
Segundo Simone, tradicionalmente os senadores escolhem o presidente indicado pela maior bancada da Casa — hoje o MDB, com 12 senadores. Tebet diz que colegas a procuraram demonstrando preocupação com a atuação do DEM. Para Olímpio, a preocupação de Onyx com o próprio partido não está de acordo com a intenção do presidente, Jair Bolsonaro, de não inteferir nas escolhas para o comando do Legislativo.
— Logicamente, (a atuação de um ministro do governo na disputa) causa um desconforto. Quem fala pelo governo é o presidente Jair Bolsonaro. E ele disse a mim: Não vou interferir no processo, em eleições nem na Câmara, nem no Senado, aqueles (ex-presidentes) que o fizeram se arrebentaram. Ele está mais do que certo. Se fosse para ter uma candidatura de governo, seria a minha, que sou partido do presidente. Cada um (Onyx) esperneia como quer. O governo tem de ser governo. Se alguém tiver com condutas partidárias, pode atrapalhar o governo. Então, faço coro ao sentimento da Simone — disse Olímpio.
O senador eleito disse ainda que sua candidatura, como outras, foram colocadas para "fazer frente à candidatura do Renan".
— Não existindo a candidatura do Renan (caso a bancada do MDB escolha Tebet como sua indicada), passamos ao processo de construção, para verificarmos quem tem mais potencial para a eleição à Presidência. (Eu e Simone) Conversamos sobre a importância do Senado, da Presidência, e a nossa conversa é totalmente convergente no sentido das pautas necessárias ao país. Ela deixou muito claro que, como presidente, vai pautar e impulsionar o que deve se ser pautado. Isso nos deixa tranquilos — disse sobre Tebet.
O senador admitiu que, caso o nome de Tebet ganhe mais musculatura até a eleição, marcada para 1º de fevereiro, ele abrirá mão da candidatura por ela.
Procurado, Onyx disse, via assessoria, que não irá comentar as declarações sobre ele.
Amanda Almeida, O Globo