terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Comparsa de Lula, o terrorista Battisti ficará em prisão de segurança máxima com mafiosos e condenados à prisão perpétua

A prisão de Oristano fica a 93,5km de Caligari, a capital da Sardenha, e tem academia, teatro e campo de futebol para detentos Foto: Reprodução / Sindicato dos Agentes Penitenciários da Itália
A prisão de Oristano fica a 93,5km de Caligari, a capital da Sardenha, e tem academia, teatro e campo de futebol para detentos Foto: Reprodução / Sindicato dos Agentes Penitenciários da Itália

ROMA - Preso no último sábado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o italiano Cesare Battisti vai cumprir a pena de prisão perpétua junto a outros 266 detentos na prisão de Oristano , na ilha de Sardenha, região autônoma da Itália. Battisti é o único na prisão da Sardenha a cumprir pena por terrorismo. A maioria dos detentos de lá foi condenada por envolvimento com a máfia. Na ilha, o número de pessoas condenadas à prisão pelo resto da vida é expressivo: são 60 no regime de encarceramento vitalício. A prisão abriga ainda condenados a um longo período na prisão e 21 mulheres estrangeiras.

O governo italiano escolheu a prisão de Oristano para abrigar Battisti, porque o local é classificado de segurança máxima. Ninguém nunca escapou de Oristano como fez o ativista em 1981, quando fugiu da prisão de Frosinone, nos arredores de Roma, antes de passar os últimos 40 anos foragido.

A cadeia que abrigará o italiano que se refugiou no Brasil é formada por seis alas, das quais cinco são destinadas a terroristas e mafiosos. Cada cela - 20 por ala - são equipadas com três camas, aquecedores e uma televisão. A prisão conta ainda com academia de ginástica, biblioteca, teatro, salas sociais, de aula e de trabalho, área de lazer (com direito a mesas de futebol de botão e pingue-pongue), campo de futebol, uma capela católica e duas cozinhas onde os presos podem trabalhar.
De acordo com a ssociação Antigone, uma ONG italiana, a prisão - conhecida também como Massama, tem seis presos a mais do que a capacidade e três metros quadrados por preso. Em relatório recente, a ONG aponta ainda problemas como umidade nas celas e falta de áreas de recreação, uma vez que a academia e o teatro, por exemplo, são raramente disponibilizados para uso dos internos.
Os detentos da ilha contam também, segundo a ONG, com boas condições de higiene (os banheiros têm pia, chuveiro e vaso sanitário) e com a possibilidade de caminhadas externas, além de outras atividades físicas e de trabalho (dentro e fora da unidade, para quem está no regime chamado de "semi-liberdade").
Um padre católico, um rabino e um testemunho de Jeová prestam assistência religiosa aos detentos, sendo que o primeiro conta com uma capela no local.

Gina Marques, O Globo