terça-feira, 21 de agosto de 2018

Legado de Otavio Frias Filho é positivo até as ‘Diretas Já’. Apoiar a bandalheira de Lula é um acinte aos brasileiros

A morte de Otavio Frias Filho nesta madrugada remete às mudanças na história da imprensa brasileira, a partir dos anos 1970, auge da ditadura militar.
A Folha de São Paulo começou então a competir com O Estado de São Paulo, O Globo e com o Jornal do Brasil, à época uma escola.
Jornal dos Frias alcançou altos níveis de credibilidade e a liderança em circulação no país, a partir da campanha das ‘Diretas Já’, em 1983, quando juntou-se ao sentimento nacional favorável ao fim do regime militar e à eleição pelo povo do presidente da República.
Perdeu o povo. Perdeu a Folha.
Só em 1985 o presidente da República, um  civil, seria eleito. Ainda assim, de forma indireta. Tancredo Neves. Que sequer chegou ao Palácio do Planalto. José Sarney, que apoiou a ditadura até os dentes, era vice de Tancredo. Assumiu.
Não é que a Folha tenha atirado na água. O jornal continuou a linha em favor da democracia e das mudanças que o país carece.
Veio a primeira eleição democrática de um presidente da República: Fernando Collor. Durou pouco. Não tinha sustentação no Congresso Nacional, muito menos nas ruas, que o ‘colorido’ achava ter.
Caíu!
Assume Itamar Franco, o vice. E toca o barco. Chama FHC para ministro da Fazenda. Começa então a gestação do Plano Real, que estabilizaria a moeda, acabaria com a inflação.
O Brasil ganhava segurança jurídica. Credibilidade interna e externa.
Passados os oito anos de governo FHC – eleito historicamente duas vezes em primeiro turno -, Luiz Inácio Lula da Silva chega à presidência.
Sem disfarce, FHC apoiou Lula (contra José Serra, candidato do PSDB), porque, dizia aos mais próximos, entraria para a história como ‘o presidente que passou a faixa a um operário’. Conversa de sociólogo tupiniquim.
Os quatro primeiros anos de Lula deram sequência à política econômica de FHC. Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, dava as cartas.
Os ventos favoráveis vindos do exterior ajudaram o país a crescer mais de 7%.
O Brasil navegava de braçada rumo ao Primeiro Mundo.
Antes mesmo de se reeleger em 2006, os brasileiros tomaram conhecimento do Mensalão gestado nos porões do Palácio do Planalto, onde ‘operava’ o hoje condenado José Dirceu, chefe da Casa Civil do governo do PT.
A guerra entre quadrilhas, Dirceu X Jefferson, poderia ter barrado ali, ainda no primeiro governo Lula, o saque à coisa pública.
Embora Lula fosse o chefe do Mensalão, sequer foi processado. Um acordão entre políticos e o STF preservou o presidente da República.
Dirceu 'assumiu' a autoria do assalto.
Era a senha para que a corrupção levada à estratosfera pelo governo do PT continuasse célere.
A corrupção não é uma invenção de Lula, Dirceu, Palocci, Gushiken, mas a banalização dos métodos levou o país ao pódio de nação mais corrupta do planeta.
O que foi surrupiado sob Lula e Dilma não tem paralelo no mundo.
As estatais Petrobras, Eletrobras, Correios, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e os fundos de pensão foram atacados com uma ferocidade jamais vista na história da humanidade.
E como o próprio brasileiro enche o peito para admitir que ‘o país é corrupto mesmo’, Lula elegeu e reelegeu Dilma Rousseff.
Ninguém segurava o Brasil.
Insaciável, Lula e ‘companheiros’ empreiteiros queriam mais. ‘Compraram’ a Copa do Mundo e Olimpíada.
A farra das arenas, de viadutos, enfim, a gastança foi ao extremo. O cidadão que trabalha e paga impostos foi às ruas, já em 2013. E nunca mais parou.
Até o impeachment de Dilma e a prisão de Lula.
A propósito, vale lembrar que o STF, através de seu presidente Ricardo Lewandowski, manteve os direitos políticos de Dilma, apesar do impeachment. Maior incentivo à corrupção e à impunidade, impossível.
O presidente do Senado, a quem coube sacramentar a vontade popular de mandar Dilma para o lixo, era Renan Calheiros.
Notem que dupla, Lewandowski e Renan!
De volta à Folha!
Se o jornal dos Frias havia ganhado credibilidade ao tentar destronar os generais, a partir das ‘Diretas Já’, com o PT no poder o jornalão sinalizou um viés ideológico anacrônico, esquecido que as ruínas do Muro de Berlin haviam soterrado o socialismo.
Enquanto a Folha publicava editoriais em favor da moralidade, a cobertura diária do jornalão repetia o discursos de Lula de que a bandalheira reinante não era privilégio dos petistas.
Quer dizer, todos são corruptos, portanto não há porque punir Lula.
E a tese Folha/PT seguiu sem freios. O jornal e o UOL despacham manchetes simpáticas a Lula capazes de matar de inveja os ‘boletins’ produzidos pela máquina petista.
O furor ideológico da Folha é imperdoável.
Assim como a bandalheira comandada por Lula e sua organização criminosa é um acinte e compromete o futuro do Brasil, os ‘ensinamento’ da Folha não dignificam o jornalismo.
O legado de Otavio Frias Filho é positivo até as ‘Diretas Já’.
Apoiar a bandalheira da organização criminosa do Lula é uma afronta aos brasileiros.
Texto publicado originalmente no Blog do José Tomaz