quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Biogás traz novos caminhos para a indústria de cana

A indústria brasileira de cana já tem uma boa participação na geração de energia renovável, por meio da produção de etanol e da geração de vapor e de eletricidade.
Mas as usinas poderão dar um passo significativo a partir de agora com a geração de biogás. Algumas das principais empresas do setor já estão investindo nesse segmento, utilizando produtos subutilizados do processamento de cana. Entre eles, vinhaça, outros resíduos do processo de moagem e folhas.
A avaliação é de Andy Duff, do Rabobank. Para ele, esse biogás é adequado para a queima de energia de geradores de eletricidade e pode ser usado como substituto do gás natural para uso industrial e doméstico.
No futuro, será possível o uso de metano gerado dessa maneira como substituto do diesel nos tratores e caminhões envolvidos na operação de safra da cana, reduzindo em muito os custos das usinas. Além disso, a utilização desse combustível favorece a redução de emissões de gases do efeito estufa, afirma Duff.
O caminho é longo, mas a aliança entre as principais empresas dos setores sucroenergético e da indústria de tratores e de caminhões abre espaço para avanços.

À ESPERA DE UM MERCADO MAIS LIVRE PARA O AÇÚCAR

A China deverá importar 4 milhões de toneladas de açúcar na safra 2019/20, que se iniciou em outubro e terminará em setembro do próximo ano.
Os chineses prometem um mercado com menos intervenções no próximo ano, o que poderá favorecer o Brasil.
Nas safras recentes, a China colocou uma salvaguarda para proteger a indústria nacional com alíquotas de importação que chegavam a 95% do valor produto. Essa alíquota não era para todos os países, mas afetava o diretamente o Brasil.
O prazo dessa salvaguarda termina em maio do próximo ano, e o país asiático deverá retornar à alíquota de 50%, que será imposta a todos os países exportadores da commodity.
Segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o consumo chinês de açúcar na safra 2019/20 será de 15,8 milhões de toneladas. O governo, que tem estoques de 4,3 milhões de toneladas, começa a liberar produto para o mercado.
A produção total chinesa de açúcar é insuficiente para o consumo, Nesta safra, serão produzidos 10,8 milhões de toneladas. Desse volume, 9,3 milhões virão de cana-de-açúcar.
Na safra anterior, o Brasil forneceu 54% do açúcar importado pelo chineses.
Mauro Zafalon, Folha de São Paulo