quinta-feira, 30 de junho de 2022
Google qualifica anúncios da Brasil Paralelo como campanha política
Plataformas como o Globoplay, a Netflix e o Amazon Prime Video, no entanto, não foram incluídas na lista da big tec
O Google qualificou como “propaganda política” os anúncios da produtora Brasil Paralelo em seu serviço de publicidade, o Google Ads. As informações constam no relatório de transparência de campanhas políticas, divulgado pela empresa norte-americana na semana passada.
Entre novembro do ano passado e junho deste ano, a Brasil Paralelo investiu mais de R$ 300 mil no Google Ads. A presença da produtora no topo da lista foi destacada negativamente no site oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que publicou um artigo no qual define a Brasil Paralelo como “uma produtora de conteúdo com interesse direto em interferir na política nacional com suas distorções e mentiras”.
A lista é formada principalmente por partidos políticos, como o PSDB (R$ 215 mil em gastos de publicidade), o PSB (R$ 175 mil), o União Brasil (R$ 131 mil), o Progressistas (R$ 31 mil) e o MDB (R$ 26 mil). Empresas de gestão eleitoral, plataformas de pesquisa política e candidatos também compõem a lista.
O Globoplay, a Netflix e o Amazon Prime Vídeo também dispõem de séries e filmes relacionados à política. Contudo, apenas a Brasil Paralelo foi incluída no relatório. O anúncio do programa Investigação Paralela, que trata da história de Celso Daniel, teve seus dados expostos pelo Google Ads. Já o documentário O Caso Celso Daniel, da Globoplay, não foi listado.
Outras iniciativas, que também anunciam no Google Ads e têm alto engajamento político, não foram incluídas na lista do Google. É o caso da organização AzMina, que promove candidatos feministas. O coletivo Nossas, que tenta emplacar o Projeto de Lei Amazônia de Pé, é outro exemplo.
Leia também: “Sob o domínio das big techs”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 87 da Revista Oeste
Revista Oeste
Senado aprova PEC que cria estado de emergência; texto precisa ir à Câmara
Pacote do governo prevê o pagamento de um auxílio diesel para os caminhoneiros autônomos no valor de até R$ 1,2 mil por mês
O plenário do Senado aprovou na noite desta quinta-feira, 30, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1, que prevê o estado de emergência. Dessa forma, o Planalto fica autorizado a abrir os cofres do governo federal para o pagamento de benefícios sociais a três meses da eleição. Para passar a valer, contudo, a medida ainda precisa ser aprovada em dois turnos no plenário da Câmara, e após ser promulgada pelo Congresso Nacional.
A emergência prevista pela PEC pode resultar em um gasto adicional de R$ 38,7 bilhões aos cofres da União. Entre as legislações estabelecidas que podem ser rompidas com a PEC está a regra de ouro. Prevista na Constituição, a regra de ouro impede que o governo se endivide com despesas correntes, e não investimentos.
O pacote do governo, às vésperas da eleição, prevê o pagamento de um auxílio diesel para os caminhoneiros autônomos no valor de até R$ 1,2 mil por mês. Só neste auxílio, o custo do governo chegaria a R$ 5,4 bilhões. A medida determina ainda um aumento no valor do Auxílio Brasil, que passaria de R$ 400 para R$ 600 neste ano, em um valor total de R$ 26 bilhões.
Haveria ainda repasses a Estados para compensar cortes em alíquotas de tributos sobre o etanol e manter a competitividade do combustível na comparação com a gasolina. A ideia é que, com isso, o preço final do combustível ao consumidor consiga ser reduzido. Para tanto seriam usados R$ 3,8 bilhões.
Entre as mudanças conquistas pela oposição nos minutos finais da votação está concessão a motoristas de táxi, devidamente registrados até 31 de maio de 2022, auxílio até o limite de R$ 2 bilhões. A PEC também assegurará ao Programa Alimenta Brasil, a suplementação orçamentária de R$ 500 milhões.
Revista Oeste
Senado aprova PEC de R$ 41 bi que cria auxílios a caminhoneiros e taxistas, e aumenta benefícios
Emenda do senador Eduardo Braga (MDB-AM) acrescentou auxílio-gasolina a taxistas no pacote de benefícios do governo| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
O Senado aprovou nesta quinta-feira (30), por ampla maioria, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 1/2022, patrocinada pelo governo e que cria um pacote de benefícios sociais temporários, ao custo de R$ 41,25 bilhões, a pouco mais de três meses das eleições.
Entre as medidas previstas estão o aumento, até o fim do ano, nos valores do Auxílio Brasil e do auxílio-gás, além da criação de um voucher de R$ 1 mil mensais para caminhoneiros.
A partir de uma sugestão apresentada pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), apoiada pela liderança do governo, ainda foram acrescidos ao conjunto de benefícios um auxílio-gasolina destinado a taxistas, a um custo estimado em R$ 2 bilhões, e uma suplementação de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil.
Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu aval às medidas, que adicionaram R$ 2,5 bilhões ao impacto total da PEC, estimado anteriormente em R$ 38,75 bilhões.
Conforme o texto, as despesas serão bancadas por créditos extraordinários, ou seja, que não estavam previstos ou foram subestimados no Orçamento da União deste ano. Dessa forma, o valor não será considerado no teto de gastos, principal âncora fiscal do país, e na apuração da meta de resultado primário prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022.
Entre as fontes de recursos, devem entrar aproximadamente R$ 26,6 bilhões oriundos da privatização da Eletrobras, e dividendos de estatais, que devem ficar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões neste ano.
Para evitar violações à Lei Eleitoral (9.504/1997), que proíbe a criação de benefícios sociais em ano de eleições, o texto reconhece estado de emergência no país – uma das situações que abre exceção à regra. De acordo com relatório do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o quadro se justificaria em razão “da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes”.
Entre parlamentares de oposição, a proposição foi apelidada de “PEC do Desespero”, porque, segundo eles, teria sido encampada pelo governo para impulsionar os índices de intenção de voto do presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparece na segunda colocação nas mais recentes pesquisas eleitorais.
Pacote inclui ainda verba para gratuidade de transporte coletivo e incentivo a etanol
Estão previstos no pacote as seguintes medidas:
Adicional de R$ 200, de agosto a dezembro, no Auxílio Brasil, que paga hoje pelo menos R$ 400 mensais e chegará ao piso de R$ 600. Também haverá recursos para zerar a fila de espera pelo programa, estimada pelo Ministério da Cidadania em 1,6 milhão de famílias, elevando de 18,15 milhões para aproximadamente 19,8 bilhões o total de beneficiários. O custo estimado dessa iniciativa é de R$ 26 bilhões;
Ampliação, de julho a dezembro, do valor do auxílio-gás, que hoje paga o equivalente a meio botijão de GLP a cada dois meses para as famílias mais pobres e passará a pagar 100% do valor médio de um botijão a cada bimestre. O custo estimado é de R$ 1,05 bilhão, para beneficiar 5,86 milhões de famílias;
Pagamento de R$ 1 mil por mês a cerca de 872 mil caminhoneiros autônomos inscritos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O custo do programa – chamado de “voucher-caminhoneiro” e também conhecido como “Pix Caminhoneiro” e “vale-diesel” – é estimado em R$ 5,4 bilhões;
Pagamento de auxílio mensal, entre 1º de julho e 31 de dezembro de 2022, a motoristas de táxi, em valor ainda a ser regulamentado pelo Executivo e limitado ao custo total de R$ 2 bilhões;
Suplementação orçamentária de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, por meio do qual o governo compra alimentos de produtores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, povos indígenas ou outras populações tradicionais;
Pagamento de uma compensação de R$ 2,5 bilhões para bancar gratuidade a pessoas com 65 anos ou mais no transporte coletivo urbano, semi-urbano ou metropolitano; e
Repasse de R$ 3,8 bilhões a estados para reestabelecer o incentivo tributário ao etanol hidratado. A lei complementar 194 retirou R$ 0,69 por litro em tributos federais da gasolina e R$ 0,24 por litro do etanol. O repasse aos estados servirá para que eles recomponham essa diferença de R$ 0,45 por meio de créditos tributários aos produtores. O valor total será rateado conforme o consumo de combustível em 2021.Entre outras alterações de redação, um adendo ao substitutivo apresentado pelo relator nesta quinta-feira removeu um inciso que, segundo senadores, daria margem ao uso de créditos extraordinários de forma desenfreada a partir do reconhecimento do estado de emergência.
Também foram excluídas menções a valores destinados à operacionalização e atualização tecnológica para a concessão dos benefícios, a partir de emenda do senador Jean Paul Prates (PT-RN). Na primeira versão do relatório, estava prevista a destinação de R$ 1,35 bilhão para a implantação dos reajustes no vale-gás e no Auxílio Brasil, sem detalhes sobre a destinação pormenorizada dos recursos.
Único senador a votar contra foi José Serra
Diante do potencial desgaste junto ao eleitorado caso votassem contra o pacote de bondades, bancadas de partidos da base e da oposição orientaram voto favorável à PEC, que passou com placar de 72 a 1 em primeiro turno e de 67 a 1 em segundo. Para ser aprovado, o texto precisava do apoio mínimo de 49 senadores, o equivalente a três quintos do Senado, nas duas votações.
O único a votar contra em ambos os turnos foi José Serra (PSDB-SP), que havia adiantado a posição na quarta-feira, contrariando orientação do partido.
“Nenhum problema é maior do que a situação de insegurança alimentar de milhões de famílias. A crise, contudo, não é de hoje e devemos, sim, buscar recursos para aliviar a pobreza de tantas famílias. Mas há outros meios para isso”, escreveu o tucano em suas redes sociais. “Há apenas poucas semanas o Senado descobriu que famílias passam fome e que esperam na fila dos benefícios?”, questionou.
A versão aprovada é um substitutivo do relator Fernando Bezerra à PEC 1, que apresentada em fevereiro e que ficou conhecida como “PEC Kamikaze” em razão do rombo que criaria nas contas públicas. A proposição original, de autoria do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), poderia gerar um impacto de mais de R$ 100 bilhões, nos cálculos do ministério da Economia.
A ideia inicial de Bezerra era incluir o pacote de benefícios do governo na PEC 16/2022, a chamada PEC dos Combustíveis, da qual era relator e que estabelecia uma compensação da União a estados que aceitassem zerar o ICMS sobre diesel e gás de cozinha até o fim do ano. Por decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a PEC 16 foi apensada à PEC 1, que acabou recebeu o substitutivo do relator.
Aprovado no Senado, a PEC segue agora para a Câmara dos Deputados, onde não deve enfrentar dificuldades para angariar os 308 votos favoráveis necessários, em dois turnos, para ser promulgada.
Gazeta do Povo
Aneel leiloa transmissão de energia e projeta R$ 15 bilhões de investimento
Serão mais de 5 mil quilômetros de obras em 13 Estados
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou nesta quinta-feira, 30, o leilão de 13 lotes de linhas de transmissão de energia, com projeção de R$ 15,3 bilhões de investimentos no setor. Somados, vão ser 5.425 quilômetros de obras e 6.180 mega-volt-ampéres (MVA) em capacidade de transformação de subestações.
As empresas que conseguiram a concessão vão ficar responsáveis por construir, operar e manter as linhas. O leilão desta quinta-feira ocorreu na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
A assinatura dos contratos de concessão está prevista para 30 de setembro. As empresas vencedoras terão prazos de 42 a 60 meses para iniciar a operação comercial das linhas de transmissão. Estima-se que as obras podem criar aproximadamente 32 mil postos de trabalho.
Os lotes estão localizados em 13 Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
A maior extensão é o lote número 2, que corta Minas Gerais e São Paulo. Ao todo, este trecho possui 1,7 mil quilômetros de percurso. Esta obra tem finalidade de expandir a capacidade de transmissão da região norte mineira e cerca de 10 mil trabalhadores devem ser empregados.
Os proponentes deverão depositar para a Aneel uma garantia no valor de 1% do investimento estimado, com prazo de validade igual ou superior a 120 dias depois do leilão e renovável por mais 60 dias.
Adiante, na assinatura do contrato de concessão, o vencedor deverá substituir a garantia anterior por uma correspondente a 5%, 7,5% ou 10% do valor do investimento previsto.
Revista Oeste
J.R. Guzzo: 'Lula é bipolar quando o assunto é corrupção'
Ex-presidente afirma que não existe ninguém no Brasil mais honesto que ele, mas também diz ter sido ‘traído’ pelos companheiros
O ex-presidente Lula, candidato a voltar ao cargo nas eleições de 2022, é um homem rigorosamente bipolar quando se trata de corrupção. Numa parte do tempo, garante que nunca foi roubado um tostão em seus oito anos de passagem pela Presidência. Em seus momentos de maior agitação, diz até que não existe no Brasil “ninguém mais honesto” do que ele — o que realmente não seria pouca coisa. Como essa afirmação costuma ser recebida com risadas gerais, Lula, em outra parte do tempo, diz que “foi traído” pelos companheiros, que levou uma punhalada “nas costas” e que não sabia nada da roubalheira espetacular que aconteceu em seus dois mandatos — foi, simplesmente, a maior de toda a história mundial da ladroagem, mas ele nunca chegou a perceber nada.
Em sua última manifestação pública de campanha, Lula acionou a “fase 2”. No primeiro momento, fez, sem que lhe tivessem perguntado nada a respeito, uma revelação interessante: contou que em sua estadia na Presidência foi avisado com 12 horas de antecedência de uma operação de busca da Polícia Federal na casa de um irmão. Pelo que deu para entender, ele quis dizer que não interferiu no trabalho policial, mesmo sabendo das coisas. Pelo que dá para uma criança de 10 anos concluir, doze horas são tempo suficiente para o mais distraído dos irmãos preparar a melhor recepção possível para a polícia. Em seguida, fez um desafio ao radialista que o entrevistava: “Você sabe tudo o que acontece na sua casa? Você sabe o que o seu filho está fazendo?” Então: ele, Lula, também não poderia saber tudo o que acontece num governo com “1 milhão de pessoas”.
Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra, é claro. É impossível para o radialista, ou para qualquer dos 8 bilhões de seres vivos no mundo, saber tudo o que acontece em suas casas — a menos que fiquem 24 horas por dia trancados, ou que não tenham casa nenhuma. Com a autoridade pública, sobretudo a que pediu para ser eleita, é o contrário: o sujeito tem, sim senhor, a obrigação de saber que diabo estão fazendo em seu nome e em seu governo, o tempo todo. O sujeito é o presidente da República ou é um otário? No primeiro caso, o combate aos atos de corrupção é imediato e eficaz — faz, basicamente, que se roube pouco. No segundo caso, essa atitude de “não dá para saber” leva à maior roubalheira da História.
Os governos Lula têm a maior prova da prática de corrupção que se pode esperar em uma investigação criminal: os corruptores e os corruptos confessaram de livre e espontânea vontade os crimes que cometeram, em acordos oficiais com a Procuradoria. Mais: devolveram o dinheiro roubado, ou pelo menos parte dele, no valor de bilhões de reais. Por que um sujeito haveria de devolver dinheiro se não roubou nada? Só para agradar ao juiz e ao promotor? Para isso Lula nunca deu uma explicação, em nenhum dos seus dois polos.
Leia também: “O discurso farsante do MST”
Revista Oeste
Indústria de máquinas agrícolas do Brasil deve crescer quase 10%
Segmento emprega quase 400 mil trabalhadores em um ano
A indústria de maquinas agrícolas do Brasil deve crescer cerca de 9% em 2022. João Carlos Marchesan, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgou o dado na quarta-feira 29.
“Pegamos três anos positivos em função de tudo o que aconteceu, com a valorização das commodities agrícolas, a expansão do meio monetário no mundo todo, o que movimentou o consumo de alimentos, e assim por diante”, disse Marchesan. “Tivemos a covid, mas isso não atrapalhou, e crescemos bastante no ano passado. Para este ano, prevemos crescer por volta de 9%”.
O aumento da colheita, além dos recursos do Plano Safra, está entre os fatores que impulsionam o setor de máquinas agrícolas. Em maio de 2022, as vendas cresceram quase 20%, em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados da Abimaq. O montante faturado no mês passado ficou próximo de R$ 30 bilhões.
No acumulado de 12 meses, a receita do setor passou de R$ 300 bilhões. A expansão é de cerca de 6%, quando comparada ao ciclo anterior. No período, o setor de máquinas agrícolas manteve empregados uma média de 400 mil trabalhadores no Brasil.
Leia também: “O agronegócio alimenta o Brasil”, reportagem de Artur Piva para a Edição 113 da Revista Oeste
Artur Piva, Revista Oeste
Neoenergia (NEOE3) arremata maior lote em leilão de projetos de transmissão de energia
A elétrica controlada pela espanhola Iberdrola disputou ativo com outros nove grupos habilitados
A Neoenergia (NEOE3) arrematou nesta quinta-feira o lote 2 do leilão de transmissão de energia, o maior ofertado no certame, com lance de uma receita anual permitida (RAP) de 360 milhões de reais, o que representa um deságio de 50,33% ante o valor máximo de 724,7 milhões de reais estabelecido pelo regulador.
O lote 2 compreende linhas de transmissão entre Minas Gerais e São Paulo, somando 1.707 quilômetros de extensão.
São estimados investimentos de 4,94 bilhões de reais no empreendimento, aumentando a capacidade de transmissão no Estado mineiro, que tem se tornado foco de projetos de geração solar fotovoltaica.
A elétrica controlada pela espanhola Iberdrola disputou ativo com outros nove grupos habilitados, incluindo as elétricas EDP Brasil (ENBR3) e consórcios compostos por Equatorial e Mercury, por ISA Cteep (TRPL4) e Taesa, e por Engie Brasil (EGIE3) e Copel (CPLE6). Dois grupos se habilitaram para participar, mas não apresentaram proposta.
Daniella Marques, a nova presidente da Caixa
Formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em finanças pelo IBMEC/RJ, atuou por 20 anos no mercado financeiro
O governo federal anunciou, na quarta-feira 29, a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques Consentino, para assumir como presidente da Caixa Econômica Federal. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
A troca ocorreu depois da oficialização do pedido de demissão do então presidente do banco, Pedro Guimarães, que estava no cargo desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019. Guimarães foi denunciado por assédio sexual por funcionárias da instituição. Em carta enviada ao presidente, Guimarães rebateu as acusações e alegou inocência.
Carreira da nova presidente da Caixa
Para o cargo atual, Daniella foi nomeada em fevereiro deste ano. Antes, ela atuava como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da pasta desde 2019 e é considerada o braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ao assumir a secretaria do ministério, Daniella Marques quis deixar como marca um programa de empreendedorismo para mulheres. Em seu discurso ao lançar o programa, chamado de “Brasil Pra Elas”, alertou para a necessidade de reduzir os índices de violência contra a mulher.
Formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em finanças pelo IBMEC/RJ, Daniella Marques atuou por 20 anos no mercado financeiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos, de acordo com o Ministério da Economia. Marques também foi sócia-fundadora e diretora de fundos de investimento.
Revista Oeste
Plano Safra 2022 cresce 40%
Recursos se destinam a produtores rurais de tamanhos variados
O Plano Safra para o ciclo 2022/2023 vai contar com recursos na ordem de R$ 340 bilhões, anunciou o governo federal na quarta-feira 29. A quantia corresponde ao aumento de 36% sobre a versão anterior.
Do montante, quase R$ 250 bilhões serão destinados ao custeio e à comercialização. O valor representa uma expansão de 39% em relação ao ano anterior. As contratações podem ser feitas por produtores rurais nas instituições financeiras que operam as linhas de crédito subvencionadas.
Pouco menos de R$ 100 bilhões serão para investimentos (expansão de 29%). Com juros que variam entre 7% e 12,5% ao ano, esse montante se destina a iniciativas como a modernização do maquinário agrícola, além de ações de sustentabilidade, entre outras.
Os financiamentos com juros controlados ficarão próximos de R$ 200 bilhões (alta de 18%), os com juros livres foram definidos em cerca de R$ 150 bilhões (+69%). O montante de recursos equalizados cresceu 31%, chegando a R$ 115 bilhões na próxima safra.
No próximo Plano Safra, a permissão de uso de recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) passará de 50% para 70%. A expectativa é que a medida aumente a participação do mercado de finanças privadas do agronegócio, com a expansão de títulos como a CPR, CDCA, CRA.
Plano Safra para produtores menores
De acordo com o Ministério da Agricultura, “a melhoria do acesso do produtor ao crédito rural foi assegurada não só pelo aumento nas disponibilidades de recursos, mas também pelo estabelecimento de taxas de juros compatíveis com a atividade rural e em níveis favorecidos, comparativamente às taxas livres de mercado”. “Com a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,25% atualmente, buscou-se preservar, prioritariamente, elevações menores para os beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural”, completou.
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Artur Piva, Revista Oeste
Tarcísio deve contar com vice do PSD em chapa em São Paulo
Felício Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos, desponta como favorito para integrar a composição com o ex-ministro
A pré-candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo está se aproximando de uma aliança com o PSD, que deve apontar o vice da chapa. A tendência é que o partido dirigido por Gilberto Kassab indique Felício Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos, para a composição.
Dessa forma, a expectativa é que a deputada federal Rosana Valle (PL-SP), que vinha sendo cogitada para a posição de vice, fique reservada para a Secretaria da Mulher, criada se Tarcísio ganhar a eleição paulista.
Na segunda-feira 27, Tarcísio de Freitas comentou sobre a definição do vice em sua chapa, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Segundo o ex-ministro da Infraestrutura, a pré-candidatura vem conversando com o PSD para fechar um acordo para compor a chapa ao Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio disse entender que é “impossível” concorrer ao governo paulista sem conversar com o ex-ministro Gilberto Kassab, classificado como um “grande articulador e estrategista”.
“Não tem nada certo, mas eu diria que a conversa está se encaminhando muito bem”, afirmou o pré-candidato do Republicanos ao Roda Viva.
Questionado especificamente sobre o nome de Felício Ramuth, que em março deixou a Prefeitura de São José dos Campos para, a princípio, concorrer ao governo de São Paulo, Tarcísio disse ser “natural que ele tenha esse espaço“.
Em âmbito federal, a tendência é que o PSD adote neutralidade no 1º turno. Internamente, há uma divisão clara no partido de Kassab, com diretórios estaduais que apoiam o ex-presidente Lula (PT) e outros simpáticos à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Revista Oeste
quarta-feira, 29 de junho de 2022
'As muitas mentiras do lobby abortista', por Flavio Gordon
Novo manual do Ministério da Saúde recomenda que, a partir de 21 semanas e seis dias de gestação, seja feita a antecipação do parto, com todos os esforços para salvar a vida do bebê, e não o aborto.| Foto: Unsplash
“Uma criança de 11 anos, grávida após ser vítima de um estupro, está sendo mantida pela justiça de Santa Catarina em um abrigo há mais de um mês para evitar que faça um aborto legal”. Assim começa a famigerada matéria do The Intercept Brasil sobre o caso da menina grávida que esteve no centro do debate público na última semana.
Mediante vazamento, o portal teve acesso ao vídeo de uma audiência em que a juíza Joana Ribeiro Zimmer e a promotora Mirela Dutra Alberton, do Ministério Público de Santa Catarina, tentavam convencer a menina e sua família – que já haviam tido um pedido de aborto recusado por um hospital universitário do estado – a aguardar mais um pouco até que a vida do feto fosse viável fora do útero, caso em que se poderia realizar um parto prematuro e, se assim fosse o desejo da mãe e de seus familiares, proceder à entrega do bebê à adoção. A audiência ocorreu no período em que, a pedido da promotora, que pretendia preservá-la do risco de novos abusos sexuais, a menina achava-se recolhida num abrigo.
A divulgação do vídeo da audiência foi o que bastou para que o grosso da assim chamada imprensa “profissional” – majoritariamente radicalizada por pautas de esquerda, incluindo a defesa do aborto como “direito” das mulheres – voltasse o seu arsenal de destruição de reputações para as pessoas da juíza e da promotora. Começou, então, aquele processo cada vez mais espantoso de combinação de narrativa e manipulação da opinião pública. E a versão oficial dos sovietes midiáticos foi decretada: insensíveis ao sofrimento da menina grávida, as doutoras Zimmer e Alberton haviam intimidado, torturado psicologicamente (esse o tom da matéria do Fantástico, por exemplo) e constrangido a menina a abrir mão de um “direito” seu, já que o aborto seria legal em caso de estupro.
Ansiosa por uma oportunidade de abrir as portas para a legalização irrestrita do aborto no país, a imprensa “profissional” omitiu alguns dados cruciais sobre o caso
Como vem se tornando recorrente, a campanha midiática de assassinato de reputação da magistrada e da promotora foi acompanhada de uma série de procedimentos persecutórios, tanto por parte de movimentos políticos organizados quanto de instituições de Justiça aparelhadas por militantes de extrema-esquerda. Um abaixo-assinado organizado por um grupo feminista radical exigiu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastasse a juíza Zimmer por supostamente ter dificultado o acesso ao “aborto legal”. Deputados do PSol entraram com uma ação contra ela. Um outro grupo definiu sua conduta como um “atentado à dignidade humana”. E, com efeito, Zimmer começou a ser investigada pela Justiça de SC. As redações, obviamente, pareciam salivar ante a possibilidade de mil e uma punições exemplares àquela que – eis a sentença – tentou impedir o aborto legal de uma menina vítima de estupro.
Ocorre que, ansiosa por uma oportunidade de abrir as portas para a legalização irrestrita do aborto no país, a imprensa “profissional” – a começar pelo The Intercept Brasil, useiro e vezeiro em manipular e apresentar seletivamente informações vazadas de processos judiciais, como fez no caso de Mariana Ferrer – omitiu alguns dados cruciais sobre o caso. Em primeiro, lugar, ressalte-se que a juíza não poderia ter tentado “impedir um aborto legal”, muito menos tolher um hipotético direito ao aborto, simplesmente porque não há aborto legal no Brasil. Continuando a ser crime mesmo naquelas situações excepcionais em que a lei admite excludente de ilicitude (risco de vida da mãe, feto anencéfalo e gravidez decorrente de estupro), o aborto não pode jamais, evidentemente, ser concebido como um “direito”. Em segundo lugar, no caso da menina de Santa Catarina, a imprensa abortista insistiu sem pestanejar na tese do estupro, mas, curiosamente, não demonstrou nenhum interesse inicial em saber algo sobre o estuprador – sobre sua identidade ou sobre o seu destino (se havia sido preso, se continuava à solta etc.). Como o crime em si bastava para justificar a causa abortista, dispensavam-se maiores informações sobre o criminoso.
O fato é que a revelação da identidade do suposto criminoso tornava a situação bem mais complexa do que um simples caso de estupro. Eis que, depois de finalmente realizado o aborto, só então ficamos sabendo pela imprensa se tratar de garoto de 13 anos, que vivia na mesma casa da menina, com quem, sob a provável negligência dos adultos corresidentes, mantinha relações sexuais consentidas, sem indício de emprego de força. Pelo menos é o que afirmou à CNN o delegado Alisson Rocha, titular da Delegacia de Tijucas (SC), onde o caso está sendo investigado: “O que saltou aos olhos foi que, no geral, houve uma relação de afeto entre os dois, houve uma premeditação para o lado da atividade sexual, em comum acordo, havia consentimento”.
A situação é complexa porque, legalmente (segundo o artigo 217-A do Código Penal), toda relação sexual com menor de 14 anos configura crime de estupro de vulnerável. Foi nisso que, depois de revelada a identidade do “estuprador”, a imprensa abortista se fiou para reafirmar a “legalidade” do aborto no caso em tela. Ocorre que, por outro lado, a Constituição Federal e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) definem como inimputáveis os indivíduos menores de 18 anos, caso em que o garoto poderia, no máximo, ter cometido um ato infracional. Segundo reportagem desta Gazeta, a polícia trabalha com duas possíveis conclusões do caso:
“A primeira é ambos os menores responderem por ato infracional análogo ao estupro de vulnerável, de forma recíproca, caso se chegue à conclusão de que os dois praticaram o ato de forma consentida. Durante as investigações, segundo [o delegado] Rocha, foi identificado que a menina consentia e que em nenhum momento houve violência ou indução de forma unilateral para a prática do ato sexual (...) A segunda hipótese de desfecho é que nenhum dos dois responda pelo ato infracional, aplicando-se a chamada ‘exceção de Romeu e Julieta’, que visa descriminalizar a conduta de adolescentes que possuem relações sexuais recíprocas. ‘Nesse caso, leva-se em consideração o envolvimento da vítima, o ‘namoro’, ou seja, o contexto concreto. E não haveria penalização pelo ato infracional, e sim outras medidas, como o acompanhamento psicológico, psicossocial’, explica o delegado.”
A imprensa abortista insistiu sem pestanejar na tese do estupro, mas, curiosamente, não demonstrou nenhum interesse inicial em saber algo sobre o estuprador. Como o crime em si bastava para justificar a causa abortista, dispensavam-se maiores informações sobre o criminoso
Agora, se do ponto de vista técnico do direito brasileiro o fator consentimento não importa muito em se tratando da tipificação de “estupro de vulnerável” (quando a vítima é menor de 14 anos), é óbvio que ele é determinante de uma perspectiva leiga ou extrajurídica. Para o senso comum, afinal, existe uma diferença abissal entre a relação sexual de um adulto com uma criança mediante uso de violência (física ou psicológica) e a relação sexual mutuamente consentida entre duas crianças próximas em idade. O primeiro caso, que envolve uma óbvia assimetria de força e de condição, ninguém hesitaria em chamar de estupro. Já o segundo, que implica uma simetria de força e condição, dificilmente. Quem, posto que lamentando a sexualização precoce de crianças que deveriam estar alheias a esse tipo de interação, condenaria sumariamente como estuprador uma das partes? Creio que pouca gente.
Acontece que a imprensa não fez esse tipo de distinção, e toda a narrativa foi construída de modo a que o público acreditasse estar diante de um caso como o primeiro acima descrito: um estupro inequívoco, ou seja, uma violência sexual cometida por um adulto contra uma criança, caso em que, por óbvio, seria muito maior na opinião pública a tolerância para com o aborto. Afinal, só mesmo criaturas insensíveis como a juíza Joana Zimmer, ou notoriamente cruéis como os militantes pró-vida, poderiam se opor ao exercício desse “direito” por parte de uma criança vitimada por violência tão brutal. Só mesmo esse tipo de gente (decerto “bolsonarista”) poderia ousar impedir o “procedimento de interrupção da gravidez”, esse ato tão virtuoso – mas, convenientemente, jamais descrito em detalhes por seus apologistas – de fazer desaparecer magicamente a causa de tanto sofrimento? Que essa “causa” seja uma pessoa obviamente não vem ao caso. Os guerreiros da justiça social têm mais com que se preocupar...
Gazeta do Povo
Com 10 anos, filho de Ben Affleck causa acidente com carros de luxo
Acidente aconteceu em uma concessionária de Los Angeles, nos EUA
Com 10 anos de idade, o filho mais novo do ator Ben Affleck com a ex-companheira e atriz Jennifer Garner já protagonizou um acidente de trânsito. Samuel Affleck bateu em um BMW X8 branco, avaliado em R$ 1,2 milhão, ao dar ré com uma Lamborghini modelo Urus, de R$ 2,4 milhões.
O acidente aconteceu na 777 Exotics, uma concessionária que aluga carros de luxo em Los Angeles, nos EUA. Em um determinado momento de um vídeo publicado nas redes sociais, Samuel Affleck entra no veículo, que estava com o motor ligado. Em seguida, o menino teria, acidentalmente, acionado a ré.
As imagens capturadas mostram a cena do para-choque traseiro do lado do passageiro entrando em contato com a roda dianteira do BMW. Depois da batida, Ben Affleck foi flagrado discutindo com os donos da concessionária. Ele também apareceu abraçando o filho, que se assustou com o acidente.
“Quando a criança entrou no carro, ele balançou para a frente e para trás”, explicou um funcionário da 777 Exotics ao jornal norte-americano The Post. “Temos um lote pequeno, e os carros estão próximos. Todo mundo estava bem! Eles pareciam felizes e continuaram a olhar os veículos.”
Segundo o site TMZ, especializado em entretenimento e em bastidores de celebridades, um assessor de Ben Affleck afirmou que os carros de luxo não sofreram danos. “Affleck adora carros”, disse o funcionário da concessionária. “Esperamos que eles voltem.”
Revista Oeste
Daniella Marques é confirmada como nova presidente da Caixa
Secretária Especial de Produtividade e Competitividade, Daniella Marques Consentino,
Daniella Marques, Secretária Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec) é a nova presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), em substituição a Pedro Guimarães. O atual presidente oficializou nesta quarta-feira seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro.
Braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, Daniella Marques conta com o total apoio da equipe econômica para assumir o cargo.
A escolha pela executiva foi muito bem recebida por parte do governo e do ministério da economia. Seu nome é considerado perfeito para o cargo por reunir uma série de atributos como seriedade, competência técnica e conhecimento do mercado.
Dois megaempresários americanos que fracassaram no Brasil — e suas lições, escreve Lawrence W. Reed
Mesmo os mais bem-sucedidos enfrentam o espectro do fracasso. A questão é saber aprender
Você quer empreender, mas tem medo de falhar? Você não está sozinho. Todos temos esse medo.
Mas há duas maneiras de se viver:
1) esquivando-se do fracasso e não correndo riscos — e, consequentemente, diminuindo as chances de ser bem-sucedido; ou
2) colocando a pele em jogo — o que também é passível de fiasco, mas com uma maior chance de sucesso.
Em um discurso proferido em 2008 na Universidade de Harvard, a autora de Harry Potter, JK Rowling, afirmou: "É impossível viver sem falhar em algo, a menos que você viva com tanto cuidado, evitando todo e qualquer tipo de risco, que, no final, acabará não vivendo – nesse caso, você já fracassou, por definição".
A importância do fracasso para se chegar ao sucesso
Inúmeros empresários famosos fracassaram antes de terem sucesso; ou fracassaram em algo após já serem bem-sucedidos. Aprender com o fracasso é uma regra fundamental do empreendedorismo.
A diferença entre um mau e um bom empreendedor não é o fracasso, mas sim o que ele fará após o baque – ele deixará que o tropeço o ensine ou o abata por completo?
O palestrante motivacional Dennis Waitley certa vez disse: "O fracasso deve ser nosso professor, não nosso coveiro. O fracasso é um revés, e não uma derrota. É um desvio temporário, não um beco sem saída. O fracasso é algo que só conseguimos evitar se não fizermos nada, não falarmos nada e não sermos nada".
Correr risco é algo inevitável em um mundo incerto e em constante mudança. E você não pode evitar o fracasso ao tentar evitar o risco. Você simplesmente fracassará no esforço e reduzirá suas chances de sucesso.
O empreendedor é aquele que organiza e direciona os fatores de produção (bens de capital e mão-de-obra) na expectativa de que suas decisões de hoje serão validadas pelas condições de mercado que ele imagina que ocorrerão no futuro. O empreendedor é, na realidade, é um especulador, alguém que possui uma estimativa quanto às futuras condições do mercado e está ávido para realizar empreendimentos que, caso antecipem corretamente as futuras demandas dos consumidores, irão resultar em lucros.
Mas nem mesmo o ser humano mais inteligente do mundo sabe tudo sobre o amanhã que ainda não aconteceu. O risco de fracasso é inerente a qualquer investimento em um futuro incerto.
Assim como seu pai, o fabricante de doces Milton Hershey fracassou várias vezes antes de prosperar. O mesmo ocorreu com o cartunista, cineasta e pioneiro de parques temáticos Walt Disney. Sendo bons empreendedores, eles não desistiram. Eles aprenderam e perseveraram.
Razões para o fracasso incluem mau planejamento ou má implementação de um plano, má gestão de pessoas, capital abaixo do necessário, falta de iniciativa, marketing ruim, baixa (ou lenta) inovação, subestimação da concorrência, tornar-se sobrecarregado com imprevistos, e até mesmo não aprender com as falhas anteriores.
Você pode fracassar porque não pensou grande o suficiente. Você pode fracassar porque pensou grande demais. E você pode fracassar por uma série de razões intermediárias.
Há um trecho do um famoso discurso de Theodore Roosevelt, de abril de 1910, intitulado Man in the Arena, que resume perfeitamente o que foi dito:
Não é o crítico que interessa. Pouca relevância tem aquele que aponta por que o outro tropeçou ou o que ele deveria ter feito de diferente.
O crédito pertence ao indivíduo que está realmente batalhando na arena, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que se esforça bravamente; que erra; que falha repetidamente, pois não há esforço sem erro, fracassos e decepções; que realmente se esforça para fazer as tarefas; que conhece os grandes entusiasmos e as grandes devoções; que se gasta em uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo das grandes conquistas, e na pior, se ele falha, pelo menos falha tendo ousando grandemente, de modo que seu lugar jamais estará com aquelas almas frias e tímidas que não conhecem a vitória nem a derrota.
Os dois fracassos empresariais narrados abaixo têm como personagens dos empreendedores americanos que atuaram com décadas de diferença no mesmo país da América do Sul: o Brasil. Como disse Theodore Roosevelt, eles "ousaram grandemente".
Fracasso à brasileira: Henry Ford e a Fordlândia
O nome de Henry Ford já era mundialmente conhecido à época. Quando seu último Modelo T saiu da linha de montagem em Michigan, em 1927 (abrindo espaço para seu sucessor, o Modelo A), ele havia vendido 15 milhões de unidades a um preço médio de poucas centenas de dólares cada.
Por ter sabido enriquecer tantas pessoas com o primeiro automóvel produzido em massa e a preços acessíveis, Ford se tornou um homem rico.
Porém, solucionar problemas sempre foi mais interessante e desafiador para Ford do que apenas ganhar dinheiro. Mesmo com todo o seu sucesso, ele não se deu por satisfeito, e tentou resolver um de seus principais problemas: o monopólio britânico da borracha, que dificultava a produção de pneus.
Sabendo que a região amazônica do Brasil estava repleta de árvores seringueiras cuja matéria-prima produzia o látex de que precisava para fazer os pneus de seus automóveis, Ford decidiu construir sua própria operação borracheira no local.
Ele negociou com o governo brasileiro e, em 1927, finalizou um acordo pelo qual assegurou 1 milhão de hectares ao longo do rio Tapajós, 160 quilômetros ao sul de onde ele deságua no Rio Amazonas, na cidade de Santarém (estado brasileiro do Pará). Em troca, ele teria de dar ao governo uma participação de 9% dos lucros.
A peça central do projeto seria uma nova cidade, que o magnata dos automóveis batizou de "Fordlândia".
Isso é que é pensar ousadamente.
O empreendedor vislumbrou não apenas uma maciça operação de produção de borracha a mais de 6 mil quilômetros de Detroit, como também uma vila utópica onde seus valores do Meio-Oeste americano transformariam uma sociedade estrangeira. Foi um desafio hercúleo em todos os sentidos – logística, ambiental, cultural e economicamente.
Todavia, não demorou mais do que seis anos para que a Fordlândia entrasse em colapso. Os trabalhadores brasileiros não gostavam da comida americana e se irritaram enormemente com a proibição do consumo de álcool na cidade (o consumo era proibido até nas residências dos trabalhadores). Também ficaram insatisfeitos com regras que, à época, eram novas para os trabalhadores da região, como sirenes, relógios de ponto, crachá e regras de comportamento a que não estavam habituados, o que causava conflitos e baixa produtividade.
Tudo estava contra o projeto. Insetos e doenças atacaram impiedosamente as seringueiras plantadas pelos administradores na região. A Fordlândia fechou e a Ford moveu suas operações rio acima; porém, dentro de uma década, elas também fecharam. A invenção da borracha sintética na década de 1940 tornou a borracha natural obsoleta e desnecessária.
O neto de Ford, Henrique II, vendeu tudo de volta ao governo brasileiro em 1945 com uma perda, em dólares de hoje, de quase 300 milhões de dólares.
Da celulose à falência
Daniel K. Ludwig (1897-1992), também oriundo do estado americano de Michigan, nunca ganhou a notoriedade de Henry Ford, mas era isso mesmo que ele queria. Ludwig deliberadamente evitou os holofotes durante toda a sua vida.
Seu projeto no Brasil nos anos 1960 e 1970, porém, foi tão espetacular quanto o de Ford.
A primeira aventura empreendedorial de Ludwig assumiu a forma de transporte de madeira e melaço em cargueiros que operavam nos Grandes Lagos – conjunto de lagos situados entre os Estados Unidos e o Canadá. Ele tinha apenas 19 anos quando começou a empresa.
Ao longo dos 50 anos seguintes, construiu uma das maiores fortunas do mundo ao se tornar um especialista nas áreas de navegação cargueira (ele praticamente inventou o superpetroleiro), hotéis, seguros, pomares de laranja, refino de petróleo e pecuária.
Aos 70 anos de idade, podendo já se aposentar tranquilamente e usufruir uma vida de luxo, Ludwig teve sua grande ideia para o Brasil: comprou 1,6 milhão de hectares não muito longe das ruínas de Fordlândia, e construiu uma fábrica de celulose (o Projeto Jari). Mas antes, criou uma comunidade modelo chamada Monte Dourado, com hospital e escolas, e desenvolveu a agricultura local para alimentar os habitantes que ele esperava que fossem trabalhar na fábrica.
A tarefa difícil ficou ainda mais desafiadora quando Ludwig decidiu que, em vez de construir a fábrica do zero no local, era mais viável construí-la no Japão e enviá-la por meio do oceano para o Brasil. Isso mesmo. Ele construiu uma fábrica de papel inteira no Japão e rebocou-a em duas partes gigantes até o Brasil, e depois centenas de quilômetros rio acima no Amazonas.
Talvez o fato de que a ideia de tal empreendimento nunca teria me ocorrido, em qualquer idade, mostre o quão pouco empreendedor eu sou. Mas sou grato por haver pessoas no mundo que são obviamente mais corajosas e mais visionárias do que eu.
Assim que a fábrica foi montada em 1979, 750 toneladas de celulose passaram a ser produzidas por dia. Mesmo assim, o projeto como um todo gerou prejuízos que obrigaram Ludwig a vendê-lo totalmente para investidores brasileiros em 1981. Ao todo, Ludwig gastou 1,15 bilhão de dólares em valores da época.
Ele dedicou a década restante de sua vida ao financiamento de pesquisas sobre o câncer, doando centenas de milhões de dólares para esse fim.
Se quiser sucesso, não tema o fracasso
Quais lições podemos tirar de apostas gigantescas como Fordlândia e Monte Dourado?
Os mesquinhos e de mentalidade estreita serão rápidos em criticar. Provavelmente são os mesmos que desdenham dos sonhos dos atuais empreendedores de explorar o fundo do oceano mais profundo ou colonizar Marte. De mim, no entanto, você não ouvirá nada além de uma palavra de encorajamento quando alguém sonhar grande (especialmente se ele fizer isso com seu próprio dinheiro).
Tenho certeza de que Ford e Ludwig jamais quiseram falhar. Também tenho certeza de que nenhum dos dois gostou quando aconteceu. Mas também estou certo de que eles não temiam isso. O próprio Ford certa vez disse: "O fracasso é simplesmente a oportunidade de começar de novo, desta vez de forma mais inteligente".
Não tenha medo do fracasso. Esteja preparado para aprender com ele. Não deixe de correr riscos porque tem medo de que o sonho não dê certo. Se o medo do fracasso bastasse para que os humanos deixassem de agir, estaríamos ainda vivendo em cavernas.
Quando grandes homens como Ford e Ludwig se arriscam, isso inspira outros a se arriscarem também, tímida ou ousadamente.
Ao contrário de muitos, penso ser extremamente inspiradores os fracassos que citei, e gostaria de ter tido metade da coragem que Ford e Ludwig tiveram para tentar empreendimentos tão notáveis. É indicativo de um espírito sem o qual a existência da humanidade seria monótona e estagnada.
Não é um elogio estar entre "aquelas almas frias e tímidas que não conhecem a vitória nem a derrota".
Mises Brasil