domingo, 25 de janeiro de 2015

O sumiço da cruz no escudo do Real Madrid consumou a rendição ao parceiro islâmico

Com Blog Ricardo Setti - Veja


O sumiço da cruz
O sumiço da cruz que encima a coroa no glorioso distintivo do Real Madrid: cartolagem acha que rendição a imposições islâmicas atrairão mais torcedores do clube no mundo árabe. Tudo indica que a tradição foi derrotada pelo medo

Reproduzo este post sensacional de meu amigo de toda uma vida Augusto Nunes por sua absoluta pertinência, e também com a indignação de quem é, desde a adolescência, grande admirador do melhor time de todos os tempos — o Real Madrid. Que, em meu coração, vem, naturalmente, atrás do Corinthians.
Em campo, o Real Madrid esbanja coragem.
Amparado num esquema tático audacioso, jogando sempre no ataque, o time lidera o Campeonato Espanhol com a média de 3,5 gols por partida.
Fora dos gramados, o clube merengue impressiona pela adoção da espécie de cautela que faz fronteira com a covardia. Jogando na defensiva, a cartolagem tem recorrido a constrangedores recuos para fechar contratos que garantam a permanência no alto do ranking dos mais ricos do mundo.
Em outubro de 2014, por exemplo, o Real negociou com a Ipic, empresa petrolífera árabe, o troca do nome do mítico estádio.
Santiago Bernabéu — [nome do venerando ex-jogador e cartola nascido em Castilla-La Mancha considerado o maior presidente da história do clube] – foi vendido por 400 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão).
A segunda mudança, ainda mais chocante, ocorreu em novembro, na cerimônia que oficializou a parceria entre os madrilenhos e o Banco Nacional de Abu Dhabi: o uniforme novo baniu a cruz cristã do topo do escudo. [A camisa do Real Madrid é patrocinada pela Emirates, companhia aérea estatal dos Emirados Árabes Unidos, de que Abu Dhabi é parte.]
Os dirigentes fazem de conta que não viram nada de mais. O sumiço da cruz, alegam, será amplamente compensado pelo aparecimento de multidões de simpatizantes no mundo árabe.
Na Espanha e em outros países, milhões de apaixonados pelo Real enxergaram o que efetivamente aconteceu. A remoção do símbolo consumou o triunfo do parceiro islâmico. Depois da carnificina no Charlie Hebdo, cresceu a suspeita de que a tradição foi derrotada pelo medo.