quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Metade dos brasileiros com baixa escolaridade não tem candidato


Eleitor vota em zona eleitoral de São Paulo - Paulo Whitaker / Reuters


A possível ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa eleitoral deixa, neste momento da campanha, uma parcela expressiva da população sem optar por nenhum candidato. A soma de brancos e nulos com os indecisos ainda maior em alguns recortes específicos de eleitores. Metade do eleitorado brasileiro menos escolarizado — que cursou, no máximo, até a 4ª série do Ensino Fundamental — não apoia nenhum dos postulantes à Presidência no cenário sem Lula, cujo registro da candidatura já foi contestado na Justiça Eleitoral. Os sem candidatos também aparecem de forma expressiva entre as mulheres, na faixa mais pobre da população e no Nordeste.

Os números foram levantados na pesquisa Ibope mais recente, divulgada anteontem. Foi o primeiro levantamento após o início oficial da campanha eleitoral. Entre os eleitores que chegaram, no máximo, à 4ª série, 34% pretendem anular ou votar em branco, enquanto 15% não souberam ou não responderam — na soma, 49% deste eleitorado não optou por nenhum dos concorrentes ao Palácio do Planalto.

O resultado é parecido no recorte por gênero (44% das mulheres), entre os que têm renda familiar mensal de até um salário mínimo (43% desta parcela da população) e no Nordeste (41% dos eleitores da região).

A possível ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa eleitoral deixa, neste momento da campanha, uma parcela expressiva da população sem optar por nenhum candidato. A soma de brancos e nulos com os indecisos ainda maior em alguns recortes específicos de eleitores. Metade do eleitorado brasileiro menos escolarizado — que cursou, no máximo, até a 4ª série do Ensino Fundamental — não apoia nenhum dos postulantes à Presidência no cenário sem Lula, cujo registro da candidatura já foi contestado na Justiça Eleitoral. Os sem candidatos também aparecem de forma expressiva entre as mulheres, na faixa mais pobre da população e no Nordeste.

Os números foram levantados na pesquisa Ibope mais recente, divulgada anteontem. Foi o primeiro levantamento após o início oficial da campanha eleitoral. Entre os eleitores que chegaram, no máximo, à 4ª série, 34% pretendem anular ou votar em branco, enquanto 15% não souberam ou não responderam — na soma, 49% deste eleitorado não optou por nenhum dos concorrentes ao Palácio do Planalto.

O resultado é parecido no recorte por gênero (44% das mulheres), entre os que têm renda familiar mensal de até um salário mínimo (43% desta parcela da população) e no Nordeste (41% dos eleitores da região).

Neste mesmo cenário pesquisado pelo Ibope, o perfil de quem não tem candidato é mais forte no eleitorado mais velho: 44% entre os eleitores acima de 55 anos e 43% na faixa que vai de 45 a 54 anos.

Os números gerais da pesquisa mostram que, sem Lula, 38% dos eleitores não escolheram nenhum candidato — 29% afirmam que vão votar em branco ou anular, enquanto 9% estão indecisos. Há quatro anos, neste mesmo período, este índice era de 15%: 7% de brancos ou nulos e 8% de eleitores que não responderam ou não opinaram. Na ocasião, o Ibope divulgou uma pesquisa em 27 de agosto, o primeiro levantamento depois da entrada de Marina Silva na campanha. Ela, então no PSB, substituiu Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo.

O índice elevado de eleitores sem candidato na ausência de Lula abre um campo a ser explorado por outras candidaturas. Segundo o Ibope, 13% do total do eleitorado afirma que “com certeza” votaria em Haddad se o ex-presidente não estiver na disputa. Outros 14% dizem que “poderiam” votar nele. Por outro lado, 60% sustentam que não votariam em Haddad de “jeito nenhum”. Os dados indicam que a possível substituição traz um benefício claro — alçam o ex-prefeito de São Paulo a um patamar mais elevado de votos já na largada da disputa — e um prejuízo — a contaminação pela rejeição ao nome de Lula, a segunda maior entre os candidatos (30%), atrás apenas do candidato do PSL, Jair Bolsonaro (37%).

—Quando, já em setembro, Lula aparecer ao lado de Haddad, abraçado a ele, em imagens anteriores à prisão, essa massa de brancos e nulos indecisos que é incorporada sem o Lula deve ir para o Haddad. Isso por uma soma de fatores: uma pesquisa recente, por exemplo, mostra que 46% da população brasileira considera o impeachment errado — avalia o cientista político Michael Mohallem, professor da FGV-Rio.

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