sábado, 22 de setembro de 2018

William Waack: o que a ascensão de Bolsonaro, Haddad e Ciro nas pesquisas diz sobre as eleições?


As mais recentes pesquisas eleitorais já começam a mostrar uma definição de cenário com três nomes disputando duas vagas no segundo turno: Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT). Mas por que estes são os nomes que estão mais fortes nesta disputa?
Em seu comentário nesta terça-feira (18), William Waack diz que o principal fator por baixo deste cenário é a "imensa insatisfação e frustração do eleitorado", que segundo ele, muitas vezes, não é bem articulada. A população acredita neste momento que a política tradicional não ajuda em nada e só atrapalha. "Ela tem que ser mudada, e radicalmente", afirma.
Waack explica que os candidatos que transmitem a sensação de que vão conseguir mudar este ambiente da política, são os que se beneficiam. E, segundo ele, Bolsonaro é o que melhor consegue mostrar que pode mudar isso.
O eleitorado acredita que ele, junto com Ciro Gomes, são duas pessoas autênticas. Sem considerar as propostas ou o que eles falam, mas a percepção das pessoas é esta, de que os dois são sinceros e diferentes do que já conhecemos.
Já sobre Haddad, Waack diz que não se pode ignorar o grande poder da transferência de voto que o ex-presidente Lula tem. "Gostando ou não dele [Lula], as pessoas não podem ignorar este dado da realidade, que é a figura popular do ex-presidente", explica.
"Mas como um político condenado por corrupção pode ter tanta capacidade de transferir votos? Pode parecer irônico, mas é o mesmo clima antipolítico que eu me referi antes", afirma o jornalista, que ressalta que muitas pessoas vêem Lula um "salvador da pátria", enquanto acham que todo político é "farinha do mesmo saco".
"É clima de "vamos arrasar com a política que ajuda eles", explica Waack. Por fim, ele destaca ainda o poder da TV e das redes sociais nesta campanha, em um momento em que as pessoas desconfiam da mídia tradicional. Para ele, Bolsonaro já está no segundo turno, com uma disputa se formando entre Ciro e Haddad, sem descartar completamente Geraldo Alckmin (PSDB) da corrida.