segunda-feira, 2 de maio de 2016

PM entra no Centro Paula Souza para tirar estudantes. Finalmente, o governo de SP exerce a sua autoridade contra o lulopetismo

Paula Saldanha - Folha de São Paulo



A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou no prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, para a retirar os estudantes que ocupam a autarquia do governo do Estado desde quinta-feira (28). Por volta das 10h50, um pelotão entrou pelo portão de trás, e os policiais caminharam pela garagem.

Assim que chegaram ao hall do centro, que é a sede das escolas técnicas do Estado, os PMs se posicionaram frente a frente com estudantes, que passaram a entoar cantos contra o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e contra a polícia paulista.

Assim que a polícia entrou, os funcionários conseguiram entrar pela porta dos fundos, e os estudantes abriram os portões da frente, o que permitiu que alunos que estavam do lado de fora entrassem no prédio e engrossassem a ocupação. O clima é tenso, mas sem confrontos, por ora.

Na manhã desta quarta, mesmo após decisão judicial pela reintegração de posse do prédio, os estudantes haviam realizado uma assembleia na qual decidiram que a entrada dos funcionários no prédio não seria liberada.

Zanone Fraissat/Folhapress
Estudantes permanecem ocupando o prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo
Estudantes permanecem ocupando o prédio do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo

O Paula Souza argumenta que a ocupação pode atrasar o processamento da folha de pagamento, o que deixaria funcionários sem salário.

Integrantes da ocupação foram para a frente do prédio para explicar a decisão aos servidores. "O Centro Paula Souza e o governo têm condições de atender nossas reivindicações. Entendemos a preocupação de vocês, mas se o administrativo funcionar o governo não vai atender a gente", disse um dos estudantes aos trabalhadores.

Muitos profissionais se queixaram, mas o clima foi tranquilo. "O que eles estão fazendo é valido, mas acaba atrapalhado a gente", disse o administrador Jorge Soares, 37.

REINTEGRAÇÃO

A Justiça de São Paulo acatou pedido de reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza. Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (2) a PM tenta negociar a entrada dos funcionários no prédio. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, acompanhou a entrada da polícia no prédio.

As ruas do entorno da unidade, que fica na rua Andradas, estão interditadas. Os estudantes reivindicam entrega de merenda nas Etecs (escolas técnicas).

Estudantes ocuparam nesta manhã a Etesp, na avenida Tiradentes, principal escola técnica de São Paulo, e a ETEC Paulistano, no Jardim Paulistano. Segundo o movimento, cerca de 130 alunos ocupam a Etesp. Já são três unidades só Centro Paula Souza ocupadas.

Na sede do CPS, cerca de 150 estudantes realizam nesta manhã uma assembleia para decidir os rumos da ocupação. Na semana passada, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu que as unidades que não recebem merenda passariam a receber merenda seca.

Uma em cada dez Etecs não recebem merenda.

"Vamos decidir em conjunto o que fazer. A área administrativa do prédio está trancada e intacta", garantiu um dos alunos ocupantes, que não se identificou.

O movimento ainda reivindica o fim do fechamento de salas nas escolas estaduais. 
Como a Folha revelou no sábado, a Justiça exigiu que o governo detalhasse o fechamento de salas em curso na rede estadual.