Jailton de Carvalho - O Globo
Benedito Oliveira atuou na campanha do governador de Minas e havia sido preso em flagrante
O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, um dos alvos centrais da Operação Acrônimo, não chegou a dormir na prisão. Depois de passar mais de 12 horas preso na Polícia Federal, Oliveira foi solto ainda na última sexta-feira. Para recuperar a liberdade, o empresário teve que pagar fiança de R$ 78 mil. O valor foi arbitrado pelo delegado que está à frente do caso. Ele havia sido preso em flagrante por formação de quadrilha. A Polícia Federal não esclareceu o que o empresário estava fazendo no momento da prisão para configurar o flagrante.
Oliveira atuou na campanha eleitoral do ano passado do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. A Oli Comunicação e Imagens, empresa da jornalista Carolina de Oliveira Pereira, mulher do governador, tem sede no mesmo endereço da PP & I Participações Patrimoniais e Imobiliárias, uma das empresas de Oliveira. Segundo a Polícia Federal, a Oli seria uma empresa fantasma. O advogado Pierpaolo Bottini nega que a Oli seja empresa de fachada. Ele diz que a empresa funcionou regularmente e que, depois, foi fechada.
Também foram soltos na sexta-feira Marcier Trombiere Moreira, Vitor Nolato e Pedro Augusto Medeiros, também acusados de formação de quadrilha. Os três também tiveram que pagar fiança de valores que vão de R$ 30 mil a R$ 50 mil. O advogado Celso Lemos, responsável pela defesa de Bené, disse que vai pedir ainda nesta segunda-feira a Justiça Federal a anulação do flagrante e a devolução da fiança. Para ele, a polícia inovou ao prender os acusados em flagrante por formação de quadrilha sem especificar o crime cometido. Teria exagerado também no valor da fiança.