sábado, 16 de fevereiro de 2019

Bolsonaro tem que adotar critérios claros, diz Janaína Paschoal sobre possível demissão de Bebianno

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) foi eleita com 1 milhão de votos e ficou conhecida pelo papel ativo no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff Foto: Marcos Alves
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) foi eleita com 1 milhão de votos e ficou conhecida pelo papel ativo no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff Foto: Marcos Alves

A deputada estadual Janaína Paschoal ( PSL -SP) disse neste sábado, no Twitter, que o presidente Jair Bolsonaro deve adotar critérios minimamente claros nos casos de demissões de ministros. Sem citar o ministro do Turismo,  Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), ela afirmou que se o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, "está saindo por eventual envolvimento com laranjas, outro membro da equipe citado em situação ainda mais problemática deve ser afastado também".

"Se é verdade que Bebbiano (sic) está saindo por um eventual envolvimento com as supostas laranjas, outro membro da equipe citado em situação ainda mais problemática deve ser afastado também", disse ela na rede social. "Uma vez mais, não estou defendendo ou acusando quem quer que seja, estou preocupada com o engessamento de um país que já não aguenta mais. Crises, por força de questões substanciais, infelizmente, já fazem parte de nossa história. Crise por falta de definição não pode haver", completou ela.

Numa reportagem no início deste mês, a "Folha de S. Paulo" informou que quatro candidatas do PSL de Minas  teriam sido usadas como laranjas, numa estrutura patrocinada pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio  . O ministro era presidente do PSL no estado no período das supostas fraudes. Segundo o jornal, as quatro candidatas receberam R$ 279 mil durante a campanha e, mesmo assim, receberam pouco mais de dois mil votos. Bebianno está na berlinda por conta de denúncias sobre repasse de verbas do PSL, dinheiro público, a uma candidata suspeita de ser laranja em Pernambuco, o que ele nega. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência disse neste sábado que a tendência é a sua exoneração . Bebianno confirmou que recebeu convite para  ocupar um cargo na Itaipu Binacional  para deixar o ministério, mas disse que não aceitou.
"Bom dia, Amados! Já se iniciou a guerra de narrativas acerca do que está ocorrendo no governo. Uns tentam divinizar Bebbiano, outros Carlos Bolsonaro. Mas a verdade é uma só: ninguém sabe por qual razão o Ministro está sendo afastado. Vejam, o Presidente tem prerrogativa para admitir e para demitir. Ele sequer precisa dar satisfações, a retirada de uma pessoa do governo pode decorrer até mesmo de incompatibilidade de personalidades. No entanto, é necessário que um Presidente decida", escreveu Janaína nas mensagens.
Em seguida, a deputada estadual cobra critérios de Bolsonaro para as demissões e chama atenção para a mudança de postura que deve haver entre o período de campanha e o mandato no governo:
"Durante a campanha até era possível fomentar a guerra de todos contra todos e deixar que a situação se acomodasse naturalmente, sem que ninguém ficasse ressentido com o candidato, que era de todos. Mas, no governo, tal postura será insustentável. Não tem cabimento um Presidente da República dizer que demitirá uma pessoa passados três dias. As admissões e demissões devem ser decididas e simplesmente comunicadas. Ademais, um líder precisa adotar critérios minimamente claros".
Por fim, a parlamentar afirmou que Bolsonaro "saiu de uma cirurgia delicada" e "ainda está se recuperando".
"Mas é preciso entender que não é possível conduzir o governo como a campanha. No governo, a caneta está na mão do Presidente, ele terá que assumir os ônus das decisões", concluiu.
O Globo