terça-feira, 18 de setembro de 2018

Servidores comissionados de MG doam R$ 93 mil à campanha de petista Pimentel

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), tem contado com a ajuda financeira de servidores comissionados, isto é, não concursados, de seu governo em sua campanha pela reeleição. Cruzamento de dados feito por VEJA no sistema de prestação de contas de Pimentel ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no portal de transparência do governo mineiro mostra que 27 funcionários públicos indicados a cargos na administração do petista fizeram doações em dinheiro à campanha do petista que totalizam 93.146,26 reais (veja a relação completa de doadores no final da reportagem).
O valor é equivalente a apenas 2% dos 4,3 milhões de reais arrecadados por Pimentel até esta terça-feira, 18, mas, se tomados como um grupo, os comissionados mineiros são o terceiro maior doador do petista, atrás somente do repasse de 3,6 milhões de reais do PT à campanha e dos 200.000 reais doados pelo PCdoB.
O valor doado pelos servidores é maior que os 56.930 reais angariados por Fernando Pimentel por meio de uma vaquinha na internet. Os dados mais recentes no portal de transparência de Minas Gerais são de julho.
As doações dos servidores comissionados do governo mineiro variam de 20 reais, desembolsado por um secretário de escola estadual, até os 21.013 reais injetados na campanha do governador pelo secretário de Transportes de Minas Gerais, Murilo de Campos Valadares. Não há lei que proíba servidores públicos de doarem a políticos. A prática não deixa de mostrar, contudo, os subordinados preocupados com a manutenção do chefe no cargo – e, assim, de suas próprias continuidades nos postos a que foram nomeados.
Embora Valadares seja o assessor de Pimentel que mais contribuiu individualmente com a campanha dele, é a Secretaria de Governo a campeã em doações ao petista. Sete servidores comissionados da pasta, incluindo o secretário adjunto Francisco Eduardo Moreira, fizeram contribuições à empreitada eleitoral do governador.
Moreira doou 10.000 reais à campanha de Pimentel, mesmo valor das contribuições de Rebeca de Souza Leão Albuquerque e Edson Moura Soares. Bruno Alves da Rosa, lotado na subsecretaria de cerimonial e eventos, subordinada à pasta de Governo, aparece no sistema de prestação de contas do TSE como doador de 16.000 reais, dos quais 11.000 reais por meio de serviços como chefe de cerimonial e 5.000 reais em uma transferência eletrônica.
Funcionários não concursados da Secretaria de Transportes vêm em seguida em volume de doações à campanha do governador, com 34.276 reais, divididos entre nove pessoas.
O mais generoso com o chefe foi o secretário Valadares, seguido por Neyanne Goulart Corrêa, alocada no gabinete dele. Segundo dados do portal de transparência de Minas Gerais, Neyanne recebe 8.700 reais brutos de salário. Conforme o sistema do TSE, ela doou 8.200 reais à campanha de Fernando Pimentel. Com salário de 9.000 reais brutos, o secretário adjunto de Transportes, Célio Dantas de Brito, colaborou em 4.000 reais com o caixa eleitoral de Pimentel.
Outro servidor indicado politicamente, o controlador-geral do Estado, Eduardo Martins de Lima, também doou à campanha do petista. Ele ganha 10.000 reais brutos mensalmente e colaborou com 5.000 reais a Pimentel. O diretor do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Averaldo Moreira Martins, fez uma doação de 4.000 reais.
Em menor escala, também fizeram doações à campanha de Fernando Pimentel quatro servidores comissionados do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (1.000 reais no total), três funcionários da Secretaria de Cultura (750 reais no total), uma servidora da Secretaria da Casa Civil e Relações Institucionais (250 reais) e o secretário de escola estadual Jorcelho Joaquim Júlio (20 reais).
Além dos comissionados, houve cinco funcionários efetivos, ou seja, concursados, que colaboraram financeiramente com a campanha de Pimentel, em um total de 2.250 reais.
Conforme o sistema de prestação de contas do TSE, 17.950 reais doados ao caixa do petista são “recursos de origem não identificada”.
A reportagem entrou em contato com a campanha de Fernando Pimentel, mas ainda não teve resposta.
Veja abaixo a relação dos servidores comissionados do governo mineiro que fizeram doações de campanha a Pimentel:

João Pedroso de Campos, Veja