sexta-feira, 14 de junho de 2019

Substituto de Santos Cruz é chefe de militar da ativa mais próximo de Bolsonaro

demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz e a escolha de seu substituto foi uma manobra do presidente Jair Bolsonaro que agrada a gregos e a troianos.
O general de Exército Luiz Eduardo Ramos já vinha sendo chamado de o “nono ministro militar” do governo há tempos, dada sua proximidade com o presidente. Agora, manterá a oitava cadeira.
À frente da tropa mais poderosa do Brasil, o Comando Militar do Sudeste (São Paulo), Ramos é o chefe militar da ativa mais próximo de Bolsonaro.
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Eles dividiram quarto quando eram cadetes, e eles se falam quase diariamente. Entre eles, o presidente é o “cavalão” e Ramos, o “pitbull”.
Quase não há evento em São Paulo com a presença de Bolsonaro no qual Ramos não está presente.

Resta saber se assim o será na prática. Dois fatores pesam. O primeiro é que Ramos, de resto popular por seu estilo bonachão e bem humorado, tem sua afinidade com o presidente vista como excessiva por alguns de seus pares.
Luiz Eduardo Ramos, general que assumirá a vaga de Santos Cruz na Secretaria de Governo, na sessão solene em memória aos 50 anos da morte do sargento Mário Kozel Filho, na Alesp em 2018 - Marco A. Cardelino/ALSP
A chegada ao governo do oficial, promovido a general-de-Exército (quatro estrelas, topo da carreira) em 2017, mantém intacta a cota informal de militares com passagem pela Missão de Paz do Haiti no governo.
Ele será o segundo general da ativa no Planalto: o porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, é general-de-divisão.
Ele é cotado para receber a quarta estrela na próxima rodada de promoções, no fim deste mês –haveria uma só vaga, para a turma de oficiais de 1981 (Barros é de 1985), mas a ida de Ramos ao governo na condição de agregado ao serviço civil permite a abertura de mais um posto.
A área de comunicação poderá ser afetada pela mudança. Subordinado a Santos Cruz, o titular da Secretaria de Comunicação, FábioWajngarten, pleiteava mudar-se para o guarda-chuva da Presidência. Isso pode vir acontecer agora.

Com informações de Igor Gielow, Folha de São Paulo