O principal índice da Bolsa brasileira opera em alta nesta quarta-feira (17), impulsionado pelo forte avanço das ações da Petrobras.
Os investidores digerem o resultado da pesquisa Ibope divulgada ontem, que mostrou queda nas intenções de voto para a presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), e Aécio Neves (PSDB), o terceiro colocado na disputa pela Presidência da República, ganhando espaço na corrida eleitoral.
Às 10h54 (de Brasília), o Ibovespa tinha valorização de 0,90%, para 59.647 pontos. O índice chegou a subir 1,54% logo após a abertura dos negócios. O volume financeiro era de R$ 1,177 bilhão. No mesmo horário, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras subiam 3,29%, para R$ 22,26 cada uma.
A alta do Ibovespa também acompanhava o bom humor nos mercados internacionais. Na Ásia, as principais Bolsas fecharam em alta, após o Banco Popular da China anunciar injeção de 500 bilhões de iuanes (US$ 81 bilhões) nos cinco principais bancos do país a fim de combater o arrefecimento da economia.
Além disso, os investidores enxergam com bons olhos a possibilidade de o Fed (banco central dos EUA) manter a taxa de juros americana em seu atual nível, perto de zero, na reunião desta quarta-feira.
Na cena interna, pesquisa Ibope mostrou que Dilma lidera o primeiro turno com 36%, três pontos percentuais a menos que na pesquisa anterior do mesmo instituto. Já Marina alcança 30%, recuo de um ponto, enquanto Aécio subiu de 15% para 19%. Na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, há empate técnico: 43% para a candidata do PSB contra 40% para a petista. No levantamento anterior, os percentuais eram de 42% e 41%, respectivamente.
"Com certeza essa pesquisa foi recebida com cautela por parte da campanha da presidente. (...) Muito provavelmente a agressividade na campanha e até mesmo o 'bater' fortemente em Marina parece não fazer mais efeito e
pode ter causado até um efeito negativo, tendo passado da dose", diz o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, em relatório.
pode ter causado até um efeito negativo, tendo passado da dose", diz o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, em relatório.
"Já Marina, a avaliação é neutra, ela tem conseguido resistir aos ataques de Dilma e Aécio muito bem, inclusive ontem a estratégia carregada em emoção falando sobre ter passado fome deve ter um efeito positivo para ela. Tem sido a saída dela para combater os ataques e, a princípio, tem dado certo", acrescenta Kim.
Além da Petrobras, outras estatais tinham alta na Bolsa, às 10h54, como o Banco do Brasil, que registrava valorização de 1,92%, para R$ 33,82. Já a ação ordinária (com direito a voto) da Eletrobras mostrava ganho de 3,79%, a R$ 7,94.
Os papéis da Embraer ganhavam 0,21%, a R$ 23,35. A fabricante de jatos anunciou uma encomenda firme da Republic Airways, operadora com a maior frota do mundo, de 50 aviões E175. O valor dos pedidos firmes, que estarão incluídos na carteira de pedidos do terceiro trimestre de 2014, é estimado em US$ 2,1 bilhões, com base nos preços de lista deste ano.
Quem liderava as maiores altas do Ibovespa era a Oi, com avanço de 4,88%, a R$ 1,72. A Telecom Italia afirmou à sua controlada brasileira TIM que não há nenhuma discussão em curso para uma oferta de compra da rival Oi, informou a TIM nesta quarta-feira.
Do outro lado do Ibovespa, as ações da Cemig encabeçavam a lista das maiores perdas do Ibovespa, com desvalorização de 3,36%, a R$ 16,38. Ontem, o coordenador-geral do programa de governo do candidato do PT a governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que entre as intenções de um futuro governo petista está a redução da tarifa de energia elétrica no estado.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar voltou a subir em relação ao real nesta quarta-feira, após ter fechado em queda de quase 1% ontem. O mercado opera na expectativa pelo desfecho da reunião do banco central americano e uma sinalização sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,53% sobre o real, às 10h54, cotado em R$ 2,338 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,42%, para R$ 2,339.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil swaps (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 3 mil com vencimento em 1º de junho de 2015 e mil com vencimento em 1º de setembro de 2015, pelo total de US$ 198,2 milhões.
A autoridade também promoverá, até o fim da manhã, mais um leilão para rolagem de até 6 mil contratos de swap que vencem em 1º de outubro. Até o momento, o BC já rolou cerca de 31% do lote total de contratos com prazo para o primeiro dia do mês que vem.
Na segunda-feira, fonte da equipe econômica do governo disse à Reuters que o Banco Central poderá aumentar o volume de rolagem de swaps para tentar amenizar a volatilidade no mercado de câmbio, mas que a autoridade não deve mexer no tamanho do programa de intervenções diárias até o fim de 2014.