segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Joaquim rejeita último recurso e manda prender João Paulo Cunha

Barbosa rejeita último recurso e manda prender João Paulo Cunha
 


Fernanda Calgaro e Bruno Lupion
Do UOL
 

  • Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
    Deputado João Paulo Cunha (PT-SP) discursa na Câmara dos Deputados Deputado João Paulo Cunha (PT-SP) discursa na Câmara dos Deputados

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, rejeitou nesta segunda-feira (6) o último recurso apresentado pelo deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) no processo do mensalão e determinou que ele comece a cumprir a pena de prisão pelas suas condenações por peculato e corrupção passiva.

Com a declaração do trânsito em julgado (fim do processo), abre-se o caminho para Barbosa expedir o mandado de prisão, e, assim, o parlamentar poderá ser preso a qualquer momento.
Cunha foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por três crimes: além de corrupção passiva e peculato, por lavagem de dinheiro. Em relação a este último, o processo não chegou ao fim porque ainda falta a análise de um recurso.


O julgamento do mensalão no STF

 
19.dez.2013 - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, preside última sessão do ano da Casa. Ao fazer um balanço do ano, ele disse nesta quinta-feira (19) que as prisões de parlamentares ocorridas em 2013 rompem uma "tradição longa" e mostram que "não há por que se criar exceções? para ninguém em função dos cargos que exerce Alan Marques/ Folhapress
Portanto, ele começará cumprindo a pena, no regime semiaberto, pelos primeiros dois delitos, que soma 6 anos e 4 meses. Nesse regime, o preso pode, mediante autorização judicial, sair durante o dia para trabalhar e voltar à noite para dormir na prisão.

No ano passado, o STF já havia rejeitado um recurso, chamado de embargos de declaração, e manteve a pena estipulada no julgamento, ocorrido em 2012. Em dezembro de 2013, a defesa do parlamentar questionou a condenação por corrupção e lavagem com outro tipo de recurso, que recebe o nome de embargos infringentes.


No entanto, só pode apresentar esse recurso quem tiver sido condenado por um placar apertado e tiver recebido ao menos quatro votos favoráveis, o que não foi o caso de Cunha --ele recebeu apenas dois votos .
No caso de lavagem, ele foi condenado por 6 a 5 e, portanto, tem direito aos infringentes. Assim, o tribunal deverá reanalisar as provas quanto a esse crime. Ainda não há data marcada para esse novo julgamento, mas a previsão é que ocorre ainda no primeiro semestre deste ano.


No julgamento do mensalão, os ministros do STF concluíram que houve desvio de dinheiro público para abastecer um esquema de compra de apoio parlamentar no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006).

Na época, Cunha era presidente da Câmara dos Deputados e foi condenado por receber R$ 50 mil para beneficiar agência do publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, em contratos com a Câmara.

O advogado Alberto Toron, que defende o deputado, informou que Cunha irá se apresentar à polícia, mas não deu detalhes de quando e onde isso irá acontecer. "Não há um mandado de prisão expedido, então, isso não deve acontecer nas próximas horas. É mais provável que isso aconteça amanhã."

 

Frases do julgamento do mensalão

 
 
13.nov.2013 - "Um dia, o processo acaba e a decisão precisa ser cumprida. Penso que, em relação a este processo, esse dia chegou", disse o ministro Luís Roberto Barroso ao votar pela execução imediata das penas dos réus do mensalão Nelson Jr/STF/Arte/UOL