O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta (23) uma série de restrições à importação de produtos cubanos e proibiu os cidadãos americanos de se hospedarem em propriedades do governo da ilha —o que inclui a imensa maioria dos hotéis do país.
As medidas acenam à comunidade de cubanos na Flórida, que em sua maioria se opõem ao governo ditatoria e corrupto de Cuba.
Com 29 delegados no Colégio Eleitoral americano, a Flórida é considerada um estado chave para o pleito.
Nas eleições de 2016, Trump venceu no estado com apenas 1,2% de diferença na votação.
De acordo com a agência de notícias Reuters, os aliados de Trump afirmam acreditar que suas posições firmes em relação a Cuba —que contrariam diretamente a política de reaproximação do governo Obama e remontam ao embargo econômico da época da Guerra Fria— são uma estratégia certeira para ganhar votos de americanos de origem cubana.
O estado tem a maior população de ascendência cubana nos EUA, com cerca de 1,5 milhão de pessoas.
O presidente americano anunciou as sanções, “parte da nossa luta contínua contra a opressão comunista”, durante um evento em homenagem a veteranos que participaram da tentativa de invasão à baía dos Porcos, em 1961.
Ele disse que iria restringir a importação de charutos e rum cubanos, mas não especificou até que ponto isso iria. Também anunciou restrições à participação de americanos em reuniões profissionais, shows e eventos esportivos no país, bem como a proibição da hospedagem em hotéis.
As medidas têm como objetivo claro prejudicar a economia cubana, mas não devem ter efeito imediato. A ilha está fechada a estrangeiros devido à pandemia provocada pelo vírua chinês.
O diretor-geral para os Estados Unidos da chancelaria cubana, Carlos Fernández de Cossío, classificou a medida como uma nova agressão e ironizou, no Twitter, o discurso de Trump.
"O presidente Trump, em um curioso movimento eleitoral, encontra resquícios da brigada mercenária que o governo dos Estados Unidos lançou na agressão militar contra Cuba em 1961 (governo do democrata Kennedy) e que, apesar de suas poderosas armas e árdua preparação militar, foi derrotada em menos de 72 horas", escreveu.
A secretária-assistente de Estado dos EUA para a Cuba e Venezuela, Carrie Filipetti, negou que a medida fosse um cálculo eleitoral, afirmando que não havia “nenhum nexo com questões domésticas”.
Com informações APP e Reuters