
Os agentes cumprem dois mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão.
O grupo investigado controlava diversas empresas de fachada, usando pessoas interpostas, os chamados "laranjas", como proprietários das companhias. Entre as emrpesas investigadas na operação de março deste ano estava o Consórcio Soma, que realiza os serviços de coleta de lixo da cidade de São Paulo e que, de acordo com a Polícia Federal, era a empresa que mais adquiriu os serviços dos suspeitos.
A Soma teria realizado pagamentos que, somados, chegaram a R$ 100 milhões, para as empresas de fachada. O consórcio teria simulado a aquisição de detergente, sacos de lixo, uniformes e tintas em pó para justificar a transferência dos R$ 100 milhões.
À época, em comunicado, o Consórcio Soma afirmou que "cumpre todas as exigências legais e que está prestando todas as informações solicitadas pela Polícia Federal".
As empresas de fachada simulavam a venda desses produtos e serviços, recebendo os pagamentos e distribuindo os valores para outras contas no Brasil e no exterior ou entregando os valores em espécie.
Segundo a Polícia Federal, o dinheiro era utilizado para diminuir valores devidos em impostos, lavagem de dinheir e pagamento de propinas. Um servidor público é investigado por ter contratado o escritório de advocacia para lavar dinheiro proveniente de corrupção.
Os investigados podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, além de associação criminosa.
Serralheiros movimentavam milhões
Em março, os investigadores identificaram uma série de empresas registradas em nomes de pessoas cuja ocupação não condizia com o volume de movimentações bancárias. Entre elas, estavam funcionários de uma bicicletaria e serralheria em Santos, no litoral do estado.
Duas empresas investigadas sequer existiam nos endereços declarados, embora tenham emitido notas fiscais no valor de R$ 39 milhões para a compra de detergentes ou de R$ 13 milhões para a comercialização de tinta pó e sacos de lixo.
Entre os reais donos das empresas estava um empresário de Minas Gerais que tuilizou uma das empresas envolvidas para adquirir veículos das marcas Maserati e Ferrari. Também foram identificados pagamentos de fachada a Alberto Youssef.
Dimitrius Dantas, O Globo