terça-feira, 1 de dezembro de 2015

STF autoriza inquérito contra Renan e Delcídio na Lava-Jato


Os senadores Delcídio Amaral (em pé) e Renan Calheiros - André Coelho/17-11-2015 / Agência O Globo


Carolina Brígido - O Globo 



O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de mais dois inquéritos sobre os desvios de dinheiro na Petrobras. Atendendo pedido do Ministério Público Federal, Teori abriu um inquérito para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O outro investigará Jader, Renan e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). O grupo é suspeito de ter cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os pedidos para abrir esses inquéritos foram enviados ao STF na segunda-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Hoje, Zavascki autorizou diligência solicitada por Janot e enviou os inquéritos à Polícia Federal. Os inquéritos tramitam em sigilo e as diligências a serem cumpridas não foram divulgadas. Podem ser, por exemplo, depoimentos dos investigados ou de testemunhas.

Esse é o segundo inquérito aberto no STF contra Delcídio por indícios de participação no esquema descoberto pela Operação Lava-Jato. O primeiro foi aberto na semana passada e gerou a prisão dele. Renan responderá ao quinto inquérito na Lava-Jato no STF e Aníbal, ao quarto. Em relação a Jader, será o primeiro inquérito contra ele sobre o assunto aberto no tribunal.

Não foram divulgados documentos com detalhes sobre as investigações. Há somente a informação de que o pedido foi feito com base em uma petição que tramita de forma oculta no tribunal. A petição trata de uma delação premiada – que, por lei, deve ser mantida em sigilo. Uma das delações homologadas recentemente foi a do lobista Fernando Baiano.

Com as novas investigações, haverá no STF 35 inquéritos sobre a Lava-Jato. Ao todo, são 68 investigados. Desses, há 23 deputados, 14 senadores, um ministro de estado e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa é de que o rol de investigados seja ainda maior, porque a corte mantém investigações ocultas, sem disponibilizar sequer o nome do suspeito ao público.