Assessoria da candidata do PSB ao Planalto disse que medidas judiciais estão sendo providenciadas para apurar a origem da ação
O site da campanha de Marina Silva, candidata do PSB à presidência da República, sofreu dois ataques e ficou fora do ar por mais de uma hora, de acordo com nota divulgada há pouco pela sua assessoria de imprensa.
O primeiro ataque ocorreu no sábado, e o segundo neste domingo. Os ataques deixaram o site fora da rede por uma hora no sábado, entre 21h e 22h, e por cerca de 20 minutos neste domingo no começo da tarde.
Nos dois episódios, a equipe técnica ligada à coordenação da campanha restabeleceu a normalidade das conexões e reforçou os sistemas de segurança. Novas instabilidades, porém, podem voltar a ocorrer, de acordo com a nota.
A assessoria não informou de onde partiram os ataques, mas mencionou que medidas judiciais estão sendo providenciadas para apurar a origem da ação, classificada como "criminosa e antidemocrática".
Banda volta ao País em março e é movida por ambição
No dia 15 de março, os Rolling Stones baixam na arena Allianz Parque, em São Paulo, numa turnê que começa no dia 8 em Porto Alegre, no Beira Rio. A turnê 14 On Fire será capitaneada, no Brasil, pela empresa Planmusic, de Luiz Oscar Niemeyer (que já tinha realizado o mitológico show dos Stones na Praia de Copacabana, em 2006, para 2 milhões de pessoas). Suas Satânicas Majestades vão varrer de novo o País, 52 anos após o início do grupo. Simultaneamente, a editora Record está lançando um dos últimos livros sobre o grupo, The Rolling Stones - A Biografia Definitiva. O autor, Christopher Sandford, já tinha escrito biografias de Jagger, Richards e Roman Polanski, e é um expert no grupo britânico. Sandford falou ao Estado por e-mail.
Stones chegam em março com nova turnê
Estão dizendo que esta pode ser a última turnê dos Stones. O que você acha?
Tudo que posso dizer é que conheci o pai de Mick Jagger, Joe, perto do fim da vida (morreu aos 93 anos), e ali pelos 80 anos ele ainda era forte, cheio de energia, um homem ambicioso, ex-treinador de educação física. A mãe de Jagger, Eva, que também conheci quando já estava perto dos 90 anos, era vivaz, falante, o tipo de pessoa que amava tanto dar quanto ir a uma festa. Isso pode dar a você uma ideia do tipo de gene envolvido. Pessoalmente, acho que vamos continuar a ver shows esporádicos dos Stones nos próximos anos, porque já houve tantas previsões de que eles estariam largando os palcos que podem finalmente realizá-las. Mas, nesse ponto da vida deles, é possível ainda que nem eles mesmos saibam disso.
Seu livro não chegou até o suicídio da mulher de Jagger, L’Wren Scott, este ano. Como acha que aquele fato afetou o grupo?
Nunca encontrei L’Wren Scott, e temo não poder trazer nenhuma luz sobre a morte dela, em março. Mas, numa análise superficial, poderia atribuir aquilo ao universo da indústria da moda em si mesmo, que é, por definição, um meio não especialmente estável ou consistente para se trabalhar.
Jagger emitiu uma nota quando ela morreu, dizendo que ainda estava tentando entender o que a tinha levado ao suicídio.
Jagger estava de volta aos palcos na Europa exatas 9 semanas após a morte de L’Wren. E deu a sua costumeira e completa performance. Você pode julgar isso como frieza, ou que é o jeito dele de encarar o fato, uma alternativa melhor do que ficar sentado sofrendo dia após dia, ou que isso comprova aquela tradição britânica de “o show tem que continuar” quaisquer que sejam as circunstâncias. Eu posso acrescentar que ele fez exatamente a mesma coisa quando o seu pai, Joe, morreu, em 2006. Mick voltou ao palco em Las Vegas 24 horas após a perda, uivando hits como Jumpin’ Jack Flash.
Você calculou a fortuna de Jagger em £ 240 milhões. Em sua opinião, o que o motiva a continuar no palco? Só dinheiro?
Eu costumo dizer que Jagger é provavelmente motivado por uma combinação de energia natural, ambição e necessidade financeira. É verdade que ele tem muito dinheiro, mas também tem muito mais despesas que eu ou você. Algo como seis grandes mansões, sem mencionar as diversas mulheres e filhos. Não estou dizendo que ele “precise do dinheiro”, porque também sei que ele fica feliz em tê-lo. Você vai observar que, após uma carreira de 52 anos, eles muito raramente colaboraram com caridade.
Você cita um crítico que descreve as pinturas de Ron Wood como “constrangedoras”. Mas parece que você mesmo evita dar sua opinião sobre certos aspectos da produção dos Stones.
Creio que também escrevi no livro que Wood acabou dando a última risada em cima dos seus críticos, porque alguns dos seus retratos de celebridades foram vendidos por US$ 1 milhão cada, mais do que Van Gogh, Gauguin e Cézanne juntos conseguiram em suas vidas. Como regra, nunca cito um crítico sem assinalar o contexto da crítica, e sempre pondo uma opinião alternativa.
Você levantou a ficha dos Stones no FBI americano. Mas, ao contrário de Lennon, eles nunca encararam o establishment de verdade. Estou errado?
Os Stones têm um recorde perfeito de 52 anos de apatia política. É verdade que Jagger flertou brevemente com os Panteras Negras e um ou outro grupo radical entre 1968 e 1969, mas eles nunca saíram verdadeiramente dos guard rails da normalidade social e do comportamento político de cada época. Só um exemplo: após Jagger casar com Bianca, em 1971, ela imediatamente passou a intimá-lo para tentar engajar Mick nos seus compromissos políticos. A resposta dele veio em forma de música, em 1974: It’s Only Rock n’ Roll (But i Like it). Isso diz tudo.
Já vi os Stones com Bob Dylan e uma dezena de convidados. O que significam esses encontros?
Creio que esse tipo de colaboração VIP é simplesmente um jeito bom e inócuo de adicionar valor ao preço dos tickets pagos pelos fãs de hoje em dia. Vi um show deles com Bruce Springsteen e até gostei, embora as harmonias entre ele e Jagger, naquela época, soassem como as de dois furões brigando dentro de um saco. Tem uma história antiga, um desagradável incidente em Denver, em 1975, quando Elton John se juntou aos Stones para cantar Honky Tonk Women. Ele tinha sido convidado para apenas uma canção, mas, quando terminou, ele não conseguiu sair do palco porque começou uma briga entre um de seus guarda-costas e o pianista dos Stones, Billy Preston. Billy reclamava que o sujeito tinha se apoderado do seu banquinho. Um certo gelo se criou entre Elton John e Keith Richards, mas acho que já foi superado.
Você acha que a arte ainda está entre as preocupações deles hoje?
Acho que o que os move é uma instigante combinação de arte, dinheiro e uma reserva de sua energia de juventude. Não esqueça também que eles têm o mais refinado suporte: jatos privados, limusines, guarda-costas, advogados, os melhores médicos que o dinheiro pode comprar. Isso explica em parte o fato de estarem ainda na estrada.
Pouco se falou até agora sobre a política externa da candidata Marina Silva. Mas, se eleita, ela terá uma aliada de peso entre as personalidades norte-americanas: a ex-secretária de Estado e ex-senadora Hillary Clinton, considerada hoje a maior aposta dos democratas para a sucessão de Barack Obama, daqui a dois anos. Ela e Marina se conheceram num chá no Palácio da Alvorada, em outubro de 1995, promovido pela primeira-dama Ruth Cardoso em homenagem à então primeira-dama dos EUA. Hillary voltou ao Brasil, em 1997, acompanhando Bill Clinton numa visita de Estado. No coquetel do Itamaraty, o presidente fez questão de conhecer a senadora brasileira. Fernando Henrique Cardoso serviu de intérprete para os “dois dedos de prosa” entre Marina e os Clinton. Agora, há quem aposte que Marina contará com Hillary para reforçar os laços Brasil-Estados Unidos, dentro do que foi exposto no programa de governo da candidata do PSB: “É chegado o momento de uma clara determinação para desenvolver um diálogo maduro, equilibrado e propositivo com Washington, que não dramatize diferenças naturais entre parceiros com interesses econômicos e políticos reconhecidamente amplos”, diz o texto lançado na sexta-feira pelo PSB. Diante das diferenças que marcaram as relações entre os dois países nos últimos tempos, Marina se torna para os norte-americanos uma candidata palatável.
O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que disputa uma vaga na Câmara Federal, diz que ficou muito satisfeito com a reforma política do programa de governo de Marina Silva (PSB).
“Marina propõe exatamente o que propõe a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 267, de minha autoria, apresentada em 2001 na Câmara dos Deputados, que prevê alteração do artigo 45 da Constituiçao determinando a eleição dos candidatos individualmente mais votados para a Câmara Federal, Assembléias e Câmaras Municipais, acabando com o quociente eleitoral”
Para Bivar, a escolha dos mandatos parlamentares pelo voto direto é uma idéia democrática que combate definitivamente as migrações partidárias e coligações de agremiaçoes sem ideologia partidária que surgem a cada eleição.
“Os votos preferenciais devem determinar a ordem dos eleitos que dão o maior peso à votação popular e diluir o quociente eleitoral é permitir a eleição da livre escolha por parte dos eleitores”, disse o candidato.
Presidenciável deu declaração a jornalistas antes de participar de jogo com ex-atletas em clube do Zico
Candidato à presidencia Aecio Neves no CT do Zico para participar de um jogo de futebol - Carlos Ivan / Agência O Globo
O candidato à Presidência do PSDB, Aécio Neves, disse na tarde deste domingo, durante agenda no Rio de Janeiro, que a principal interpretação das pesquisas de intenção de voto é a de que o governo da presidente Dilma Rousseff não será reeleito e o PT deixará o poder. Sobre a sua posição em terceiro lugar nas sondagens, atrás de Marina Silva (PSB), empatada com Dilma em primeiro, ele disse que ainda há tempo de os brasileiros compararem os projetos políticos alternativos antes da escolha definitiva.
— O atual governo fracassou. Essa é a questão central. E não vencerá as eleições o grupo que hoje está no poder. Das duas alternativas competitivas que aí estão, nós apresentamos uma, coerente com nosso passado e o que queremos fazer pelo Brasil. A população vai ter oportunidade de avaliar essas propostas, até porque não há nada de mais velho na política do que o discurso adaptado às circunstâncias do momento — afirmou.
Sobre o tom das críticas que tem feito à Marina, disse que isso não o afasta de um apoio dela se chegar ao segundo turno.
— Ao contrário, eu tenho sempre ressaltado que respeito todas as candidatas, especialmente Marina. Cobro que cada candidato diga com clareza o que pretende fazer adiante — disse Aecio, pouco antes de entrar em campo para um jogo com ex-atletas, artistas e políticos no centro de futebol do ex-jogador Zico, na Zona Oeste do Rio.
Cantor chegou a confirmar gravação de vídeo em homenagem a Eduardo Campos, mas desistiu
“Quanta coisa se mexe com esse grito”. Em uma postagem no Facebook na tarde deste sábado, o cantor e compositor Caetano Veloso declarou apoio à candidata à Presidência Marina Silva (PSB), tecnicamente empatada com a presidente Dilma Rousseff no primeiro turno, segundo a última pesquisa Datafolha. O cantor, que votou na verde nas eleições de 2010, celebra o fato de a ex-senadora, “a segunda mulher presidente e o primeiro postulante de pele escura” poder chegar ao Palácio do Planalto, e diz ver que a sociedade brasileira está se movimentando “para crescer com dores suportáveis”: “O que está à nossa frente é a nossa respeitabilidade como nação. Recusar isso seria estar cego para toda luz”, escreve.
Caetano disse também não ter rejeição aos economistas liberais que cercam Marina, referindo-se ao economista André Lara Resende e a Eduardo Giannetti, um de seus conselheiros na campanha. O economista mineiro defende que, caso eleita, a candidata busque se aproximar dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Mas a escolha de Caetano foi criticada por fãs nas redes sociais. Pouco depois da publicação apoiando Marina, uma enxurrada de comentários negativos brotaram no Facebook do cantor.
“Que decepção, Caetano”, “Agora você caiu no meu critério” e uma série de outras críticas mais duras, em que internautas chamaram Caetano de conservador e incoerente.
Além de ter votado em Marina Silva nas eleições de 2010, em que a pessebista, ex-PV, ficou em terceiro lugar nas pesquisas, com quase 20 milhões de votos, Caetano Veloso tinha relação de proximidade com Eduardo Campos. O diretor de cinema Guel Arraes, tio do ex-governador de Pernambuco, morto em um acidente de avião, é amigo antigo de Caetano. Depois da morte de Campos, o cantor foi sondado pela equipe de campanha do PSB e chegou a topar gravar um vídeo para a campanha em homenagem ao ex-governador, mas acabou desistindo.
Leia, abaixo, a íntegra da publicação feita por Caetano Veloso no Facebook:
“MARINA PRESIDENTE. Quanta coisa se mexe com esse grito! A segunda mulher presidente e - detalhe de grande força que não tem sido lembrado - o primeiro postulante de pele escura. Com seus elegantes traços, resultado óbvio da mistura de cafusos com mamelucos, Marina, além de vir do coração da Amazônia (onde a lei faz quase desesperados esforços para instalar seu império), da luta ao lado de Chico Mendes, da fase heróica do PT, ela significará a chegada de evidentes fenótipos negros no posto da Presidência da República. Isso não é pouco. Sentirei orgulho (todos sentiremos coisas diferentes sobre o Brasil) ao ver seu rosto representando nosso país nas imagens que se espalharem pelo mundo. Mas há mais. Muito mais.
O tom digno com que Marina mantém, desde sua útlima tentativa eleitoral majoritária, a determinação de levar à frente os avanços conquistados por FH e Lula. A coerência íntima com que ela se manifesta ao longo dos anos (que é diferente do mero repetir a mesma coisa). Sou dos que sempre quiseram que o país aproveitasse o que essa sucessão de lutadores pela democracia nos legou. Eu já disse em entrevista que, diferentemente de alguns amigos esquerdistas, não tenho rejeição pelos economistas de base liberal que se acercam de Marina.
Pelo contrário, dado o conteúdo do primeiro livro de Eduardo Gianetti, “Vícios privados, benefícios públicos?”, em que o ponto de interrogação define o liberalismo crítico que se expande pelas páginas que não deixam de lado nem mesmo o suspeito desprezo da filosofia europeia pelo homem tropical, e também dos últimos escritos de André Lara Resende, em que a obsessão com o crescimento perene é posta em cheque, não vejo por que jogar fora a liderança de uma mulher com esse histórico sobre técnicos que são também pensadores. Vou votar em Marina como votei em Lula em 2002. E, mais, como votei em Marina em 2010.
Chorei na cabine no momento Lula (havia toda a simbologia da chegada dele à presidência e demasiadas complexidades em minha vida). Senti felicidade ao votar em Marina em 2010: saber que contribuía para fazer forte a marca de sua presença no imaginário nacional!...
Agora, vejo o momento Marina. Irresistível. Cheio de promessas e insinuações. É a sociedade brasileira se movimentando para crescer com dores suportáveis. O que está à nossa frente é a nossa respeitabilidade como nação. Recusar isso seria estar cego para toda luz”.
Estima-se que, em dez anos, energia eólica corresponderá a 11% da matriz brasileira
Estima-se que energia eólica corresponderá a 11% da matriz energética brasileira em dez anos (Cristiano Mariz/VEJA)
O segmento de energia eólica vai investir cerca de 15 bilhões de reais no país neste ano. E a perspectiva é manter esse patamar de investimentos nos próximos anos, incluindo a participação nos leilões de energia promovidos pelo governo, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Elbia Melo. Em dez anos, a energia eólica deve corresponder a 11% da matriz energética brasileira, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Para Elbia, um dos maiores desafios do setor no Brasil é o desenvolvimento da cadeia produtiva para garantir o andamento dos projetos e manter o índice de nacionalização, critérios básicos para conseguir financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela concorda com as exigências, mas lembra que a cadeia produtiva tem que evoluir rapidamente para que os projetos possam entregar a energia contratada nos leilões. "É um desafio que chamamos de emergencial. Temos que fabricar equipamentos. O adensamento da cadeia produtiva talvez seja hoje o ponto de maior atenção."
O chefe do departamento da área de operações industriais do BNDES, Guilherme Tavares Gandra, explicou que o critério foi adotado em 2012 dentro da modelagem dos financiamentos para incentivar o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional. "Desde o início da metodologia, temos cerca de 22 novas unidades industriais e 15 expansões. Estamos falando aqui de 37 projetos de investimentos", diz.
Na avaliação de Elbia Melo, com a diversificação da matriz energética brasileira que já está acontecendo, a tendência é a redução da participação das hidrelétricas e de aumento das fontes renováveis no futuro. "Nesse processo, a energia eólica é a atriz principal. Ela vai ser rapidamente a segunda fonte a participar da matriz. Do ponto de vista da oferta, nós não temos problema em termos de potencial. O setor eólico está em um momento virtuoso e vai continuar nesta trajetória, tendo em vista a base que a indústria construiu no Brasil", explica.
Segundo a presidente da Abeeolica, um fator importante que será trabalhado neste momento é encaminhar ao governo o pedido de escalonar as entregas de energia do que foi vendido nos leilões. "Essa é uma demanda importante que a indústria vai levar para o governo. Não fica em um período único e as fábricas têm tempo de programar a sua produção", diz.