Alexandre de Moraes no Centro de Divulgação das Eleições e Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Valter Campanato/Agência Brasil/Redes Socais/Shutterstock
Oday after da eleição presidencial trouxe uma certeza definitiva: se os que ficam dizendo o que vai acontecer recebessem uma transfusão de sangue dos que fazem acontecer, a vida seria bem mais difícil para os pilantras. O que vai acontecer, prezado gato mestre, você não sabe. Ainda depende da ação daqueles que não estão sentados dizendo o que vai acontecer. Não é que seja assim agora. É assim sempre. A vida é assim.
No momento atual, a população que voltou às ruas o fez por um motivo muito simples: ela não confia nos juízes da eleição. E não confia porque eles não permitiram que a votação pudesse ser conferida — o que essa mesma população pediu democraticamente e recebeu como resposta a censura. Já a suposta maioria do vencedor ninguém viu na rua, nem em lugar nenhum.
Os caminhoneiros não pararam contra o resultado da eleição. Pararam porque, como a totalidade da população que vive do seu trabalho, pediram eleições limpas e não foram atendidos. Eleição limpa tem que poder ser auditada e não precisa de censura. Isso não é trivial. É grave. E quem acha que deve reagir, de alguma forma, à gravidade da situação não está preocupado com os visionários de teclado explicando que tudo dará em nada.
O tribunal que presidiu a eleição censurou quem não tratasse como inocente um candidato que jamais foi absolvido. Esse tribunal apresentou esse criminoso como ganhador da eleição. Essa eleição foi presidida e fiscalizada pelos mesmos que anularam a condenação do criminoso. Ou você finge que isso é normal ou finge que quer a democracia.
Então ficamos assim: o juiz solta o ladrão e apita abertamente contra o adversário dele, sem VAR e com censura. Aí… Surpresa! Vitória do candidato que não pode andar nas ruas (memória não dá para censurar). Bem, se as quatro linhas viraram triângulo das bermudas, pelo menos expliquem quais são as novas regras do jogo.
A eleição presidencial de 2022 não ficará na história como aquela disputada por um ladrão. Ficará na história como aquela disputada por um ladrão com o apoio de pessoas que sabiam que ele era ladrão e pensaram que poderiam apoiá-lo sem deixar de ser honestas, mas se enganaram. E se traíram ao ressurgir, depois de passar quatro anos sem reconhecer o resultado das urnas, morrendo de pressa para botar a coroa na cabeça do ladrão descondenado pelos juízes da eleição.
Essa desonestidade de boa aparência tem a cumplicidade involuntária dos analistas de conjuntura (há meia dúzia em cada esquina), sempre aflitos para te contar como será o amanhã
Essa desonestidade de boa aparência tem a cumplicidade involuntária dos analistas de conjuntura (há meia dúzia em cada esquina), sempre aflitos para te contar como será o amanhã. Eles não apoiam ladrão, mas dá no mesmo. A roda da história tem que pedir autorização a eles para girar, e o povo não pode sair de casa sem uma dose das suas profecias esterilizantes.
Lula nunca ia ser preso. Nem mesmo indiciado. Era impossível pegar o Lula. Jamais um grande empreiteiro iria em cana no Brasil. O sistema é foda, parceiro… etc, etc, etc. A Lava Jato ia morrer na praia porque a Dilma tinha sido reeleita apesar da avalanche de crimes já expostos. Agora sabemos que podemos contar com esses oráculos de esquina para dizer que a ditadura do Supremo é inevitável.
Os sabichões atracados às suas análises GELpolíticas (e bota gel nisso) são incapazes de enxergar um povo decidido a não virar, como diria o poeta, serviçal de puteiro.
Leia também “Feliz Dia das Bruxas”
Revista Oeste