensão em Brasília
Reunião: ministro da Justiça (esq) recebeu Janot em momento de tensão em Brasília (Sérgio Lima/Folhapress)
Não é apenas com advogados de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mantém reuniões fora de sua agenda oficial. Na semana em que Brasília aguarda sob tensão a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com pedidos de investigação ou mesmo denúncias contra os políticos citados na Lava Jato, o ministro reuniu-se com o procurador-geral na noite desta quarta-feira. O encontro, só depois incluído na agenda oficial de Cardozo, também não constou na agenda de Janot, e foi revelado nesta manhã pelo site do jornal Folha de S. Paulo
O Ministério da Justiça confirmou a reunião. De acordo com a assessoria da pasta, a inclusão do encontro se deu tardiamente devido ao horário da reunião, às 19h30. Janot deve encaminhar nos próximos dias ao Supremo Tribunal Federal os pedidos de investigação contra políticos com mandato enrolados na Lava Jato. Embora a divulgação da lista seja iminente, Cardozo afirma que a reunião de quarta-feira se deu a respeito de “medidas legislativas de combate à corrupção”.
Conforme VEJA revelou, Cardozo assumiu o papel de negociador com os empreiteiros envolvidos na Lava Jato. Em um desses esforços, o ministro recebeu em seu gabinete, em Brasília, o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC. Em uma conversa absolutamente imprópria, disse que a operação da Polícia Federal – órgão ligado à pasta de Cardozo – mudaria de rumo radicalmente depois do Carnaval. Cardozo ainda orientou a empreiteira a não aceitar acordo de delação premiada – conselho seguido pelos executivos. O ministro admitiu o encontro com o advogado, mas negou que a conversa tenha enveredado para a Lava Jato.