domingo, 16 de junho de 2019

Comparação esdrúxula da Folha denota mais um horripilante fake news

Eu vivi para ver a Folha de S.Paulo comparar a atuação de advogados da União e de procuradores da Fazenda Nacional e do Banco Central do Brasil aos radares de trânsito, na tentativa ignóbil de dizer que os bônus por eficiência e honorários sucumbenciais equivalem à "indústria das multas de trânsito".
Assim escreveu o repórter:
"Na prática, os bônus concedidos pelo governo federal têm objetivo semelhante [aos radares e pardais], ampliando ganhos de servidores para incentivar autuações de irregularidades."
[Fonte: https://folha.com/a6pmzb34]
É assombroso o grau de ignorância do repórter e do jornal. É evidente que ambos desconhecem, em absoluto, as atribuições dos cargos citados e algumas expressões jurídicas.
Ou, estamos diante apenas da má-fé tentando se travestir numa espécie imoral e vergonhosa de Jornalismo.
Leia o trecho na imagem abaixo. Nele, a "reportagem" até explica o que são honorários sucumbenciais, determinados em juízo. Entretanto, logo em seguida, a canalhice abunda:
"Para bancar esse benefício, o governo desembolsou R$ 690 milhões em 2018."
Senhores, honorários sucumbenciais são pagos pela parte derrotada nos processos judiciais. Portanto, quando esses valores são recebidos e rateados entre advogados da União e procuradores da Fazenda Nacional e do Banco Central é porque foram pagos por quem esses profissionais derrotaram nos tribunais e não pelo Governo Federal.
A proposta da matéria é apenas difamar algumas categorias, nem que, para isso, seja necessário atestar que postes mijam em cachorros.
Isso não é informar. É desserviço.
Segue o enterro...

Helder Caldeira

Escritor, Colunista Político, Palestrante e Conferencista
*Autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”, entre outras obras.

Jornal da Cidade