quarta-feira, 19 de junho de 2019

Moro reforça versão de que vazamento foi ataque hacker para prejudicar Lava Jato

ministro da Justiça e Segurança PúblicaSérgio Moro, voltou a classificar o vazamento de mensagens supostamente trocadas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol durante a Operação Lava Jato como um "ataque orquestrado" que mirou as instituições nacionais e teve como objetivo prejudicar o andamento das investigações ou mesmo buscar a anulação de condenações no âmbito da operação.
Moro evitou ainda reconhecer a autenticidade das mensagens, dizendo que não tem mais acesso a elas
Moro evitou ainda reconhecer a autenticidade das mensagens, 
dizendo que não tem mais acesso a elas
Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, gravado na segunda-feira, 17, e exibido na noite desta terça-feira, 18, Moro descartou a possibilidade de o conteúdo divulgado pelo site The Intercept Brasil ter sido vazado por integrantes da Lava Jato, como chegou a ser cogitado: "Não é alguém que traiu, existe, sim, um grupo criminoso organizado".
O ministro evitou ainda reconhecer a autenticidade das mensagens, dizendo que não tem mais acesso a elas. "Mas sempre agi com lisura dentro da minha profissão", enfatizou.
Ao responder perguntas sobre a Lava JatoMoro buscou reforçar que os casos da operação não fazem mais parte do seu cotidiano e que não têm mais envolvimento com eles. "Meu papel como ministro é dar estrutura e autonomia aos órgãos de investigação."
Moro comentou também sobre o pacote anticrime apresentado por ele ao Congresso. O ministro disse estar "dialogando intensamente" com parlamentares e que muitos têm dado apoio ao projeto, mas observou que os esforços da agenda nacional estão concentrados, no momento, na reforma da Previdência. Segundo ele, assim que o tema da Previdência estiver resolvido, o pacote anticrime deve ganhar tração no Legislativo.

Moro disse ainda não ter intenção de ser político. Ele reiterou que só aceitou o convite para ser ministro de Jair Bolsonaro sob a condição de que o governo "seja firme" no combate ao crime organizadocrime violento e à corrupção.

Letícia Fucuchima, O Estado de S.Paulo