Portas abertas José Eduardo Cardozo (Justiça) não foi o único ministro de Dilma Rousseff a ter encontros com representantes das empreiteiras investigadas na Lava-Jato. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, recebeu advogados nos últimos meses para discutir os termos dos acordos de leniência que o governo tenta firmar com as empresas. Segundo o ministro, por ser um mecanismo novo e haver uma sobreposição de leis sobre o tema, há muita dúvida por parte das construtoras.
Guichê ao lado Nos encontros, Adams diz que costuma orientar os advogados a procurarem a Controladoria-Geral da União, responsável por fechar os acordos. À AGU cabe apenas cuidar da responsabilização judicial nos casos de ressarcimento de recursos públicos.
Zero a zero Apesar do empenho do ministro e da CGU, os acordos de leniência não saíram da estaca zero. O governo espera a Petrobras fechar seu balanço, com o valor desviado em corrupção, para arbitrar quanto as empresas terão de se comprometer a devolver à União.
Segue… Dilma Rousseff pediu que seus ministros não se intimidem pelas críticas feitas às reuniões Cardozo com advogados e determinou que continuem recebendo representantes de empresas para discutir projetos.
… o jogo Em reunião na quarta-feira, a presidente disse a seu conselho político que o titular da Justiça é alvo de uma “patrulha” e reforçou a orientação de que as empresas não devem ser “criminalizadas” pelo governo.
PIB A presidente quer, inclusive, que os gabinetes da Esplanada recebam também empresários. Acredita que a gritaria da oposição no caso Cardozo visa acuar o governo e mantê-lo distante do setor produtivo.
Embaixada Jaques Wagner (Defesa), que tem atuado como auxiliar na costura política, deve fazer essa ponte com o empresariado em almoço na Fiesp este mês.
Tabuleiro Wagner, que viajou com Dilma no Carnaval, encampou o jargão da pasta que comanda ao dizer que pretende agir como estrategista na costura política, sem atuar no front direto.