O presidente Jair Bolsonaro convidou nesta segunda (27) André Mendonça, ministro da AGU (Advocacia Geral da União), para assumir o Ministério da Justiça.
Segundo aliados do ministro, ambos tiveram uma conversa mais cedo. Mendonça não deu uma resposta final ao convite, mas, segundo interlocutores dele, deverá aceitar.
Se Mendonça for confirmado, a tendência é que Bolsonaro faça uma cisão no Ministério da Justiça e crie a pasta da Segurança Pública.
Neste caso, a expectativa de assessores do presidente é que ele nomeie Anderson Oliveira, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, para a função.
No domingo (26), Bolsonaro chegou a dizer a deputados e assessores que indicaria o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira.
Nesta segunda (27), no entanto, ele ponderou que a mudança poderia prejudicar o andamento da SAJ (Subchefia para Assuntos Jurídicos), que também é subordinada a Oliveira.
O posto é considerado estratégico, uma vez que é responsável pela edição das medidas provisórias e dos decretos presidenciais. O chefe do órgão também despacha diariamente com o presidente, tendo acesso a informações confidenciais e sensíveis.
Nesta segunda, Bolsonaro fez consultas a integrantes do Judiciário e também ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, sobre a possibilidade de haver um impedimento legal em nomear Oliveira para a Justiça.
O advogado-geral da União tem mais bagagem jurídica que Oliveira, por isso, representaria uma nomeação mais técnica para a Justiça. A transferência de Mendonça fortalece a indicação de seu nome para uma das duas vagas a que Bolsonaro terá direito de preencher no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele já disse que considera o nome do ministro, a quem se referiu como "terrivelmente evangélico". A indicação atenderia a um apelo da bancada evangélica, que pediu ao presidente que um representante da religião ocupe um cargo no Supremo.
Nesta segunda, Bolsonaro afirmou que o novo ministro da Justiça deve ser nomeado nesta terça-feira (28). Segundo ele, o novo titular do cargo deve ter um perfil de diálogo com outros Poderes.
"[Será alguém com] capacidade de dialogar com outros Poderes, que tenha boa entrada no Supremo, no TCU [Tribunal de Contas da União], no Congresso.”
Bolsonaro manteve suspense sobre a escolha, mas disse que Oliveira continuava cotado e que André Mendonça era “um bom nome”.
Em relação à escolha para a PF, Bolsonaro defendeu Ramagem. O presidente disse que o conheceu na campanha eleitoral de 2018 porque ele fazia parte da equipe de sua segurança como candidato.