quinta-feira, 19 de julho de 2018

Neymar é apenas uma figura patética a rolar pelo chão, como se fosse um papel vagabundo

José Tomaz Filho

A pífia exibição do Flamengo contra uma equipe de ex-jogadores em atividade - sem exceção, todos com cãibra no segundo tempo, desabando pelo gramado do Maracanã - expõe a mediocridade do futebol brasileiro.

Aliás, o fracasso da Seleção de Tite, na Rússia, havia exibido a decadência vigente. Diga-se, de resto, que há 20 nos o Brasil não ganha o caneco.

Do deboche internacional ao 'astro' Neymar produzido pela Nike e outros patrocinadores, à ausência de talento de jogadores para vestir a camisa honrada por Garrincha, Pelé, Gerson, Nilton Santos, Didi, Romário... chegamos ao fundo do poço.

Sem escala.

O que vimos nesta quarta-feira no Maracanã foi um vexame.

O Flamengo, líder do campeonato nacional, encarou um adversário, cujos destaques eram jogadores que, pela idade, insistem continuar atuando exatamente porque ainda são melhores do que os jovens apontados como craques. Nenê, Diego Souza são retrato da decadência do futebol tupiniquim.

Nos anos 1950 e 1960 chegamos a ser proclamados 'o país do futebol'.

Bons tempos.

Além de grandes craques, tínhamos Armando Nogueira, Nelson Rodrigues, Mário Filho, Carlos Drummond de Andrade mexendo com o imaginário popular, ao descreverem as proezas de Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gerson, Ademir da Guia, Zagallo, etc.

Hoje não temos craques. O 'monstro' Neymar, como o denominou René Simões lá em 2010, hoje é apenas uma figura patética a rolar pelo chão, como se fosse um papel vagabundo.

Como chegamos a esse estágio de perplexidade, com uma seleção pífia e um Flamengo, líder do campeonato nacional, idem?

O Flamengo não tem um craque sequer, apesar dos 'investimentos' amazônicos nos últimos anos.

O clube continua a contratar estupidamente.

Para um país com 14 milhões de desempregados, o salário pago ao elenco do Flamengo é um acinte.

Torrar tanta grana com um time que, em pleno Maracanã, não consegue fazer um único gol, apesar de o adversário mal se segurar em pé, é algo indecente.

A resposta cabe ao presidente Bandeira de Mello e aos 'empresários' que o cercam.

Em tempo: por que a mídia tanto exaltou o 'técnico' Tite antes da Copa?

Nem o Josep Guardiola recebeu tantas palmas ao dirigir o extraordinário Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta.

Em tempo 2: Bandeira de Mello está cotado para ser vice de Marina Silva nas eleições presidenciais. Não eleições para presidente do Flamengo. Eleições para decidir quem vai presidir o Brasil!