sexta-feira, 1 de agosto de 2014

MP investiga se terra contaminada da USP Leste veio de obras do Templo de Salomão, inaugurado por Dilma

 

Diego Zanchetta e Victor Vieira - O Estado de S. Paulo
                                                          

Aterro de origem desconhecida, formado entre 2010 e 2011, é uma das principais causas da contaminação do câmpus


Tiago Queiroz/Estadão
Templo de Salomão, no Brás, foi inaugurado nesta quinta-feira





O Ministério Público Estadual (MPE) investiga se parte da terra clandestina levada ao câmpus da USP Leste, interditado em janeiro por problemas ambientais, saiu das obras do Templo do Rei Salomão, no Brás, também na zona leste, inaugurado nesta quinta-feira, 31. O aterro de origem desconhecida, formado entre 2010 e 2011, é uma das principais causas da contaminação do câmpus.

Professores relatam, no processo movido pelo MPE contra a USP em 2013, que mais de 6 mil caminhões com terra clandestina entraram no câmpus no período. Um funcionário de terraplanagem, que trabalhou no local, disse ter feito pelo menos 100 viagens para levar material das obras do Templo, da Igreja Universal do Reino de Deus. A movimentação de terra, segundo testemunhas, era autorizada pelo então diretor da USP Leste, José Jorge Boueri Filho, em troca de favores.

Márcio Fernandes/Estadão
Professores relatam que mais de 6 mil caminhões com terra clandestina entraram no câmpus




A Igreja nega a denúncia e afirma que toda a terra removida da obra foi levada a um aterro certificado pela Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A reitoria da USP disse que abriu sindicância e processo administrativo para apurar a responsabilidade do ex-diretor no caso, mas não a origem da terra clandestina. Procurado por e-mail, Boueri Filho, licenciado da universidade, não respondeu às perguntas da reportagem.