
Apesar de um dos endereços da busca realizada hoje ser um hotel ligado ao advogado e onde funciona seu escritório, o local de trabalho de Zanone não chegou a ser alvo de buscas. Inicialmente, a PF pediu que o escritório também fosse alvo, porém o procurador se manifestou contra por entender que isso implicaria em levantar suspeita sobre a atuação do defensor em si, e o juiz acabou acatando a tese de Medina.
— É importante que se diga que não há suspeita contra o advogado — segue o investigador, para quem há três hipóteses de investigação que precisam ser checadas: a de que Adélio Bispo agiu sozinho, a de que ele foi financiado por algum grupo político radical organizado e a de que ele teria sido financiado pro alguma organização criminosa.
Nas buscas chegaram a apreender o celular do advogado (momento em que a Ordem dos Advogados do Brasil foi acionada), mas, segundo o procurador, o objetivo é apenas identificar o financiador da defesa, uma vez que a investigação já sabe que nem o autor do ataque nem seus familiares contrataram os advogados.
— Nenhuma mensagem que envolva técnica ou estratégia de defesa será empregada para a instrução dessa ou de outra investigação. A inviolabilidade do advogado e do cliente vai ser respeitada — explica o procurador para quem a ação de hoje pode ajudar até a garantir maior lisura à defesa de Adélio.Uma das preocupações, segundo o procurador, é de que caso haja uma organização criminosa por trás, ela esteja financiando a defesa também para garantir o silêncio do autor do atentado.
Os investigadores buscavam as imagens da câmera de segurança do hotel para tentar confirmar se o financiador aparece nos vídeos, uma vez que o advogado disse ter se encontrado com ele no escritório.
Um dos endereços é uma loja de sorvetes de Zanone, o objetivo é buscar documentos que o advogado pode ter deixado nestes locais e que tenham relação com o caso Adélio.