domingo, 24 de maio de 2020

"Quem nunca falou um palavrão que atire a primeira pedra", por Bernadete Freire Campos - Psicóloga


“Tudo que nos irrita nos outros pode levar-nos a uma melhor compreensão de nós mesmos” (C.G. Jung)
A política do nosso país está passando por uma grande mudança de paradigma.
A maioria dos eleitores não se identifica mais com os atuais representantes de cargos nas câmaras municipais, nos estados, e, inclusive nos três poderes: legislativo, executivo e judiciário.
Desde o surgimento de personalidades como Trump e Bolsonaro, o perfil de como deve ser um político de sucesso virou de cabeça para baixo.
Aquele velho modelo de comunicação cuidadosa, educada e demagoga enfastiou a população.
E eis que surge um candidato excêntrico e de reputação duvidosa e vence a eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016.
No Brasil, Jair Messias Bolsonaro, candidato sem expressão política foi eleito presidente do Brasil em 2018.
Trump e Bolsonaro, ambos de partidos de direita, inauguram o novo perfil político nada convencional. Fenômeno difícil de ser engolido pelos partidos de esquerda.
Vejamos o exemplo do nosso presidente Jair Bolsonaro. Eleito exatamente por expressar características de personalidade avessas ao que se espera de um líder político.
Vindo de uma campanha desgastante, em que teve que enfrentar os ferozes adversários, um atentado à sua vida (facada) e muitos outros dissabores. Não há dúvida que o diferencial para ganhar a eleição foi despertar a confiança do povo com a sua personalidade reativa, intempestiva, ousada e autêntica. A autenticidade é a sua cereja do bolo.
Ele ganhou notoriedade por não aguentar provocações dos colegas e da mídia. Faz questão de permanecer assim ainda hoje, apesar das constantes encrencas em que se mete, como podemos constatar no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.
Um mês após, a oposição assiste ao vídeo, ávida por um novo descobrimento do Brasil.
O jornal "o globo" divulgou que foram descobertos: 42 palavrões: sendo 34 do líder Bolsonaro. A globo contou 37, sendo 29 do presidente e 08 dos ministros. E outros jornalecos divulgaram outros números. Essa mídia não alcança exatidão nem nos números? Estou com vergonha. Não dos palavrões do Presidente. Pois, esses são irrelevantes mediante as graves e reais denúncias feitas na reunião, sobre abusos dos direitos do cidadão, tais como prisão de mulheres e comerciantes, denúncia de infecção proposital de índios pelo coronavírus (crime), a perseguição ao presidente, etc.
Ah, não viram? Algum jornal deu manchete a esses fatos?
Voltando aos palavrões, observo que é corriqueiro o uso deles em muitos ambientes e mídias sociais. Dei uma volta no twitter e encontrei centenas de palavrões, endereçados a pessoas e autoridades, incluindo o presidente. Será que essa gente que critica quer os direitos autorais dos palavrões? Ou é pura hipocrisia mesmo?
Apesar da humilhação de ter que se submeter a expor uma reunião sigilosa para o mundo, o que se viu foi um comandante tentando alertar a sua tripulação de que as turbulências não podiam ser ignoradas, e quem não estivesse a vontade à bordo desse governo, estava na aeronave errada.
Com essa crise na saúde, na política e na economia, com estresse acumulado ao longo de mais de um ano de governo, sem trégua, vivendo no modo “luta ou fuga”, com altos índices de cortisol no sangue, não dá para medir palavras. O que importa é o conteúdo da reunião. E ficou evidente que há um presidente comprometido com o povo, e quer de fato, um país próspero e feliz para todos. Com o apoio do povo ele vai amadurecendo como líder sem precisar deixar de ser ele mesmo.
A autenticidade tem seu preço e nem sempre é compreendida tal como deveria. A pessoa autêntica, precisa enfrentar os outros, aprender a dizer não e arcar com as consequências dos desafetos e dos protestos.
É viver no tempo presente, orientado pela intuição. E neste mundo político isso é novidade. Pois, o ser humano que ousa existir de modo original, sem ser objeto nas mãos outros, gerenciando a si próprio, não passa de um subversivo. Um pecado imperdoável, porque inspira os outros a fazer o mesmo.
Quanto aqueles que se escandalizam com as falas do presidente, deveriam seguir o conselho de C.G.Jung, e entender que:
"O melhor trabalho político, social e espiritual que podemos fazer é parar de projetar nossas sombras nos outros”
E eu desejo que possamos aprender a respeitar a hierarquia e honrar o Bolsonaro, para que ele tenha o direito de entrar para história como o primeiro presidente autêntico, aquele que pôs fim na era de políticos demagogos e camaleônicos.
Pode ser visto por enquanto, como o imperfeito, pois, segundo o mestre Bert H. “só o imperfeito pode evoluir. O perfeito já se estagnou, cristalizou-se. Portanto só o imperfeito tem futuro”.

Bernadete Freire Campos

Psicóloga com Experiência de mais de 30 anos na prática de Psicologia Clinica, com especialidades em psicopedagogia, Avaliação Psicológica, Programação Neurolinguística; Hipnose Clínica; Hipnose Hospitalar ; Hipnose Estratégica; Hipnose Educativa ; Hipnose Ericksoniana; Regressão, etc. Destaque para hipnose para vestibulares e concursos.

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