quarta-feira, 8 de abril de 2020

Presidente do BC, Roberto Campos Neto diz que pode atuar de maneira mais forte no câmbio se for necessário

Campos Neto reafirmou que o BC tem um arsenal grande para lidar com a crise Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
Campos Neto reafirmou que o BC tem um arsenal grande para lidar com a crise
Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira que a atuação da autoridade monetária no câmbio até aqui tem sido apropriada, mas enfatizou que está preparado para fazer algo “mais forte” se necessário. Campos Neto participou de uma videoconferência com representantes do banco Credit Suisse.
- Entendemos que as intervenções têm sido feitas de forma apropriada, mas de novo, sempre enfatizando o princípio da separação e entendendo que mais recentemente o Brasil teve uma depreciação maior, nós temos atuado e podemos a qualquer momento atuar de maneira mais forte do que temos atuado até então - disse.
O presidente do BC ressaltou que o câmbio é flutuante e que existe uma política para evitar os excessos e estabilizar o mercado.
Campos Neto disse que há, por parte do mercado, uma defesa de programas mais agressivos no mercado de câmbio, mas que entende que o mais importante é dar liquidez.
- Sempre entendemos que era importante dar liquidez, não influenciar a trajetória de preço, mas sempre olhando para o Real em relação a outras moedas, nós temos um arsenal bastante grande. - disse.

‘Voltar ao trilho’

Campos Neto também afirmou que o país tem condições de voltar para as políticas econômicas que estavam em curso antes dos efeitos da pandemia do coronavírus.
O presidente do BC defendeu que a agenda original do governo seja retomada, com as reformas estruturais e o incentivo da produção privada. Ele ressaltou que as principais medidas adotadas para o enfrentamento da crise tem caráter temporário.
- Nosso trabalho de comunicação e elaboração das medidas é sempre elaborar com dispositivos que nos coloque na rota, no trem no trilho de novo assim que a crise passar - afirmou.
O presidente do BC avaliou que as medidas adotadas pela autoridade monetária até este momento foram boas e rápidas, mas que, se necessário, estão estudando mais ações para o futuro.
- O que dá pra fazer é passar credibilidade para as pessoas que o governo está aqui, que o governo vai ajudar, que o governo não vai deixar ter nenhuma ruptura, que vai olhar os setores mais prejudicados - afirmou.
Gabriel Shinohara, O Globo