terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Inflação na Venezuela - modelo de governo da dupla corrupta Lula-Dilma - ultrapassa 1.000.000% em 12 meses pela primeira vez

A inflação acumulada em 12 meses na Venezuela ultrapassou 1.000.000%, segundo cálculos divulgados nesta segunda (10) pela Assembleia Nacional, de maioria opositora. É a primeira vez que a marca é rompida desde o início da crise no país
Entre novembro de 2017 e de 2018 o índice foi de 1.299.724%, disse o deputado Rafael Guzmán, que integra a comissão de Finanças da Casa. 
Pratilheiras quase vazias em supermercado de Caracas; hiperinflação levou a uma crise de abastecimento pelo país
Pratilheiras quase vazias em supermercado de Caracas; hiperinflação levou a uma crise de abastecimento pelo país - Ronaldo Schemidt - 28.ago.18/AFP
No acumulado de 2018 apenas, o valor ficou em 702.521%, com um índice de 144,2% em novembro. 
De acordo com o último relatório Focus do Banco Central, a previsão de inflação para o Brasil em 2018 é de 3,71% —próximo, assim, da inflação diária na Venezuela, de 3%. 
No balanço anterior, relativo a setembro, a inflação diária na Venezuela era de 4% e, a mensal, de 233%. 
Parlamentares da Assembleia Nacional, que teve seus poderes anulados pela Assembleia Constituinte chavista, se tornaram a única fonte confiável de indicadores econômicos depois que o regime do ditador Nicolás Maduro deixou de publicar dados há cerca de três anos, quando a economia do país começou a entrar em colapso. 
Ao jornal local El Universal,  Guzmán criticou o governo por não divulgar oficialmente o índice de preços e disse que a culpa da crise é da "opacidade e obscurantismo do Banco Central da Venezuela, que não apenas segue emitindo dinheiro sem valor, mas também esconde as cifras dos venezuelanos e do mundo".
"Nunca em um país da América Latina chegou a este número, nunca uma hiperinflação atingiu 1.300.000%. Estes são os registros de Nicolás Maduro: tragédia e miséria", disse o deputado. 
Os números divulgados coincidem com a estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional), de que a inflação em 2018 no país iria ultrapassar 1.000.000% —a previsão mais recente é que feche o ano em  1.370.000%.
 
Para 2019, a entidade prevê que a crise vai continuar no país e que o índice pode chegar a 10.000.000%.
O ano de 2013, em que morreu o presidente Hugo Chávez e o primeiro de Nicolás Maduro no comando do país, foi a última vez que o país registrou crescimento e o FMi prevê uma queda de 18% do PIB em 2018. 
A queda do preço do petróleo e uma série de decisões do governo, como a impressão de dinheiro,  aprofundaram a crise.
Em agosto de 2018, Maduro anunciou um pacote econômico para tentar conter o problema. A medida incluiu o corte de cinco zeros do bolívar e levou à desvalorização de 96% de seu valor em relação ao dólar, aproximando sua cotação da praticada no mercado paralelo.
O câmbio e outros preços fixos, como os salários e as taxas do governo, passaram a ser indexados ao petro, moeda virtual criada pelo regime com base no petróleo e que teve suas compras limitadas devido às sanções dos EUA.
Também mudou a política de preços da gasolina, a mais barata do mundo, flexibilizou o câmbio, controlado desde 2003, e chegou a fazer inspeções e prender gerentes de supermercado acusados de aumentar os preços. Economistas, porém, criticaram a medida e disseram que ela não seria suficiente para conter a hiperinflação que atinge o país.  
A alta dos preços é um dos motivos que levaram a um desabastecimento em diversas regiões da Venezuela, com falta de energia, alimento e medicamentos. A crise fez milhões de pessoas deixarem o país em direção a vizinhos, dentre eles a Colômbia e o Brasil.
Folha de São Paulo