O Globo
A menos de 15 dias da Copa do Mundo, o governo federal fechou acordo para conceder reajuste de 15,8% para agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, informou a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Esse percentual é o mesmo negociado com as categorias do governo federal desde 2012, depois de uma explosão de greves que reuniu mais de 250 mil servidores públicos em todo o Brasil.
À época, a Fenapef
recusou o acordo, sob a alegação de que os policiais querem uma reestruturação
na carreira. O presidente da entidade, Jones Borges Leal, disse que os
servidores decidiram dar um voto de confiança para o governo e assinaram o termo
na última sexta-feira. A previsão é de um aumento de cerca de 12% na folha
salarial deste mês, com pagamento em julho, e do restante em janeiro de 2015.
Para isso, no entanto, é necessária uma alteração na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2014 e na Lei Orçamentária Anual (LOA).
O governo já
encaminhou ao Congresso projeto de lei para modificar a LDO e a LOA, para que a
gente receba a primeira parcela a partir deste mês. Se não conseguirmos aprovar,
devido à proximidade das eleições, o aumento será todo em janeiro de 2015 –
disse o presidente.
A correção salarial
deve representar um impacto de R$ 376 milhões na folha de pagamento da União até
janeiro, segundo estimativas da federação. Leal negou que o acordo busque evitar
greves durante a Copa do Mundo, uma vez que esse é o percentual de reajuste
oferecido aos trabalhadores há dois anos. Ele admitiu, porém, que a categoria
tinha um calendário de mobilização que previa paralisações semanais até o fim do
ano, o que poderia coincidir com os jogos. Esse calendário está
suspenso.
Segundo o presidente da Fenapef, o governo se comprometeu a formar um
grupo de trabalho, que começará a atuar ainda na primeira quinzena deste mês,
para discutir a reestruturação de carreira dos policiais.
“O calendário de
mobilização está suspenso. Se o governo cumprir a parte dele em relação ao grupo
de trabalho, não vamos fazer manifestação ou paralisação antes, durante ou
depois da Copa e das eleições”, disse. Os agentes, escrivães e papiloscopistas
querem a reestruturação da carreira e o combate a práticas como a de assédio
moral. O pedido é também por uma equiparação salarial com os servidores das
agências.