sábado, 15 de junho de 2019

Biografia vai revelar documentos dos EUA sobre Samuel Wainer

A biografia "Samuel Wainer - O Homem que Estava Lá", da jornalista Karla Monteiro, que a Companhia das Letras prepara para outubro, revela o conteúdo de cerca de mil páginas de documentos sobre o jornalista guardados pelo Departamento de Estado americano.
De acordo com a autora, os papéis revelam que, nos embates que antecederam o golpe militar de 1964, Wainer se encontrou diversas vezes com Lincoln Gordon, então embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Na correspondência diplomática, o americano chega a se referir ao jornalista como "evil genius" (gênio do mal).
Consciente de que os EUA atuavam contra o governo de João Goulart, Wainer defendia Jango perante os americanos e tentava convencê-los de que, se apoiassem as reformas de base que o governo propunha --entre elas a reforma agrária-- e estas fossem aprovadas, o presidente renunciaria em troca.
Os documentos usados na biografia são assinados não só por Gordon, mas também por outros diplomatas. A biografia deve oferecer uma resposta mais detalhada sobre o local de nascimento de Wainer, o que chegou a ser tema de uma CPI nos anos 1950.
POLICIAL Chega em julho às livrarias a mais recente aventura do delegado Espinosa, em "A Última Mulher", de Luiz Alfredo Garcia-Roza. Nesse novo livro, o personagem se mete em um jogo de gato e rato com um cafetão conhecido seu, a prostituta predileta dele e personagens da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. O escritor, a propósito, permanece internado no Hospital Samaritano, no Rio.
TERROR A Darkside Books resolveu investir em um portal sobre conteúdo audiovisual de terror. Além de notícias, músicas, eventos, o site deve disponibilizar longas e curtas para assistir, além de investir em produções próprias.
PAQUISTÃO Em 2020, o leitor brasileiro terá a chance de conhecer uma poesia não muito difundida por aqui, a paquistanesa. A Âyiné publicará uma antologia de versos de Ghalib, autor morto em 1869 e um dos grandes poetas do Paquistão. Parte dos versos é escrita em urdu e outra é escrita em persa. A tradução é de Pedro Fonseca.
TERRORISMO A editora, aliás, prepara para breve uma tradução de "Terror e Modernidade", da filósofa italiana Donatella di Cesare. Numa abordagem histórica, ela argumenta que o terrorismo não é um fenômeno novo, mas que faz parte do surgimento da modernidade.

Maurício Meireles, Folha de São Paulo