Norte-americanos vão ceder cota extra a europeus em movimento para limitar dependência do continente em relação à Rússia
Autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira, 25, um novo acordo para fornecimento de gás de modo a limitar a dependência do continente das exportações vindas da Rússia.
Pelo acordo selado em Bruxelas, os Estados Unidos garantem aos parceiros europeus o fornecimento de 15 bilhões de metros cúbicos extras de gás natural liquefeito (GNL) até o fim de 2022. Em médio prazo, na projeção para 2030, a demanda anual do continente deve ir a 50 metros cúbicos.
O anúncio foi feito logo depois do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O acordo de gás ocorre em meio aos esforços dos aliados para minar a economia russa, em retaliação à invasão militar da Ucrânia.
“Vladimir Putin usou a energia da Rússia para manipular os vizinhos”, afirmou Biden em entrevista coletiva nesta sexta, em menção ao presidente russo. “Ele usou os lucros para financiar sua máquina de guerra.”
A Rússia, atualmente, é a maior exportadora mundial de gás natural liquefeito e responde por 45% das exportações para a União Europeia. Os russos lideram o comércio global neste nicho, acompanhados de Catar e Irã.
No geral, o bloco europeu importa 90% de gás natural liquefeito, usado principalmente no setor industrial e no aquecimento de residências.
Em nota, a Comissão Europeia manifestou que o novo acordo vai substituir de imediato um terço do que a Rússia exporta ao bloco atualmente.
“Como vocês sabem, nosso objetivo é reduzir nossa dependência da Rússia”, disse Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia. “O compromisso dos Estados Unidos de fornecer à UE pelo menos 15 bilhões de metros cúbicos adicionais de GNL este ano é um grande passo nessa direção. Estamos determinados a nos opor à guerra brutal da Rússia.”
Revista Oeste
