LONDRES - O fundador do site de venda de itens de luxo multimarcas Farfetch embolsou uma fortuna bilionária. As ações da empresa subiram a US$ 30,60 nesta sexta-feira, após a abertura de capital da empresa na Bolsa de Nova York. José Neves tem 14,8% da empresa e, com isso, passou a deter US$ 1,3 bilhão, pelo valor de mercado da Farfetch na Bolsa.
Neves entra agora para o seleto clube de Bernard Arnault, do conglomerado de luxo LVMH — que reúne grifes como Louis Vuitton e e Dior —, e do fundador da Zara, Amancio Ortega, como bilionários de indústria da moda que construíram suas fortunas por conta própria.
Nascido em Portugal, Neves criou a Farfetch em 2007. Filho de uma família de sapateiros, ele ganhou um computador de presente de Natal aos 8 anos de idade, contou o executivo em uma carta incluída no prospecto a investidores sobre a abertura de capital da Farfecth.
Antes de criar a Farfetch, Neves havia lançado a marca de tênis Swear.
O site da Farfetch ajuda clientes endinheirados a comprarem produtos de alto padrão, como um casaco com estampa de oncinha de US$ 8.287 ou tênis de US$ 980.
A empresa também oferece serviços que ajudam vendedores a criarem conteúdo para butiques on-line, gerenciar devoluções de produtos e analisar dados de consumidores para determinar preços e estoques.
A Farfetch conseguiu levantar US$ 885 milhões com a abertura de capital na quinta-feira, vendendo as as ações acima da faixa anunciada, de US$ 17 a US$ 19.
Por volta das 15h50m (horário de Nova York), os papéis da companhia subiam 45,67%, aos US$ 29,14.
“A ideia de uma página sem igual, inclusiva, inspiradora onde todo o mundo da moda se encontraria — criadores, curadores e consumidores, todos unidos pelo amor à moda — era a visão que está no centro da Farfetch hoje”, disse o executivo na carta. “Essa jornada de dez anos, que começou no meio de uma crise financeira global, está longe de ter sido fácil!”.
Assim como sua rival italiana Yoox Net-A-Porter (YNAP), Farfetch modernizou o negócio de artigos de luxo ao apostar no comércio on-line num setor que, até então, era dominado por lojas físicas. Este ano, a suíça Richemont, também de artigos de luxo, comprou a YNAP por US$ 3,3 bilhões.
Bloomberg News
