quarta-feira, 14 de abril de 2021

"O cancelamento da música clássica e a exaltação do barulho", escreve Julienne Salviano

 

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Por que a Universidade de Oxford, atendendo a patrulha do Black Lives Matters, quer cancelar a música clássica?

Após um intenso apelo do movimento Black Lives Matter, Oxford planeja retirar partituras clássicas dos cursos de música por ser “muito colonial”. Se a ideia realmente for concretizada, os professores deverão reformular seus cursos para evitar repertórios que incluam compositores como Beethoven, Mozart e Bach.

Sob a justificado de preocupações sobre “cumplicidade na supremacia branca” nos currículos musicais, os cursos musicais não deveriam mais ser obrigatórios a oferecer esse estilo musical porque o foco do repertório atual na “música europeia branca” causa “grande sofrimento aos estudantes negros.”

Sim. Estamos diante de mais um absurdo defendido pelo BLM, que também já defendeu derrubar estátuas de figuras históricas. Eles continuam seguindo a cartilha para apagar os pilares ocidentais.

A música, a arte das musas, assim como era designada pelos gregos, está estreitamente ligada a beleza e a transcendência. A linguagem musical se destina ao psíquico e a alma, e estabelece um elo especial entre a razão e as emoções do indivíduo. A comunhão consigo mesmo constitui o valor essencial dessa arte. É preciso ter consciência dos impactos dos ritmos musicais, pois eles exercem influência positiva ou negativa no indivíduo, no ambiente e na sociedade. Para comprovar, basta observar o comportamento das pessoas que são adeptas de um tipo ou de outro ritmo musical.

Em todas as sociedades, a música sempre foi objeto de sacralização. Ela galvanizou os exércitos, exaltou revolucionários, adormeceu crianças, acalmou ansiedades, tocou corações e serviu de apoio a todas as religiões do mundo.

A criança percebe os ritmos e recebe seus estímulos ainda no ventre. A ciência mostra como a música afeta a fisiologia do ser humano, mexendo com os hormônios, com a dopamina e a serotonina. O que você ouve influencia diretamente o seu inconsciente, altera o emocional e, sem dúvidas, no seu comportamento. A música prova emoções, faz o ser humano rir, chorar, empolgar-se, acalmar-se. Ela é um mosaico de emoções que podem ser ativados por sua influência. Essas emoções suscitadas pela música são conteúdos psíquicos carregados de extremos estímulos. A música também atua como estruturante do pensamento, percepção e atuação do indivíduo na vida.

De um tempo para cá, a música vem passando por uma profunda desorganização, decadência e pobreza decorrentes da imoralidade da sociedade. A música atual, muitas vezes não passa de um barulho revoltado, que chega a atuar de forma materialista. Dessa forma, a música deixa de ser instrumento de elevação da alma e, consequentemente, passando a aterrar ainda mais o indivíduo.

Para piorar, o Funk, notadamente instrumento de sexualização da sociedade no seu âmbito mais vil e promíscuo, segue contribuindo para a nossa decadência moral. Nele, inclusive, existe uma face perigosa que pode desencadear a sexualização infantil. Preste bem atenção nos movimentos corporais que o tal ritmo provoca. O som constantemente faz ligação ao ato sexual e ao estímulos de certas glândulas. A sexualização precoce é uma das coisas mais perigosas e nefastas. Vale frisar que a energia psíquica (libido), que deve ser direcionada em energia integral para desenvolvimento e aprendizado, de alguma forma acaba ‘escapando’ por essa válvula precoce e, na melhor das hipóteses, dificulta o aprendizado e o desenvolvimento intelectual.

Numa percepção mais apurada, toda essa orquestra do ‘cancelamento’ visa solapar o desenvolvimento humano, tirando-lhe a boa música edificante e dificultando a elevação de sua alma, da transcendência e das emoções mais sublimes. A música de compositores como Bach, Mozart e Beethoven ajudam o indivíduo a entrar em alfa — cerebral com amplitude de 100 microvolts — que baixa o ritmo cardíaco e respiratório, diminuindo a concentração de lactato e ativando divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo.

Quando entramos em alfa, é ativada a função do hemisfério direito, que é responsável pela imaginação. Sincronizando-se com o esquerdo, responsável pela razão, é produzido um transe criativo. Famosos cientistas, inclusive, a exemplo de Niels Bohr, Newton e Einstein, entravam em alfa constantemente. Além disso, no desenvolvimento humano, dos 7 anos até a adolescência, o que predomina é alfa. É exatamente nesse período que é ofertado a avalanche que visa a sexualização precoce.

Além da perseguição ao belo e a elevação da alma ao divino, há a face mais velada de todas: a perseguição ao cristianismo. Quem não conhece a Ave Maria de Mozart ou Jesus Alegria dos Homens de Bach?

Precisamos ter muito cuidado com tudo aquilo que ouvimos. Afinal, se permitirmos tudo o que vem acontecendo ao redor do mundo, a patrulha progressista buscará o ‘cancelamento’ desses autores, produtores e compositores nas plataformas virtuais, que é o terreno fértil do modus operandi.

As composições contemporâneas, em maioria, cairão em esquecimento. No entanto, as grandiosas canções de Bach, Beethoven, Mozart e demais imortais, continuarão atravessando as eras.

Por fim, em resposta ao BLM, preparei essa playlist para oferecer a todos os leitores do Conexão Política.

 

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