segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Petrobras diz que venda de ativos na África para o BTG Pactual seguiu parâmetros justos

O Globo


A Petrobras divulgou ontem nota em resposta à coluna de Elio Gaspari, publicada no GLOBO de domingo. O colunista escreveu sobre o processo de internacionalização da companhia, com foco na venda por US$ 1,52 bilhão de metade das operações da estatal em campos de petróleo de sete países africanos para o BTG Pactual, em julho de 2013. Segundo Gaspari, “o coração do negócio estava em dois campos da Nigéria (Akpo e Agbami) dos quais a empresa tira uma produção de 55 mil barris/dia, 60% de todo o petróleo que o Brasil importa, ou 25% do que refina”.

Segundo a Petrobras, no entanto, o “Brasil atualmente importa cerca de 380 mil barris por dia (bpd) e refina cerca de 2,1 milhão bpd de petróleo, portanto os números corretos são 14% e 2,5%, respectivamente”.
A companhia argumenta ainda que o colunista não mencionou o fato de que o principal motivo para a formação da joint-venture na África foi viabilizar o desenvolvimento do campo de Egina, na Nigéria, que pedia US$ 3 bilhões em investimentos.

A parceria, ainda de acordo com a estatal, engloba campos de alto risco em Benin, Gabão, Namíbia, Angola e Tanzânia, cujas atividades exploratórias já receberam aporte de cerca de US$ 250 milhões na perfuração de poços que se mostraram secos.

No comunicado, a petroleira nega ainda não ter convidado outras entidades financeiras para o negócio realizado em 2013. Além de afirmar que a Chevron, ao contrário do que escreveu Gaspari, foi consultada no processo e não manifestou interesse em ampliar sua posição na África.

A Petrobras também argumenta que a mudança prevista na legislação da Nigéria — um dos argumentos que, segundo Gaspari, a estatal usou para justificar a parceria com o BTG Pactual — ainda está em tramitação. Segundo a Petrobras, as propostas recebidas para a venda dos ativos africanos considerava os riscos da mudança na legislação e foram consideradas justas pelo assessor financeiro da estatal na operação, o banco Standard Chartered Bank.

Procurado pelo GLOBO, o BTG Pactual não quis se pronunciar.