Paula Polzonoff: 'As Forças Armadas estão com a imagem na lama'

 

O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, bate continência para Lula.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Só observo. No dia 2 de maio, o perfil do Ministério da Defesa no Twitter estufou o peito cheio de medalhas para dizer que as Forças Armadas estavam atuando, e atuando bem, no resgate aos afetados pela enchente no Rio Grande do Sul. “Efetivo ampliado de 335 para 626 militares, 45 viaturas, 12 embarcações, 5 aeronaves”. E se você acha esses números ridículos é porque eles são mesmo. Mas, como disse no comecinho do texto: só observo. E continuo observando.

Quatro dias mais tarde, o mesmo perfil publicou números atualizados. Agora vai, dois pontos: “3.406 militares, 243 embarcações, 16 aeronaves e 2.500 viaturas e equipamentos de engenharia (civis e militares)”. Tudo isso teria resultado no resgate de 46 mil pessoas. Mas antes que você se empolgue e bata continência para as Forças Armadas, deixe-me falar rapidamente da reação a essas publicações.

As reações ficaram entre a incredulidade e a acusação franca de que as Forças Armadas mentem. “Deixa a água baixar que aí vocês poderão fazer o que fazem de melhor: pintar meios-fios”, escreveu alguém e eu ri. “Mostre os vídeos”, pediram muitos, desconfiando dos números inflados. “Se fosse verdade eu daria os parabéns ao general Xandão”, disse outro e eu ri de novo. Mas sou um bobo-alegre e rio de qualquer coisa mesmo. Desculpe, ministro Múcio.

De volta ao doce ofício de observar, noto que os poucos comentários elogiosos à atuação das Forças Armadas vêm da esquerda estatólatra, para a qual os números oficiais valem mais do que a realidade – em qualquer situação. “Mas quando foi que a esquerda, eterna viúva dos porões da ditadura militar, começou a defender, apoiar e idolatrar as Forças Armadas?”, pergunto um tanto quanto debilmente ao observar esse até então improvável caso de amor. A pergunta é retórica, claro.


Vida mansa a soldo gordo

E pensar que durante muito tempo as Forças Armadas foram a instituição mais amada, idolatrada, salve!, salve! desta República fundada por marechais. Uma República cuja história foi marcada pelo tenentismo, lá nas décadas de 1920 e 1930, e pela ditadura/regime militar de 1964 a 1985 – período que a esquerda considera sua versão particular de nazismo, como já escreveu muito bem alguém.

Apesar da intensa campanha de difamação dos militares nas últimas décadas, as Forças Armadas sempre contaram com a admiração, ora discreta, ora exacerbada, daqueles que viam na instituição uma garantia natural da lei e da ordem. E não estou falando de golpe de Estado nem nada. Estou falando de uma confiança que fazia parte do imaginário. Aliás, outro dia revi “Os Trapalhões em Serra Pelada” e adivinha quem salva nossos heróis e a riqueza nacional? Sim, o outrora glorioso Exército de Caxias.

Mas aí veio aquele episódio que no livro de história que jamais escreverei será chamado de A Grande Perfídia – quando militares prenderam até crianças e idosos que se manifestavam pacificamente diante de um quartel. Aí vieram a submissão ao ex-presidiário-em-chefe, a continência para Maduro, o “não existe comunismo no Brasil” do presidente do STM e, mais recentemente, a rendição aos instintos autoritários de Alexandre de Moraes.

Deu no que deu: a despeito daqueles que ainda honram a farda (sim, eles existem!), as Forças Armadas são hoje sinônimo de vida mansa a soldo gordo, de saudosismo, de alguma-coisa-a-ver-com-positivismo, de incompetência e derrota certa numa eventual guerra. Em suma, de desonra – que é o que de pior poderia acontecer às Forças Armadas de um país. Aí você arregala os olhos e eu pergunto: por que esse seu espanto agora? Não é assim com tudo o que a esquerda toca? Veja o que aconteceu com a autoridade moral do cargo de Presidente. Veja o que aconteceu com o Supremo Tribunal Federal.




Paula Polzonoff, Gazeta do Povo

Deltan Dallagnol: Um corrupto na presidência e um totalitário no STF? O Congresso dos EUA estuda o Brasil

 

Foto: Reprodução/YouTube


O dia de ontem (07) foi catártico para centenas de milhares de brasileiros. Pela primeira vez, em uma audiência pública no Congresso americano, três depoentes conseguiram expor o regime de censura e de abusos judiciais que vivemos hoje no Brasil: o fundador e CEO da plataforma de rede social Rumble, Christopher Pavlovski; o jornalista investigativo Michael Shellenberger, que foi quem primeiro divulgou os Twitter Files Brasil e o jornalista brasileiro Paulo Figueiredo. O quarto depoente, o acadêmico militante esquerdista Fábio de Sá e Silva, foi lá defender o governo Lula e o regime de censura dos ministros do Supremo. 

Eu estava presente a convite da delegação de parlamentares brasileiros que foram a Washington, que contava com o senador Eduardo Girão e os deputados federais Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis, Nikolas Ferreira, Cabo Gilberto Silva, Gustavo Gayer, Filipe Barros, Marcos Pollon e Rodrigo Valadares. 

Presentes, também, estavam algumas pessoas que sofreram com a censura ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, cujas histórias eu tive a oportunidade de ouvir pessoalmente: o próprio Paulo Figueiredo, a ex-juíza Ludmila Lins Grillo e os jornalistas Allan dos Santos e Rodrigo Constantino, todos vivendo em exílio nos Estados Unidos. Estes quatro têm algo muito importante em comum: sofrem medidas cautelares (bloqueios de bens, cancelamento de passaporte, banimento das redes sociais etc.) por períodos que variam de vários meses a quase cinco anos, sem que jamais tenham sido acusados de nenhum crime, o que é assustador.

O primeiro a depor foi Christopher Pavlovski, fundador e CEO do Rumble. Ele se colocou como um dos poucos empresários do setor de comunicações com coragem de enfrentar as ilegalidades das decisões judiciais de Alexandre de Moraes - o outro, claro, é Elon Musk. Segundo Christopher, a Rumble recebeu ordens de derrubada de contas e perfis de influencers, jornalistas e cidadãos brasileiros que são idênticas às ordens enviadas ao X, reveladas nos arquivos do Congresso americano. A diferença é que logo que sua plataforma recebeu a primeira ordem, exigindo a derrubada das contas de Monark, a Rumble decidiu sair do Brasil, preferindo perder dinheiro a obedecer às ordens ilegais de Moraes.

Christopher deu uma aula sobre liberdade de expressão: “A liberdade de fala e a liberdade de expressão são os pilares de uma sociedade democrática. (...) Liberdade de expressão é tão importante que não só é a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, mas também o artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU. (...) Todos os regimes totalitários que esmagaram os direitos individuais buscaram controlar o que as pessoas podem dizer ou ouvir. Os bonzinhos nunca são as pessoas promovendo a censura. Se os Estados Unidos não defenderem a liberdade de expressão, quem o fará?” questionou aos congressistas americanos presentes.

Michael Shellenberger, que ao lado de Eli Vieira, aqui da Gazeta do Povo, e David Ágape, revelou os Twitter Files, foi ainda mais incisivo. “Hoje, o Brasil não é mais uma democracia liberal”, sentenciou. Michael acusou pessoalmente o ministro Alexandre de Moraes de interferir diretamente nas eleições brasileiras ao exigir a censura, a desmonetização e o banimento de jornalistas independentes e políticos em grandes plataformas de redes sociais. Ele ressaltou que, atualmente, ninguém consegue trabalhar como um político ou jornalista sem ter redes sociais e que Moraes não está ordenando às redes que removam conteúdos ilegais, mas sim que certos usuários sejam banidos, de forma perpétua. Trata-se de um verdadeiro assassinato da persona digital. A censura é, assim, um grande serial killer que mata nossas vidas digitais e nossos direitos da personalidade.


Todos os regimes totalitários que esmagaram os direitos individuais buscaram controlar o que as pessoas podem dizer ou ouvir


“Alexandre de Moraes é obcecado em silenciar seus inimigos”, disse Michael Shellenberger, numa das melhores frases do dia. Outra frase, no entanto, foi a vencedora: a da deputada María Elvira Salazar, do Partido Republicano da Flórida, que durante sua fala segurou por diversas vezes uma foto colorida do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ela, depois de pesquisar sobre o Brasil, ela infelizmente havia chegado à conclusão de que “o Brasil não só tem um criminoso condenado por corrupção política como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, mas agora tem um operador totalitário como ministro do Supremo Tribunal, chamado Alexandre de Moraes. Uau. (aplausos) Não há nada a celebrar. Pobres brasileiros. Eles merecem muito mais do que isso”. Você pode conferir esse momento épico aqui.

Durante o depoimento de Paulo Figueiredo, que expôs a perseguição que ele mesmo sofreu no Brasil após fazer críticas ao processo eleitoral, inclusive com o cancelamento de seu passaporte, um momento em especial se destacou para mim. A deputada Sydney Kamlager-Dove, do Partido Democrata da Califórnia, perguntou para Paulo Figueiredo se era verdade que ele era investigado pela Polícia Federal do Brasil por seu papel no 8 de janeiro. "Eu não sei", respondeu Figueiredo. "Não recebi nenhum aviso oficial".  A deputada rapidamente o cortou e seguiu para a próxima pergunta, sobre um relatório da PF que o menciona como um dos investigados em outro caso, mas ele disse: "Minha resposta é a mesma".

A resposta de Paulo Figueiredo é tudo o que você precisa saber sobre o estado da nossa democracia, ou da falta dela: como um cidadão pode ser investigado por anos a fio, ser mencionado como suspeito em relatórios da Polícia Federal, ter suas redes sociais derrubadas, suas contas bancárias bloqueadas, seu passaporte cancelado e apreendido e nunca receber um aviso oficial sequer do Estado, notificando-o para que possa apresentar sua defesa ou esclarecimentos? Como alguém pode viver com tantas restrições sobre seus direitos e garantias fundamentais sem que possa recorrer a alguém, ou sem sequer ter acesso aos autos, cobertos de segredo em sigilo? Pior: como pode sofrer tudo isso por anos e nem ser denunciado pelo Ministério Público - o que indica que nunca existiram provas de crimes contra ele em primeiro lugar? Como alguém pode chamar um país em que tudo isso acontece de democracia?


Não há nada a celebrar. Pobres brasileiros. Eles merecem muito mais do que isso


Por último, tivemos o pior depoimento do dia: o do acadêmico Fábio de Sá e Silva, autor de um estudo que põe na Lava Jato a culpa do aumento dos ataques em redes sociais a ministros do Supremo. Sim, querido leitor, você não leu errado: segundo Fábio, até disso a Lava Jato é culpada. Quando Fábio deu uma entrevista à Folha de S. Paulo falando das conclusões de seu estudo, eu o critiquei e o questionei no Twitter. Eu me dei ao trabalho de ler sua pesquisa e fiz um artigo aqui para a Gazeta do Povo, que você pode ler aqui, rebatendo cada linha do estudo, que é falho, omisso quanto a inúmeros fatos e que se parece mais com uma teoria da conspiração da esquerda. Sabe qual foi a resposta do Fábio? Me deu uma carteirada em pleno Twitter, dizendo que ele escrevia para um grande jornal como a Folha de S. Paulo e eu escrevia “apenas” para a Gazeta do Povo, como se o próprio Fábio fosse superior a mim por isso. 

Vou deixar vocês responderem ao Fábio nos comentários deste artigo qual jornal é melhor: a Folha ou a Gazeta. Divirtam-se!

Na audiência, Fábio ficou com a responsabilidade de defender a versão oficial dos fatos do governo Lula, da esquerda e dos ministros do Supremo. Ele repetiu a narrativa de que o Supremo salvou a democracia no Brasil ao expedir decisões contra o “autoritarismo” de Bolsonaro. Segundo ele, se não fosse essa reação do Supremo, Bolsonaro e seus apoiadores do 8 de janeiro teriam provavelmente dado um golpe de Estado no Brasil. Fora o caráter especulativo da opinião, a falha gigantesca no depoimento de Fábio esteve em omitir todas as ilegalidades que o Supremo cometeu em sua suposta “reação” aos bolsonaristas. 

Fábio não contou aos congressistas americanos os vícios de origem do inquérito das fake news, aberto de ofício, com relator escolhido a dedo, para investigar temas e não fatos, as investigações e processos contra pessoas sem foro privilegiado no Supremo, o que viola as regras legais de competência e do juiz natural, ou mesmo a ilegalidade nas ordens de censura de Moraes, que determinaram o banimento total das redes sociais do investigado e não apenas do conteúdo considerado ilegal. Não mencionou que tudo foi feito sem contraditório, sem ampla defesa, sem notificação, sem acesso aos autos, sem transparência. Comportamentos ilegais devem ser coibidos de maneira legal, e não com a prática de mais ilegalidades, como Moraes e o Supremo vêm fazendo; nada disso, no entanto, foi mencionado por Fábio.

Os depoimentos de ontem no Congresso norte-americano não vão transformar, magicamente, da noite para o dia, o cenário que vivemos hoje no Brasil. Contudo, pode nos conduzir a um ponto de virada, pois pode incentivar a ação da Corte Interamericana de Direitos Humanos contra os abusos estatais que vemos acontecer no país. Para acabarmos de vez com o que está acontecendo, é preciso avançar mais, e vou ter a oportunidade de falar disso em uma aula magna aberta a todos e gratuita que darei amanhã, quinta-feira, 09 de maio, às 20:00, sobre Política, Judiciário e Corrupção no Brasil. Ali vou explicar o que está acontecendo e como podemos vencer os abusos no Brasil, defendendo nossa liberdade. Se você também está cansado, clique aqui e se inscreva para essa aula, e lute junto conosco.


Deltan Dallagnol, Gazeta do Povo

Sem votos, o descondenado Lula tenta adiar mais uma vez a votação dos vetos


 Plenário da Câmara dos Deputados. (Foto: Zeca Ribeiro/Ag. Câmara)


Líderes do governo Lula no Congresso continuam tentando adiar outra vez a sessão do Congresso que irá analisar 32 vetos presidenciais nesta quinta-feira (9). Agora, o Planalto alega como pretexto a destruição provocada pelas chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul, ainda sem claro impacto no orçamento. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sempre bonzinho com o governo, sinalizou negativamente, já que a ideia não é bem aceita entre parlamentares das duas Casas.

À revelia

O adiamento anterior, em 24 de abril, à revelia do presidente da Câmara, piorou a desgastada relação de Pacheco com Arthur Lira (PP-AL).

Meio caminho andado

Entre os impasses, Lula cobrou apreciação dos vetos após o Congresso votar o golpe do DPVAT, que garante R$15 bilhões para o governo torrar.

Golpe baixo

O crédito bilionário entrou nas negociações entre governo e Congresso. Há promessa de usar parte disso para custear emendas parlamentares.

Rateio

O Planalto trabalha para recompor R$3,6 bilhões das emendas vetadas por Lula, R$2,4 bilhões para a Câmara e o restante para o Senado.

Diário do Poder

J.R. Guzzo: Poder público indiferente e incapaz é o grande culpado pelas enchentes no RS

 

Estrada inundada em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS).| Foto: EFEEFE/ Isaac Fontana


O governador do Rio Grande do Sul, comentando a tragédia que devasta o seu estado nestes dias, entendeu que deveria passar para a população e as autoridades uma mensagem de harmonia. “Não é hora de procurar culpados”, disse ele. O governador provavelmente falou com boas intenções. É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.

Mas para o cidadão que perdeu sua casa, seus bens e pessoas de suas famílias, fica uma impressão bem amarga. Quando, então, vão encontrar os culpados? Ano após ano os gaúchos, e muitos outros brasileiros, têm suas vidas arruinadas em episódios equivalentes. Mas nunca é hora de identificar os culpados – e é óbvio que alguém tem culpa.


O gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais com as enchentes.


Os responsáveis são as pessoas com nome e CPF que mandam na máquina do Estado, hoje, ontem e sempre. Não têm culpa pela chuva – mas têm culpa pela extensão dos desastres que ela provoca. Calamidades naturais ocorrem no mundo inteiro, com consequências dramaticamente diferentes. Onde o Estado tem responsabilidade concreta perante o cidadão, como em geral é o caso no Primeiro Mundo, os efeitos são suportáveis; a Holanda, por exemplo, está abaixo do nível do mar e não tem inundações. Em lugares como o Brasil, a última coisa que passa pela cabeça dos governantes é a vida real dos governados. Não é por acaso. Todos eles sabem que jamais terão de sofrer as consequências das decisões que tomam.

A devastação que as enchentes estão causando no Rio Grande do Sul é o resultado de um século, ou mais, da inação, da inépcia e da indiferença do poder público, em todos os níveis, para lidar com o fenômeno elementar da chuva. Não é possível fazerem com que as chuvas obedeçam aos limites do meteorologicamente correto, mas sabem com 100% de certeza que elas vão cair – e têm a obrigação, com os impostos que cobram e que estão hoje entre os maiores do mundo, de trabalhar para que seus efeitos sejam minimizados.

A catástrofe do Rio Grande do Sul prova mais uma vez que esta obrigação continua sendo ignorada. Ou não fazem as obras que deveriam fazer, ou fazem as obras erradas – o que é tão ruim quanto. O fato é que o gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais com as enchentes.

Não há perspectivas reais de que a coisa possa melhorar. As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos registros, foram as piores desde 1941 quando o presidente do Brasil ainda era Getúlio Vargas. Estamos agora com Lula e a nova ideologia do “clima” – e não há hipótese de que possa vir algo de bom dessa combinação. Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase. A causa, na época, era a chuva. Hoje a militância diz que a causa é a “mudança”, ou a “crise”, ou até a “emergência” climática.

Os gatos gordos que estão nos governos acham uma maravilha quando ouvem esse tipo de coisa. Sua conclusão unânime, certificada como verdadeira pela mídia, é: “A culpa não é nossa”. A culpa, então, é do “homem”, do “estilo de vida”, do “capitalismo” – enfim de réus que todos podem malhar, sem risco algum, como Judas de Sábado de Aleluia.



J.R. Guzzo, Gazeta do Povo

Luciano Hang lidera ‘força aérea civil’ no RS

 

Luciano Hang, dono da Havan. Foto: Reprodução/Facebook


Luciano Hang, da Havan, mobilizou seus helicópteros no socorro às vítimas tão logo percebeu a gravidade da situação no Rio Grande do Sul. A iniciativa se multiplicou, e diversos outros empresários se uniram a ele naquilo que o vice-governador Gabriel Souza chama de “força aérea civil”. Suas aeronaves e pilotos têm trabalho das 7h às 19h, inclusive em operações noturnas de transporte de pessoas e materiais, que aeronaves militares, de tecnologia atrasada, não podem realizar.

Pistas improvisadas

O gesto viralizou. A “força aérea civil” já conta com diversas aeronaves, até mesmo agrícolas, que usam inclusive estradas como pista de pouso

Frota solidária

Decolaram de um aeródromo privado de Itapema (SC) em um único dia, 16 aeronaves carregadas de água, remédios, alimentos e voluntários.

A força do exemplo

“A palavra convence, mas o gesto arrasta”, diz Hang, orgulhoso dos amigos empresários que se uniram para ajudar as vítimas gaúchas.

Diário do Poder

Descondenado Lula dá ao Pará R$1,3 bilhão cotados para socorrer o RS

 

Pressionado, ex-presidiário foi ao Rio Grande do Sul duas vezes nos últimos dias


O presidente Lula (PT) tratou de mandar logo ao governo aliado do Pará R$1,3 bilhão do lucro de R$3 bilhões de Itaipu Binacional, citados por deputados ligados a Arthur Lira, na Câmara, como uma das opções mais factíveis de socorro às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Para os gaúchos, vítimas da tragédia em curso, Lula anunciou R$534 milhões, menos da metade do dinheiro ao Pará a pretexto de organizar a COP30, conferência do clima a ser realizada somente daqui a 18 meses.

Ideia descartada

A ideia do dinheiro de Itaipu para o governo gaúcho foi de Danilo Forte (União-CE), deputado que relatou a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Sem previsão

Forte é ligado a Lira e revelou que não há no orçamento, por veto do governo, dinheiro para eventuais desastres climáticos, como no RS.

Orçamento de guerra

Outra proposta que repercutiu bem no Congresso é a criação de um “orçamento de guerra” para situações emergenciais, imprevistas.

Uso mais decente

Nada encantou mais nas redes sociais que a ideia de destinar às vítimas gaúchas ao menos metade dos mais de R$5 bilhões do fundão eleitoral.

Diário do Poder

Sob Milei, Bolsa sobe 54% e risco Argetina cai 1.739 pontos

Além da alta na Bolsa, outros indicadores econômicos também apresentaram resultados positivos no período citado


O presidente da argentina, Javier Milei



O S&P Merval, o principal índice da Bolsa de Valores da Argentina, subiu 54% desde a posse do economista Javier Milei (La Libertad Avanza, partido de extrema direita) na presidência, em 10 de dezembro de 2023. Na sexta-feira (06), atingiu 1.452.002 pontos. Em 7 de dezembro, encerrou aos 941.830 pontos. 

Além da alta na Bolsa, outros indicadores econômicos também apresentaram resultados positivos no período citado. 

Ao assumir a Casa Rosada, Milei deu um choque de gestão. Há uma agenda reformista sendo implantada no país, com privatizações e flexibilização nas relações de trabalho. 

O libertário vai celebrar os primeiros resultados de seu programa econômico falando em um evento organizado pelo Milken Institute com investidores nesta segunda-feira (06), em Los Angeles (Estados Unidos). Será a 1º manifestação pública do argentina no exterior depois de a Câmara dos Deputados de seu país ter aprovado a chamada “Lei Ônibus”, que permite a adoção de medidas liberais.  

Risco País 

O risco Argentina registrou uma queda 1.739 pontos: saiu de 4.281 pontos em 8 de dezembro, último dado antes de o economista de direita assumir a Casa Rosada e encerrou a sexta-feira (03) em 2.542 pontos. 

Na prática, o CDS é um seguro para operações de crédito para prevenção de calotes de títulos e de dívidas. É usado para medir a confiança na economia do país. É usado para medir a confiança, mais arriscado na economia é para o investidor estrangeiro. 

O risco país da Argentina é um indicador muito volátil por causa da situação ainda incerta do país. Por essa razão, há variações abruptas. Em 29 de abril de 2024, o indicador era de 846 pontos. Em 3 de maio, na última sexta, já estava em 2.542. A curva, entretanto, indica que a trajetória é de queda, apesar dos solavancos. 

Peso desvalorizado ante dólar 

O dólar oficial subiu 142% em relação ao peso argentino sob Milei. Fechou a semana cotado aos 878,5 pesos. Já o dólar blue (paralelo) equivale a 1.040 pesos, o que representa uma alta de 6%.

O país registrou superávit fiscal no 1º trimestre de 2024, com 275 bilhões de pesos (aproximadamente US$313 milhões). Foi o 1º saldo positivo para o período desde 2008.

A inflação ainda é um desafio a ser vencido e impacta sobretudo os mais pobres (41,7% da população). A taxa apresentou desaceleração em março, quando fechou em 11%, ante 13,2% em fevereiro. No acumulado dos últimos 12 meses, está em 287,9%.

Diário do Poder

J.R. Guzzo: No governo Lula, Estado gasta sempre mais – e pobres ficam cada vez mais pobres

 

Foto: Ricardo Stuckert / PR


O único projeto de política econômica que o governo Lula leva a sério, e pelo qual batalha desde que reassumiu o comando da administração pública, é gastar; jamais pensou em outra coisa. Quando o presidente se lembra de fazer algum discurso a esse respeito, alega que o erário precisa gastar cada vez mais para fazer “investimentos” e ajudar “os pobres”. Na maior parte do tempo, já nem se incomoda em explicar nada. Quem, com um mínimo de raciocínio, pode acreditar num negócio desses?

Os pobres, em si mesmos, não estão vendo a cor desse dinheiro todo – nunca viram, na verdade. Não viram e nem vão ver, porque a política econômica do gasto público ilimitado tem como objetivo central gastar com a própria máquina pública. É lá que fica o ouro: com eles mesmos, e eles querem mais ouro a cada dia. Ninguém precisa ser economista para saber disso. O Estado brasileiro continua a gastar, e cada vez mais. Os pobres continuam pobres. Por quê?


O fato é que a realização mais visível do governo Lula, até agora, é estar cobrando os impostos mais altos que este país jamais viu.


Há, naturalmente, uma coleção completa de teorias suspostamente fundamentadas nos rigores técnicos da ciência econômica sustentando que não é assim, e que o resumo exposto acima é apenas uma “articulação da direita” para impedir a distribuição de renda, a igualdade e a redução da pobreza no Brasil. Nada disso chega a ser um raciocínio – é apenas um manifesto, e como em geral acontece com os manifestos, a intenção não é expor a realidade, e sim veicular os desejos ideológicos dos autores.

A política de gastos públicos do Brasil, no mundo dos fatos, é uma obra prima em matéria de concentração de renda. Tira cada vez mais de todos para entregar cada vez mais aos mesmos – os bilionários amigos e a minoria de gatos gordos que se pendura nos galhos mais altos da máquina estatal. Tome-se, por exemplo, o escândalo permanente nos ganhos do Judiciário.

O Brasil tem o sistema de justiça mais caro do mundo, ou um dos mais caros, e não passa pela cabeça de ninguém dizer que haja justiça no país. Mas a última ideia que tiveram a respeito foi socar mais dinheiro no bolso de juízes e procuradores: querem, agora, que eles ganhem o “quinquênio”, uma aberração pela qual seu salário aumenta automaticamente a cada cinco anos.

Nem é preciso falar do resto – do fato, digamos, de que mais de 90% dos magistrados brasileiros ganha acima do teto salarial imposto pela Constituição Federal. Ou dos salários de marajá que a população paga para o alto clero do funcionalismo público, ou mesmo para o médio clero – e para a vertigem de gastos com a criação de novos ministérios, com os cortejos de 50 carros nos desfiles do presidente pelo estrangeiro, com a transformação da Aeronáutica em serviço de táxi aéreo para os magnatas do governo e tantas outras coisas do mesmo gênero.

O fato é que a realização mais visível do governo Lula, até agora, é estar cobrando os impostos mais altos que este país jamais viu. Eles querem ainda mais, como acabam de confirmar com a Reforma Tributária que mandaram para a Câmara; é inevitável, se a única lógica fiscal que conhecem é gastar sem limite consigo mesmos e, depois, arrancar o imposto para tentar cobrir o que já gastaram. O resultado é que o Brasil tem hoje despesas e déficit em nível recorde. Alguém é capaz de dizer por onde andam os “investimentos” de Lula, e os “empregos” que viriam deles?


J.R. Guzzo, Gazeta do Povo

Alexandre de Moraes manda soltar Mauro Cid

Mauro Cid foi preso em 22 de março após depoimento à Polícia Federal


Ten cel, Mauro Cid (Foto: CLDF)



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acatou pedido da defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid e determinou a soltura do militar.

Mauro Cid foi preso em 22 de março após depoimento à Polícia Federal para esclarecer áudio em que atacava a própria PF e o STF.

No áudio, o ex-ajudante de ordens diz que a Polícia Federal já está “com a narrativa pronta”. O militar reclama da insistência de agentes da PF para que ele falasse sobre assuntos ao qual ele não tinha conhecimento.


Diário do Poder

1º de Maio de Lula teve incentivo fiscal, improbidade e... um pingo de gente

 


O ato de 1º de Maio, montado para o descondenado brilhar, foi um constrangedor fracasso de público


Além de usar a Lei Rouanet para despejar R$250 mil no ato sem povo de Lula (PT) no 1º de Maio, a Faculdade São Leopoldo Mandic é bem conhecida nos guichês de distribuição de benesses às custas do pagador de impostos, desde o primeiro mandato de Dilma, a exemplo de incentivos fiscais. Sem contar que a presepada pode render a Lula multa de até R$25 mil e também, segundo Alexandre Rollo, especialista em Direito Eleitoral, processo por crime de improbidade administrativa, em razão de o evento “ser de alguma forma patrocinado pelo Poder Público”.

Batom no cuecão

O Portal da Transparência entrega a faculdade financiadora do comício em que Lula pediu votos para o extremista Guilherme Boulos (Psol).

R$7 mil na entrada

Já 2014, na era Dilma, a empresa fechou o primeiro contrato, no valor R$7,3 mil, ainda mirrado, dinheiro extraído da Petrobras.

Ainda ontem

O último pagamento à faculdade é de 16 de abril último, de um contrato de R$62,5 mil para “aperfeiçoamento e especialização profissional”.

Bolada alta

A faculdade ainda levou R$932,9 mil em renúncia fiscal: R$550 mil em projeto cultural e R$382 mil via Programa de Alimentação do Trabalhador

Diário do Poder