O empresário Jorge Paulo Lemann, um dos maiores bilionários do mundo e sócio da 3G Capital, cobrou nesta segunda-feira maior bom senso por parte da classe política brasileira.
Para ele, os políticos devem agir com maior pragmatismo e adotar práticas mais usuais no mundo corporativo, como a meritocracia.
- Precisamos de uma classe política mais pragmática e com mais bom senso. Isso ajudaria o Brasil - disse durante palestra dos 25 anos da Fundação Estudar, da qual é um dos idealizadores.
Lemann defende uma série de práticas que ao longo dos anos foram adotadas nas empresas pelas quais passou, e depois replicadas por outros empresários, podem contribuir para a melhoria do setor público. Além da meritocracia, citou a visão de longo. Ele admitiu, no entanto, que demorou a ver a importância de planejar com foco além dos resultados de curto prazo.
Junto com Beto Sicupira e Marcel Telles, Lemann comandou grandes operações de aquisições nas empresas em que a 3G controla, como a compra da SABMiller pela AB Inbev.
Segundo Lemann, suas conquistas ao longo da carreira, que teve início no mercado financeiro, foram possíveis porque ele se cercou de gente com capacidade de execução, defendendo também esta característica na gestão pública e lembrou que foi isso que faltou ao empresário Eike Batista durante a construção do "império X".
- Estive em um almoço com o Eike, ontem. Ele é espetacular em termos de empreender, que é o que o Brasil precisa. Ele não escolheu pessoas como as que eu tive em volta para fazer as coisas acontecerem - disse.
Questionado sobre o que seria uma grande realização para a fundação, afirmou que ver um de seus integrantes como presidente do Brasil seria uma grande conquista.
- Espero que a Fundação Educar venha a ter um presidente do Brasil e que convide vários bolsistas para ajudar - afirmou.