
O senador Davi Alcolumbre (AP) é o pré-candidato do DEM ao comando do Senado. Segundo relatos de parlamentares, Lorenzoni, desafeto antigo de Renan, tem participado pessoalmente das articulações por Alcolumbre. Antes do recesso parlamentar, apoiadores do senador do Amapá diziam que o lançamento do nome dele era apenas uma reação à possível candidatura de Renan pelo MDB. Uma maneira de pressionar a legenda a escolher outro nome, que não colecione uma lista de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), para lançar à Presidência.
De acordo com Tebet, senadores do MDB a procuraram e demonstraram preocupação com a candidatura de Alcolumbre. Eles avaliam que o adversário tem ganhado musculatura diante da pressão anti-Renan e, com isso, foi "seduzido" a levar a candidatura até o final.
— Já tive também por parte do DEM a sinalização de que interessaria para o partido uma candidatura do Renan contra eles (por ser supostamente frágil). Estão equivocados e prejudicando o governo. Porque são governo. Estão colocando a Presidência do Senado como um fim em si mesmo. Estão esquecendo a governabilidade — afirmou Tebet, acrescentando, que ao lançar seu nome ontem, teve um retorno, por meio de intermediários entre MDB e DEM, de que Alcolumbre realmente está disposto a concorrer seja quem for o candidato do MDB.
Ao contrário do discurso de Renan, que prega não ser candidato, Tebet já o trata como postulante à indicação do partido à disputa. Ela nega, porém, que a sigla esteja dividida.
— Estou indo para a disputa na crença de que eu posso ter a maioria. Se eu vou ter, é outra história. É decisão da bancada. (...) Essa disputa é saudável. Não é divisão. Eu estou representando um segmento que pode ser majoritário ou minoritário. Isso significa que a bancada tem dúvida. E essa dúvida precisa ser sanada. A disputa já está acontecendo — diz a líder, acrescentando que, independentemente da decisão final da legenda, os emedebistas votarão unidos.
O MDB decidirá seu nome para a disputa na semana que vem. Tradicionalmente, a maior bancada, no caso o MDB, é eleita para comandar a Casa. Na manhã desta terça-feira, o presidente da sigla, Romero Jucá (RR), divulgou nota em que também nega divisão e coaduna com o discurso de Renan, de que ele não é candidato.
“O MDB vê com satisfação o lançamento da candidatura da senadora Simone Tebet para a Presidência do Senado. O partido tem bons candidatos e vai colocá-los para avaliação da bancada. Em nenhum momento, esta candidatura divide o MDB. O nome da senadora, até o momento, é o único apresentado oficialmente. O senador Renan Calheiros ainda não se posicionou sobre uma eventual candidatura nem outros nomes que possam se colocar como candidatos”, registra a nota.
Simpática à reforma da Previdência, Tebet tem dito que a pauta econômica deve ter prioridade no Congresso.