sexta-feira, 3 de julho de 2020

"A cultura do lacre fiscaliza, censura e destrói a liberdade de expressão", por Filipe Altamir

Felipe Neto, um dos principais pontuadores da “lacrolândia” da internet, sofreu ataques pesados da própria turma esquizofrênica da nova esquerda com seu tradicional patrulhamento linguístico para filtrar palavras, termos e expressões adequadas. 
Dessa vez, o influenciador progressista recebeu de volta todo o rigor do patrulhamento esquerdista após utilizá-lo para tentar policiar youtubers que não criticaram o governo e até o próprio Neymar.
Após fazer uma piada consigo mesmo sobre ter engordado durante a quarentena, a patrulha imediatamente tratou de silenciar o influenciador alegando que fazer piada com ganho de peso é uma manifestação cruel e virulenta de “gordofobia” – como se a obesidade, a alimentação desregrada e a falta de exercícios fosse algo louvável digno de contemplação máxima, ignorando todos os protocolos de saúde do mundo inteiro que alertam diariamente para os perigos do péssimo hábito alimentar e o tratamento da obesidade como uma doença.
A esquerda vai de contramão às orientações dos profissionais de saúde e subvertem toda a concepção objetiva ocidental dos padrões de beleza, mesmo que isso culmine em uma propaganda irresponsável da obesidade. 
Não existe certo e errado, lema máximo do relativismo moral e ético e bandeira de destaque levantada pela esquerda pós-moderna. 
Também nesse seguimento, não existe o belo e o feio; tudo é relativo. Tudo pode ser bonito, basta você acreditar que sim. E caso não concorde, será configurado como um monstruoso sociopata insensível ao subjetivismo esquizofrênico moral da esquerda.
Bom, se não existe parâmetros morais objetivos, verdades imutáveis e nem concepções objetivas do que é belo, então qual o sentido de haver debate público, processo dialético de confronto de ideias e discussões? Se tudo é belo, então o que seria considerado esteticamente feio? Com uma ausência do referente do que seria feio ou desordenado, perde-se o senso natural de escala de valores e hierarquia na sociedade. 
Algumas coisas são melhores que as outras, algumas pessoas são mais belas que as outras e há atitudes louváveis e reprováveis. Se não temos como escalonar aquilo que é bom ou ruim, belo ou feio, logo nada faz sentido e qualquer avaliação da realidade perde sua validade objetiva.
Com uma militância incansável pelo subjetivismo máximo e relativismo desenfreado, a esquerda militante contribui para a perda total do horizonte de consciência e percepção naturais da humanidade. 
Séculos de técnica, precisão e ordenação transcendente nos traços da arquitetura, na construção de quadros e na elaboração de pinturas magníficas perdem seus significados objetivos quando não se é possível estabelecer parâmetros do que é belo ou não. 
Ao militar que qualquer tipo de corpo, adorno, acessório e corte de cabelo não pode ser julgado como belo ou feio, então absolutamente nada faz sentido e a vida perde seu senso natural de significado transcendental.
Uma privada torna-se artefato artístico máximo, pois não é belo, mas é lacrador. Enquanto que um quadro minuciosamente elaborado com a mais alta técnica, precisão, estética e senso moral transcendental transmuta-se numa arma ardilosa do senso burguês estético objetivo repressor que deve imediatamente ser suprimido do imaginário popular ocidental. 
Toda essa noção de subversão dos valores e fatos objetivos contribui para que isso tenha repercussão no senso padrão estético na humanidade e seus traços corporais. 
É por esse motivo que vemos inúmeros exemplos de pessoas belas que tornaram-se figuras horrendas fisicamente e moralmente após a lavagem cerebral nas universidades federais, fator esse que já chegou a virar meme na internet sob o título de “antes e depois da federal”.
Essa descaracterização natural do que é intrinsecamente belo e humano parte justamente dessa noção básica do relativismo moral e estético. A crença de que existem padrões naturais manifestados conforme a evolução humana é encarado como uma normativa arbitrária burguesa, patriarcal e que deve ser abolida em nome da “libertação” da humanidade. O filósofo e esteticista Roger Scruton tratou com maestria e alertou para a consequente decadência moral e espiritual de uma sociedade que negligencia a importância do belo na humanidade, nas artes e arquitetura. 
Aquilo que enxergamos nas pessoas e nossa noção sobre as artes revela o nosso estado espiritual da época. O esvaziamento do sentido, o niilismo cultural latente, a liquidez dos relacionamentos e a fraqueza moral dos nossos povos projeta-se também nas manifestações artísticas através das pinturas, arquiteturas, obras literárias e na música.
Toda essa minha reflexão sobre a decadência moral, cultural, estética e artística partiu de um exemplo prático de relativismo moral e as consequências da cultura do lacre que parte desses pressupostos socioconstrutivistas. Felipe Neto é insignificante substancialmente, desprovido de cultura literária e inteligência, mas é um desmiolado que possui holofotes, uma patrulha de gados obedientes e um alcance enorme de idiotas lobotomizados numa guerra pela destruição de tudo aquilo que é belo e foi construído à custo pela civilização ocidental. Ele tem alcance grande demais para ser ignorado, e todo essa conduta patrulhadora da esquerda com seu relativismo generalizado deve ser denunciado e reflete diretamente a decadência ocidental espiritual e moral, em todos os seus aspectos e facetas. 
Uma sociedade cuja referência é um youtuber desmiolado de cabelo colorido condena boa parte de sua juventude à perdição intelectual, relativismo moral e simboliza uma decadência efusiva no espírito da época.

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