Blog Ricardo Setti - Veja

Inflação em alta e crescimento em baixa: se isto não é herança maldita… (Ilustração: illustrationssource.com)
Atenção, atenção, amigas e amigos do blog.
O que segue abaixo, em reportagem do site de VEJA, são dados quentinhos, saídos do forno hoje, divulgados pelo Banco Central.
O governo da nossa querida presidente Dilma conseguirá fazer o Brasil crescer este ano, 2014, ainda menos do que o miserável crescimento do ano passado. Em compensação, a inflação, apesar da luta do BC, vai subir mais do que no ano passado. E a estimativa do BC para o ano que vem também subiu um pouco, segundo estimativa do próprio banco.
Agora somemos isso a…
* o escândalo da refinaria de Pasadena e o preju de mais de 1 bilhão de dólares que causou à Petrobras:
* os baques e a brutal perda de valor da estatal em bolsa devido ao arrocho nos preços da gasolina e outros derivados de petróleo (destinado a empurrar a inflação, artificialmente, para debaixo do tapete);
* a porretada monumental que o Tesouro vai levar quando precisar quitar a dívida com as empresas do setor elétrico (previsão mínima de 40 bilhões de reais, podendo chegar a 50 bi);
* a manada de elefantes brancos construídos Brasil afora, a preços escandalosos, para a Copa do Mundo de 2014, que teoricamente seriam em grande parte bancados pela iniciativa privada mas que, explodindo os orçamentos iniciais, recaíram ou diretamente nos cofres públicos ou em empréstimos favorecidos do BNDES que Deus sabe se serão devidamente pagos:
* o calote descarado que o Brasil levou dos “amigos” bolivarianos da Venezuela na construção da refinaria Abreu Lima, na região metropolitana de Recife, que ficou por isso mesmo — e ainda mereceu o prêmio de o governo Dilma propiciar o ingresso do regime autoritário venezuelano no Mercosul por baixo do pano, apesar da cláusula que só admite democracias no grupo;
* o fracasso espantoso do Mercosul, ao qual o Brasil, a despeito das sucessivas caneladas que leva da Argentina bolivariana, continua atrelado em negociações comerciais empacadas, enquanto mesmo dezenas de pequenas nações do planeta partem para vantajosos acordos bilaterais com os Estados Unidos e a União Europeia;
* o caso Rosegate, em que a então responsável pelo escritório da Presidência em São Paulo — nada menos do que da PRESIDÊNCIA! — se transformou em balcão de tráfico de influências debaixo do nariz da presidente da República;
* e por aí vai…
Seria preciso mais para caracterizar o DESgoverno em que nos encontramos?
Até parece que Dilma não quer vencer a eleição! Quer passar a bomba para outros — Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB)!!!
Vejam, agora, as belas novidades anunciadas pelo Banco Central:
Do site de VEJA
O Banco Central projeta alta de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano, menor que o resultado de 2013, quando a expansão ficou em 2,3%. O número previsto no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, também é mais baixo do que a estimativa da Fazenda, de 2,5%.
Segundo o relatório desta quinta, porém, a inflação será maior em 2014. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 6,1% neste ano (foi de 5,91% no ano passado, segundo o IBGE), ante previsão anterior de 5,6%, aproximando-se ainda mais do teto da meta do governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O BC também piorou a sua estimativa para a inflação em 2015, a 5,5%, acima da medida anterior (5,4%). Além disso, projeta que o índice fechará o primeiro trimestre de 2016 em 5,4%. Os riscos desse cenário, alertou a autoridade monetária, vêm “do comportamento das expectativas de inflação, impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente”. Isso porque há dispersão de aumentos de preços e incertezas sobre os preços da gasolina e de alguns serviços públicos, como eletricidade.
“A esse respeito, o Comitê tem agido no sentido de fazer com que a elevada variação dos índices de preços observada nos últimos doze meses seja percebida pelos agentes econômicos como um processo de curta duração”, trouxe o relatório.
O BC também ressaltou as pressões de preços localizadas “especialmente no segmento de alimentos in natura, embora, em princípio, trate-se de choque temporário e que tende a se reverter nos próximos meses”, acrescentou.
Contexto — O cenário macroeconômico do país não é dos mais animadores neste ano, quando a presidente Dilma Rousseff tentará a reeleição, com expectativas de desaceleração da atividade e inflação ainda elevada, próxima do teto da meta.
Para piorar, o Brasil teve sua classificação de risco rebaixada pela Standard & Poor’s no início desta semana.
Segundo pesquisa Focus, do BC, a projeção dos economistas é de que o IPCA fechará este ano a 6,28% e, em 2015, a 5,80%. Desde abril passado, o BC já elevou a Selic em 3,5 pontos porcentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento ao ano, a fim de combater a inflação. Na avaliação dos agentes econômicos, o movimento de alta ainda vai continuar.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente e mais uma alta de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros é esperada. Para maio, também já existem apostas de outro movimento igual, o que levaria a Selic a 11,25%.
(com agência Reuters)