quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Milionários brasileiros atingem a marca inédita de R$ 1 trilhão em investimentos


Cada milionário tem em média R$ 17,4 milhões em aplicações financeiras - Divulgação


Os milionários que possuem recursos investidos no Brasil e são atendidos pelo segmento chamado de "private banking" alcançou a marca de R$ 1 trilhão em aplicações pela primeira vez na história. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capital (Anbima), o crescimento desses investimentos foi de 4,2% no acumulado do ano.

Já o número de grupos econômicos atendidos, muitas vezes famílias que deixam os recursos sob gestão da mesma instituição financeira, teve um crescimento menos expressivo, de apenas 0,7%, para 57.546 - ou R$ 17,43 milhões por família.

— O segmento de private depende da economia pujante e estamos em um ano de poucos IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e pouca atividade de fusões e aquisições, então os grupos econômicos crescem pouco. Em época de vacas magras, a captura do cliente muda um pouco — explicou João Albino, presidente do comitê de private banking da Anbima.

Na avaliação de Albino, após o período eleitoral, haverá uma convergência de políticas, independente de quem seja eleito, que irão ajudar na recuperação da economia e novos negócios para esse segmento.

— O Brasil ficou muito barato (pela valorização do dólar) e o mundo ainda tem liquidez. O PIB está fraco desde 2014. Quando a retomada vier, vai ser um crescimento forte e essa indústria, muito atrelada à performance da economia, volta a crescer — disse.

A Anbima também divulgou o desempenho das demais categorias de investidores. No varejo tradicional, o total de investimentos chegava a R$ 919,4 bilhões em junho, alta de 0,4% na comparação com dezembro. Na alta renda (em geral, público com salário mensal acima de R$ 10 mil), o estoque de aplicações chegou a R$ 821,5 bilhões, crescimento de 5,6%. Ainda assim, houve um número expressivo na redução no número de contas, puxada pelo encerramento das aplicações em cadernetas de poupança.


Ana Paula Ribeiro, O Globo