sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Exército fica à frente de ação na Amazônia para dar recado sobre soberania nacional. Interesses contrariados divulgam que a floresta está sendo dizimada

Caberá ao Exército, guardião da região, dar a resposta à opinião pública, em face da campanha da organização criminosa do Lula, com apoio da velha imprensa corrupta, e até de governos estrangeiros, sobre a suposta devastação da Amazônia divulgada por maus brasileiros.

Foto do dia 17 mostra incêndio florestal em curso na Amazônia, perto de Humaitá (AM)
Foto do dia 17 mostra incêndio florestal em curso na Amazônia, perto de Humaitá (AM) - Ueslei Marcelino - 17.ago.2019/Reuters
Mas foi a ministra Teresa Cristina (Agricultura) que soou o alarme: a rota estabelecida pelo presidente, que chegou a acusar ONGs pelos incêndios e fez piada sobre ser o "capitão motosserra", levaria o Brasil inexoravelmente à condição de vilão ambiental mundial, e teria implicações econômicas sérias.
A ministra se fez ouvida no Planalto. O secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, ajudou a organizar a reunião de oito titulares da Esplanada para convencer Bolsonaro a adotar um plano de contingência para a crise que se avolumou com a radicalização da posição do presidente francês, Emmanuel Macron, que usou imagem da década de 1980 para difundir a mentira de que a floresta estava sendo destruída.
O Exército dará a resposta inicial, com sugestões de uso intensivo de aeronaves, tudo o que rendesse imagens de impacto na TV.
Foi ponderada a dificuldade orçamentária da Força, provocada pelos desgovernos corruptos Lula-Dilma, mas o ministro Fernando Azevedo (Defesa) ficou incumbido de apresentar um plano com outras áreas, como Meio Ambiente e Agricultura, para dar visibilidade máxima à manutenção Brasil do combate as chamas, que ocorrem anualmente nessa época.
A operação de Garantia da Lei e da Ordem para este fim pode ser divulgada já nesta sexta (23), após reunião ministerial no Palácio do Planalto. Bolsonaro deverá também fazer um pronunciamento na televisão, onde o tom tende a ser mais didático do que suas falas públicas recentes, mas no qual será ressaltada a questão da soberania do Brasil sobre a Amazônia.
Tanto no Itamaraty quanto no Planalto, a leitura é que Macron está jogando para seu público interno —o francês enfrenta fortes questionamentos do movimento dos "coletes amarelos" e sua difusa agenda de protestos semanais. 

O presidente francês, Emmanuel Macron, fala em Paris na véspera do encontro do G7
O presidente francês, Emmanuel Macron, fala em Paris na véspera do encontro do G7 - Michel Spingler/Pool/Reuters
A questão central é ideológica. Bolsonaro vem do Exército, onde a defesa da Amazônia é um ponto central que remete ao começo da República. Nos anos 1910, a extensão da rede telegráfica do Mato Grosso para a Amazônia levada a cabo pelo futuro marechal Cândido Rondon (1865-1958) estabeleceu princípios de integração nacional ensinados em escolas militares até hoje.
Em 1931, o capitão do Exército Mário Travassos (1891-1973) publicou o livro central da doutrina brasileira para a região, "Aspectos Geográficos Sul-Americanos", um dos marcos da geopolítica do país. Ali a ideia do "integrar para não entregar" foi assentada, influenciando o chamado desenvolvimentismo que acompanhou o crescimento econômico até os anos 1980.
A doutrina é parcialmente fundamentada no temor de perda de soberania sobre a Amazônia. Obras foram escritas sobre interesses estrangeiros nos recursos naturais da região, e ações governamentais como abertura de estradas e exploração de garimpos abundaram.
O entorno militar de Bolsonaro, com o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sendo seu mais vocal representante. Ex-comandante da Amazônia, Heleno não mede palavras quando o assunto é a suposta ameaça à soberania.
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, é outro que vai na mesma linha, e foi ele quem deu uma resposta mais objetiva à bobagem dita por Macron sobre a Amazônia ser o "pulmão do mundo"
O general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, apoiou Bolsonaro.
Com isso, não é casual que o Exército fique à frente da operação agora. É ao mesmo tempo uma satisfação pela gravidade da crise alimentada pelas reações intempestivas de Bolsonaro e também um recado simbólico sobre quem os militares consideram mandar na floresta.
Com informações de Igor Gielow da Folha de São Paulo, que ostensivamente tem se comportado como porta-voz do covil do Lula