quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Go­verno bra­si­leiro reage ao re­la­tório francês sobre acordo Mer­cosul-União Eu­ro­peia em crí­ticas sobre o meio-am­bi­ente

Para o MRE e Mapa, o Brasil já mos­trou que é capaz de au­mentar sua pro­dução de carne, soja e milho ao passo em que di­munui o des­ma­ta­mento.

Nesta terça-feira (22 de se­tembro), o Mi­nis­tério das Re­la­ções Ex­te­ri­ores (MRE) e o Mi­nis­tério da Agri­cul­tura, Pe­cuária e Abas­te­ci­mento (Mapa) emi­tiram uma nota con­junta sobre o re­la­tório do go­verno francês a res­peito do Acordo Mer­cosul-União Eu­ro­peia. O do­cu­mento faz uma série de crí­ticas aos as­pectos am­bi­en­tais, re­la­ci­o­nados à ati­vi­dade agro­pe­cuária, so­bre­tudo à pro­dução de carne bo­vina e ao des­ma­ta­mento.

Para o MRE e Mapa, o Brasil já mos­trou que é capaz de au­mentar sua pro­dução de carne, soja e milho ao passo em que di­munui o des­ma­ta­mento. In­forma que, de 2004 a 2012, o des­ma­ta­mento da re­gião cha­mada de Amazônia Legal caiu 83%, en­quanto que a pro­dução agrí­cola subiu 61%. Nesse mesmo pe­ríodo, o re­banho bo­vino cresceu em mais de 8 mi­lhões de ca­beças, che­gando a 212 mi­lhões em 2012.

“Esses dados in­serem-se em ten­dência his­tó­rica de in­ten­si­fi­cação da agro­pe­cuária bra­si­leira e dos de­cor­rentes ga­nhos de pro­du­ti­vi­dade, em sin­tonia com a pre­ser­vação am­bi­ental”, diz a longa nota dos dois Mi­nis­té­rios.

Na visão do go­verno do Brasil, a não en­trada em vigor do Acordo Mer­cosul-UE pas­saria men­sagem ne­ga­tiva e es­ta­be­le­ceria claro de­sin­cen­tivo aos es­forços do país para for­ta­lecer ainda mais sua le­gis­lação am­bi­ental. Além disso, teria im­pli­ca­ções so­ciais e econô­micas ne­ga­tivas, que po­de­riam agravar ainda mais os pro­blemas am­bi­en­tais da re­gião.

“Não ra­ti­ficá-lo im­pli­cará la­cuna im­por­tante no for­ta­le­ci­mento da re­lação entre as partes e na rei­te­ração de um livre co­mércio sus­ten­tável e res­pon­sável, que pro­por­ci­o­nará pros­pe­ri­dade com pre­ser­vação da na­tu­reza, re­sul­tante da me­lhoria das con­di­ções econô­micas”, diz a nota dos Mi­nis­té­rios das Re­la­ções Ex­te­ri­ores e da Agri­cul­tura.

En­quanto a nação bra­si­leira e ou­tras na­ções pro­du­tivas do mundo es­forçam-se para ali­mentar a hu­ma­ni­dade ao mesmo tempo em que lutam pela pre­ser­vação do meio am­bi­ente em seus ter­ri­tó­rios, ou­tras na­ções do outro lado do con­ti­nente (as quais nem mesmo pos­suem mais flo­restas ou se­quer uma fauna para pre­servar, visto que já uti­li­zaram todos os meios na­tu­rais pos­si­veis em usinas de energia mo­vidas a carvão e ou­tros com­postos, o que pra­ti­ca­mente des­trói o ecos­sis­tema em pouco tempo), que ja­mais se im­por­taram com a po­pu­lação bra­si­leira ou o com o que está ocor­rendo além mar, apa­recem como uma es­pécie de “pa­trulha” de com­bate a de­gra­dação am­bi­ental. In­di­ví­duos os quais ja­mais se pre­o­cu­param com uma ár­vore em suas vidas, de re­pente mos­tram-se ex­tre­ma­mente mo­ti­vados a in­ter­fe­rirem em um ter­ri­tório de bi­o­di­ver­si­dade ex­terna, mas que, em seu sub­solo, abriga uma das mai­ores ja­zidas de me­tais e pe­dras pre­ci­osas do mundo. Uma es­tranha coin­ci­dência, não acham?

Jornal Vera Cruz