sexta-feira, 20 de julho de 2018

A brusca reação das ações da Petrobras após o apoio do Centrão a Alckmin

A partir do fortalecimento dos rumores de que o Centrão, bloco partidário formado por PR, DEM, PRB, Solidariedade e PP, escolheria apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), em vez de Ciro Gomes (PDT), o mercado reagiu com euforia. A Petrobras, por exemplo, apresentou salto impressionante. Em uma hora, o valor das ações preferenciais da petroleira saltou mais de 6%. Por volta de 16h30, o papel era negociado na casa dos R$ 17,40 na bolsa. Às 17h30, o preço havia subido para R$ 18,55.
Nesta sexta, com a confirmação do acordo, o papel subiu mais ainda: está sendo negociado ao longo da tarde acima dos R$ 19,20 e chegou a bater em R$ 19,40 no início da manhã, uma valorização de mais de 10% em poucas horas.
“O mercado estava começando a ficar desconfiado de que pautas menos liberais, mais de centro-esquerda, pudessem ter uma força maior nessa eleição. Com o apoio do Centrão a tendência muda, e isso reforça um recall mais positivo principalmente em relação às empresas públicas”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Investimentos.
Em várias entrevistas, Ciro Gomes, candidato ao Planalto que estava sendo cotado pelo Centrão para receber apoio, rejeitou enfaticamente a privatização da Petrobras, se colocou contra a política de preços de combustíveis implantada por seu ex-presidente, Pedro Parente, e afirmou que a empresa deveria servir a interesses nacionais, e não a seus acionistas. Alem disso, o candidato do PDT não tem perfil reformista, o que desagrada o mercado.
Com o apoio do Centrão, Alckmin terá mais da metade do horário eleitoral à sua disposição. A cada bloco do horário eleitoral destinado exclusivamente aos presidenciáveis, com 12 minutos e 30 segundos, cerca de 6 minutos e 50 segundos serão destinadas à propaganda do tucano, o que deve aumentar significativamente suas chances de vencer a disputa.
Para Perfeito, no entanto, apesar da euforia, a situação é de indefinição. “Em um primeiro momento tudo parece bastante positivo, mas é preciso medir o que o Alckmin vai dar em troca para o Centrão. Além disso, não necessariamente o acordo irá se traduzir em melhora nas pesquisas no curto prazo”, pondera. “A bolsa precisaria de mais boas notícias para continuar subindo”.
Veja