
— No cenário que vem pela frente, quem estiver na presidência do Senado e da Câmara, se descolar da sociedade, acabou sua carreira política. Esse é o ponto. Se nós temos um governo que está afinado com a sociedade, quem desafinar da gente, desafina da sociedade — afirmou, ressaltando que a mudança atinge todos os políticos:
— Se eu desconectar da sociedade, acabou. Hoje se relativizou o poder de todos, o que é muito bom para a democracia brasileira. Essa nova cidadania exige do representante uma nova postura.
Filhos do presidente
Onyx tentou separar a posição do governo da adotada pelos filhos do presidente eleito. Nas últimas semanas, Flávio Bolsonaro, que foi eleito senador em outubro, posicionou-se abertamente contra a volta de Renan Calheiros ao comando do Senado, enquanto Eduardo Bolsonaro disse ser contra a reeleição de Rodrigo Maia na Câmara.
— Os filhos do presidente estão legitimamente eleitos, um como deputado federal mais votado no Brasil, outro como senador mais votado do Rio de Janeiro. Eles estão exercendo seus mandatos e o direito de opinião. O partido do presidente tem todo direito de buscar seus espaços, fazer suas alianças — pontuou.
O ministro afirmou ainda que a articulação da Casa Civil com o Congresso será feita por meio de ex-parlamentares. Entre 10 e 12 ficarão responsáveis pela articulação na Câmara, sob coordenação de Carlos Manato (PSL-ES), enquanto outros seis devem cuidar do Senado, sob a articulação de Leonardo Quintão (MDB-MG). Os dois articuladores são deputados federais e foram derrotados nas últimas eleições.
Paulo Celso Pereira, O Globo