O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que o governo não irá se opor à fusão entre as fabricantes de aeronaves Boeing, norte-americana, e Embraer, brasileira. A União tem participação com "golden share" com poder de veto. Integrantes do governo se reuniram no Palácio do Planalto para tratar do assunto.
“Reunião com os Ministros da Defesa, da Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Economia sobre as tratativas entre Embraer (privatizada desde 1994) e Boeing. Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados. A União não se opõe ao andamento do processo”, disse o presidente no Twitter.
O acordo foi selado no ano passado e aguarda apenas a decisão do governo brasileiro para seguir adiante. Pelo acordo, a Boeing seria controladora da empresa, com 80% das ações da nova companhia. Para isso, pagaria US$ 4,2 bilhões. No caso das operações de Defesa, seria criada uma nova empresa na qual a Embraer teria 51% das ações.
No início do mês, o presidente criticou os termos da proposta final. Bolsonaro manifestou preocupação com a possibilidade de, em cinco anos, todas as ações poderem ficar com a empresa americana.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República informou que o governo não exercerá o seu poder de veto sobre o acordo.
“O Presidente foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais. Diante disso, não será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio”, diz texto.
O assunto foi tratado em em reunião nesta quinta-feira entre Bolsonaro, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e representantes do Ministério da Economia e dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
No encontro, foram apresentados os termos das tratativas entre Embraer e Boeing.
Manoel Ventura, O Globo