sexta-feira, 21 de setembro de 2018

"Da Religião", por Miranda Sá

“Que país é este onde há padres que defendem a luta de classes, aplaudem  a ditadura Maduro e idolatram um preso por corrupção? ” (Anônimo)
O uso da TV-Aparecida, concedida para divulgar a religião promoveu um debate com os presidenciáveis. Isto me inspirou a escrever este artigo. Os antigos ensinavam que discutir sobre futebol, defender ideias políticas e criticar religiões é motivo para criar inimigos, bons, os declarados, e péssimos os enrustidos.
Como fui sempre espontâneo, nunca segui esta lição; defendo o meu direito de opinião e este direito de expressar o pensamento que me acompanha levou-me a discutir sobre religião neste período histórico em que a geopolítica planetária está de cabeça para baixo, sem líderes mundiais respeitáveis, com a ONU ideologizada e as políticas nacionais tomadas pela corrupção.
Então me revolta e entristece constatar que milhares de cristãos autênticos são explorados pelos donos de denominações evangélicas e a igreja católica controlada por um clero pondo-se a serviço de ideologias superadas pela experiência.
Templos protestantes funcionam pelo mundo afora e aqui no Brasil, como casas de comércio; e, do outro lado, revelam-se os abusos sexuais, principalmente a pedofilia, entre sacerdotes católicos.
Além dos pecadilhos materialistas (e até satânicos) vê-se hierarcas religiosos intervindo na política condenando-se mais por isso do que com os próprios pecados. É um retorno ao passado dos sacerdotes persas e egípcios, das pitonisas intoxicadas do Oráculo de Delfos e dos sacrifícios humanos dos astecas e dos maias…
Quem estuda a História da Humanidade sabe que nos subterrâneos das religiões os sacerdotes praticavam lutas internas pelo poder; e o cristianismo registra verdadeiras guerras de guerrilha pela conquista do papado no Vaticano, sendo o Cisma do Oriente o fim da unidade eclesial.
Registra-se também que a partir da reforma luterana surgiram os anabatistas liderados por Thomas Münzer, combatido por Lutero, depois vieram o metodista Wesley, os suíços Calvino e Ulrico Zuínglio, o escocês John Knox, e até Henrique VIII… todos desdizendo uns aos outros.
Enquanto debatia-se a interpretação da Bíblia e dos evangelhos, surgiu a contrarreforma e a odiosa Inquisição. Agentes do centralismo e da intolerância ressurgiram dizimando sob tortura milhares, talvez milhões de pessoas, e excomungando outros tantos que não eram alcançados…
Este quadro dantesco foi renovado várias vezes, tintas sobre tintas, e no século passado com cores vivas, predominando o vermelho escarlate, pintada por padres franceses e holandeses, simpatizantes do marxismo que atravessaram o Atlântico com ideias que dariam na “Teologia da Libertação”.
Na América Latina, os jesuítas e os dominicanos no Brasil e nos países andinos sofreram esta influência. Enfrentando a doutrina tradicional da igreja adotaram o princípio da luta de classes, e da oposição entre pobres e ricos, justificando que o pobre é bom só por ser pobre, e condenando os ricos, que são maus só pelo fato de serem ricos.
Essa agitação do esquerdismo infantil inculcou nos aderentes cegos uma ideologia com tal contradição levando-os a confundir as figuras do Cristo com Che Guevara e confunde tirania com democracia, como o jornalista da TV de “orientação católica” que vê a crise na ditadura Maduro como “econômica e humanitária”.
Estes projetam revoluções de fantasia apoiando-se em partidos ditos de esquerda controlados por corruptos assaltantes do dinheiro público. Seus seguidores fanáticos repetem as palavras-de-ordem utópicas, que trazem a inconsequência trágica de fatos pontuais e momentâneos, sem nenhuma proposta objetiva para a construção de uma sociedade futura.
Representam a zumbizada que defende as ditaduras cubana e venezuelana, que aplaude o governo tirânico da Nicarágua e a insanidade da campanha “Lula Livre” para libertar um presidiário condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
O exemplo que cai como uma mitra na cabeça dos “catequistas libertadores”, é o “padre Dão”, João Leite Cabral, pároco de Barro, no Ceará, que se aproveitou de uma missa dominical para comemorar, com o gesto de uma facada, o atentado sofrido por Jair Bolsonaro.