quinta-feira, 27 de junho de 2019

Fora da reforma, governadores atrapalham mais do que ajudariam dentro

Foto: Divulgação
Os governadores do Nordeste tentam a última cartada para negociar recursos em troca de apoio à reforma da Previdência. Como as mudanças que pediam ao texto já foram atendidas, eles voltaram a pressionar por projetos que irriguem os cofres a curto prazo. Nas conversas que tiveram em Brasília ontem, deixaram claro que a questão agora não é mais quantos votos vão trazer e, sim, quantos podem tirar se fizerem barulho. Por essa lógica, deixariam de votar a favor deputados alinhados aos governadores, e os de oposição ficariam numa saia-justa.
Pedra no sapato. Segundo os cálculos apresentados por eles, se ficarem a favor, poderiam trazer 30 votos. Contra, tirariam uns 40.
Ajude a te ajudar.“Fazer defesa de uma reforma que traz enorme desgaste e que só resolve 10% do déficit fica muito complicado”, disse o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB).
Listinha. Entre os pedidos dos governadores, estão: securitização da dívida, cessão onerosa e propostas que ampliam a fatia de arrecadação destinada a Estados e municípios, de seus respectivos fundos.
Tapa-buraco. Samuel Moreira (PSDB-SP) alterou seu relatório para tirar brecha que poderia permitir a servidores da União incorporar penduricalhos às aposentadorias. A manobra já é proibida há 10 anos.
Restrito. Ficará só para servidores de Estados e municípios cuja incorporação já esteja prevista em lei. Técnicos legislativos alertam, porém, que a alteração ainda deixa margem na Constituição para requererem na Justiça por analogia.
Tamo junto. Para evitar atrasos na votação, Jerônimo Goergen (PP-RS) acatou 41 emendas do PT e PCdoB à MP da Liberdade Econômica, com anuência do Ministério da Economia.

O Estado de São Paulo